Adriano Barcelos
DEU EM ZERO HORA (RS)
Enquanto correligionários articulam a fusão com o PSDB, o presidente do PPS, Roberto Freire, prefere cautela. Para ele, o único movimento de aproximação é o apoio mais do que certo do PPS a José Serra ou Aécio Neves, potenciais candidatos em 2010. Freire considera a discussão capitaneada pelo gaúcho Nelson Proença (PPS) legítima, mas pondera que o tema não está em pauta. Do lado tucano, o principal entusiasta é Serra – que já fala até mudar o nome do PSDB de Partido da Social Democracia Brasileira para Partido Social-Democrata Brasileiro, mudança sutil para acolher os possíveis novos companheiros. A seguir, a síntese da entrevista:
Zero Hora – O que há de concreto em torno da possibilidade de fusão entre o PPS e o PSDB, ?
Roberto Freire – Existe um debate de alguns parlamentares, mas por enquanto o partido trata apenas da discussão de aliança na eleição presidencial de 2010. Hoje há um certo consenso de que a aliança deverá ser com o PSDB, com as candidaturas de Serra ou de Aécio. A aliança deve ser com um deles, mas nada de fusão até agora.
Zero Hora – Qual é a sua opinião pessoal sobre essa possibilidade?
Freire – Não acho que (a fusão) deva ser a posição mais correta. Um projeto em torno de José Serra, com o PPS bem articulado, pode representar uma vertente de esquerda importante para esse bloco político.
Zero Hora – O mau desempenho do PPS nas eleições municipais é um argumento a favor da fusão?
Freire – Não. O PPS não foi bem nas eleições se você comparar com 2004, mas em relação ao PPS que nós tínhamos antes de 2004 houve um grande crescimento.
Zero Hora – O fato de integrantes do partido estarem articulando essa fusão lhe incomoda?
Freire – Com meu partido não me incomodo. As mudanças nos partidos de esquerda estão ocorrendo em vários países do mundo, e nós temos isso de forma permanente como parte da nossa discussão. Não há nada de estranho quando se discute isso.
Zero Hora – O PPS foi gestado por egressos do PCB. No governo de Fernando Henrique, o PSDB ficou marcado como neoliberal. Não é incoerente falar em fusão ou mesmo aliança?
Freire – Nunca vi tanto neoliberalismo quanto no governo do PT, o que não significa que o PT tenha isso no seu programa, nem o PSDB. O PSDB é uma esquerda moderna, ao contrário do que querem dizer. A social democracia é mais avançada porque entende mais esse mundo novo do que a velha esquerda. É como eu disse em 2002. Lula foi apoiado pela esquerda, mas o candidato de esquerda era o Serra.
Zero Hora – Como o senhor vai tratar essa questão dentro do PPS?
Freire – É difícil falar em fusão agora porque não está em discussão, é idéia de uns poucos. Mas, se for do interesse da ampla maioria dos dois partidos, claro que os entraves se superam com facilidade. Se alguns desses problemas forem suficientemente fortes para impedir essa discussão, digo agora que não vai prosperar.
DEU EM ZERO HORA (RS)
Enquanto correligionários articulam a fusão com o PSDB, o presidente do PPS, Roberto Freire, prefere cautela. Para ele, o único movimento de aproximação é o apoio mais do que certo do PPS a José Serra ou Aécio Neves, potenciais candidatos em 2010. Freire considera a discussão capitaneada pelo gaúcho Nelson Proença (PPS) legítima, mas pondera que o tema não está em pauta. Do lado tucano, o principal entusiasta é Serra – que já fala até mudar o nome do PSDB de Partido da Social Democracia Brasileira para Partido Social-Democrata Brasileiro, mudança sutil para acolher os possíveis novos companheiros. A seguir, a síntese da entrevista:
Zero Hora – O que há de concreto em torno da possibilidade de fusão entre o PPS e o PSDB, ?
Roberto Freire – Existe um debate de alguns parlamentares, mas por enquanto o partido trata apenas da discussão de aliança na eleição presidencial de 2010. Hoje há um certo consenso de que a aliança deverá ser com o PSDB, com as candidaturas de Serra ou de Aécio. A aliança deve ser com um deles, mas nada de fusão até agora.
Zero Hora – Qual é a sua opinião pessoal sobre essa possibilidade?
Freire – Não acho que (a fusão) deva ser a posição mais correta. Um projeto em torno de José Serra, com o PPS bem articulado, pode representar uma vertente de esquerda importante para esse bloco político.
Zero Hora – O mau desempenho do PPS nas eleições municipais é um argumento a favor da fusão?
Freire – Não. O PPS não foi bem nas eleições se você comparar com 2004, mas em relação ao PPS que nós tínhamos antes de 2004 houve um grande crescimento.
Zero Hora – O fato de integrantes do partido estarem articulando essa fusão lhe incomoda?
Freire – Com meu partido não me incomodo. As mudanças nos partidos de esquerda estão ocorrendo em vários países do mundo, e nós temos isso de forma permanente como parte da nossa discussão. Não há nada de estranho quando se discute isso.
Zero Hora – O PPS foi gestado por egressos do PCB. No governo de Fernando Henrique, o PSDB ficou marcado como neoliberal. Não é incoerente falar em fusão ou mesmo aliança?
Freire – Nunca vi tanto neoliberalismo quanto no governo do PT, o que não significa que o PT tenha isso no seu programa, nem o PSDB. O PSDB é uma esquerda moderna, ao contrário do que querem dizer. A social democracia é mais avançada porque entende mais esse mundo novo do que a velha esquerda. É como eu disse em 2002. Lula foi apoiado pela esquerda, mas o candidato de esquerda era o Serra.
Zero Hora – Como o senhor vai tratar essa questão dentro do PPS?
Freire – É difícil falar em fusão agora porque não está em discussão, é idéia de uns poucos. Mas, se for do interesse da ampla maioria dos dois partidos, claro que os entraves se superam com facilidade. Se alguns desses problemas forem suficientemente fortes para impedir essa discussão, digo agora que não vai prosperar.
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