Soraya Aggege
DEU EM O GLOBO
Para governador, é "engraçado" que petistas culpem PSDB por crise
SÃO PAULO. Animado com pesquisa Datafolha que o aponta como líder na corrida presidencial de 2010, o governador José Serra (PSDB) fez críticas ao PT e à condução da economia. Ele chegou a afirmar que almeja resultados rápidos de seu governo, já que em 2011 não estará mais no Palácio dos Bandeirantes. O governador, que tem evitado comentar pesquisas, afirmou que está "bem na foto", depois de considerar que elas são "um retrato" do momento. Segundo o Datafolha, ele tem entre 36% e 41% das intenções de voto, conforme o cenário.
- É bom estar na frente em uma pesquisa. Mas tenho presente que faltam dois anos para a eleição, e que pesquisa é uma fotografia do momento. Agora, estar bem na foto não é ruim. Evidentemente me agrada.
Serra rebateu a crítica que a cúpula petista fez ao PSDB, no domingo, numa reunião em São Roque (SP). Os petistas atribuíram ao PSDB e ao DEM a culpa pela atual crise econômica, "por terem patrocinado no país o modelo neoliberal". Serra reagiu:
- Ah, sim, claro! O PSDB saiu do governo em 2002. Então tem um poder extraordinário: seis anos depois, com o amplo apoio da opinião pública que o governo tem, maioria no Congresso, a culpa é do PSDB. Eu acho que é algo até engraçado. Sei que vocês (jornalistas) não vão dizer, mas também acharam engraçado. Não deixa de ser extraordinário!
O DEM, em nota, também rebateu o PT, afirmando que o partido "esgotou seu prazo de carência" para culpar o passado pelos efeitos da crise: "(Os petistas) Reconhecem a crescente incapacidade do governo para enfrentar a crise e indicam que escolheram um perigoso e débil álibi: queixam-se de um passado remoto - o qual denominam "governo anterior" - a que já tiveram tempo suficiente não apenas para superar, mas para revogar e denunciar seus atos, o que jamais fizeram."
Em discurso, Serra respondeu a outra crítica do PT a seu governo. Disse que "alguns poucos deputados da oposição" na Assembléia de São Paulo afirmam que ele não tem aumentado investimentos no estado, o que não seria verdade. Segundo o PT paulista, em vez de ampliar investimentos diante da crise, Serra vai quase dobrar os gastos do estado com propaganda: de R$166 milhões em 2008 para R$313 milhões em 2009.
Serra deixou escapar que não estará mais à frente do governo "em 2010, 2011". Ao discursar, questionou um funcionário sobre o número de bolsas para pesquisadores de um projeto. Ao saber que eram 60 e que o número só crescerá nos próximos anos, disse que esperava 120, e lamentou: -Mas em 2010 eu não estarei mais aqui.
Em entrevista, depois, disse:
- O meu mandato termina em 2010. Em 2011 eu não sei onde estarei. O fato é o seguinte: quero que as coisas importantes terminem até 2010. É natural. Serra lançou ontem a Investe São Paulo, Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade. Ele anunciou ainda, para abril, a criação de um banco de investimentos, que apelidou "BNDES Paulista", com R$1 bilhão. Boa parte desse montante provém da venda do banco Nossa Caixa ao Banco do Brasil. O futuro banco complementará a agência, que herdou uma carteira de R$10 bilhões.
Serra criticou a política econômica. Disse que o país foi pego em condições desfavoráveis pela crise devido à política econômica, com as fragilidades fiscal, da balança de pagamentos e política cambial errada.
- A política de juros siderais e câmbio arrochado não deu certo. O Brasil entrou na crise com déficit em conta corrente do balanço de pagamentos, apesar de ter os preços das commodities nas nuvens.
Depois, disse que sua intenção não é fazer um "Fla x Flu":
- Tem algumas coisas que (o governo) está fazendo direito e outras que poderia fazer melhor.
Outro dia um grande jornal falou de escolas técnicas e ficou comparando... O Lula fez, o Serra não. A opinião pública não quer isso, não quer Fla x Flu. Quer coisas acontecendo.
DEU EM O GLOBO
Para governador, é "engraçado" que petistas culpem PSDB por crise
SÃO PAULO. Animado com pesquisa Datafolha que o aponta como líder na corrida presidencial de 2010, o governador José Serra (PSDB) fez críticas ao PT e à condução da economia. Ele chegou a afirmar que almeja resultados rápidos de seu governo, já que em 2011 não estará mais no Palácio dos Bandeirantes. O governador, que tem evitado comentar pesquisas, afirmou que está "bem na foto", depois de considerar que elas são "um retrato" do momento. Segundo o Datafolha, ele tem entre 36% e 41% das intenções de voto, conforme o cenário.
- É bom estar na frente em uma pesquisa. Mas tenho presente que faltam dois anos para a eleição, e que pesquisa é uma fotografia do momento. Agora, estar bem na foto não é ruim. Evidentemente me agrada.
Serra rebateu a crítica que a cúpula petista fez ao PSDB, no domingo, numa reunião em São Roque (SP). Os petistas atribuíram ao PSDB e ao DEM a culpa pela atual crise econômica, "por terem patrocinado no país o modelo neoliberal". Serra reagiu:
- Ah, sim, claro! O PSDB saiu do governo em 2002. Então tem um poder extraordinário: seis anos depois, com o amplo apoio da opinião pública que o governo tem, maioria no Congresso, a culpa é do PSDB. Eu acho que é algo até engraçado. Sei que vocês (jornalistas) não vão dizer, mas também acharam engraçado. Não deixa de ser extraordinário!
O DEM, em nota, também rebateu o PT, afirmando que o partido "esgotou seu prazo de carência" para culpar o passado pelos efeitos da crise: "(Os petistas) Reconhecem a crescente incapacidade do governo para enfrentar a crise e indicam que escolheram um perigoso e débil álibi: queixam-se de um passado remoto - o qual denominam "governo anterior" - a que já tiveram tempo suficiente não apenas para superar, mas para revogar e denunciar seus atos, o que jamais fizeram."
Em discurso, Serra respondeu a outra crítica do PT a seu governo. Disse que "alguns poucos deputados da oposição" na Assembléia de São Paulo afirmam que ele não tem aumentado investimentos no estado, o que não seria verdade. Segundo o PT paulista, em vez de ampliar investimentos diante da crise, Serra vai quase dobrar os gastos do estado com propaganda: de R$166 milhões em 2008 para R$313 milhões em 2009.
Serra deixou escapar que não estará mais à frente do governo "em 2010, 2011". Ao discursar, questionou um funcionário sobre o número de bolsas para pesquisadores de um projeto. Ao saber que eram 60 e que o número só crescerá nos próximos anos, disse que esperava 120, e lamentou: -Mas em 2010 eu não estarei mais aqui.
Em entrevista, depois, disse:
- O meu mandato termina em 2010. Em 2011 eu não sei onde estarei. O fato é o seguinte: quero que as coisas importantes terminem até 2010. É natural. Serra lançou ontem a Investe São Paulo, Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade. Ele anunciou ainda, para abril, a criação de um banco de investimentos, que apelidou "BNDES Paulista", com R$1 bilhão. Boa parte desse montante provém da venda do banco Nossa Caixa ao Banco do Brasil. O futuro banco complementará a agência, que herdou uma carteira de R$10 bilhões.
Serra criticou a política econômica. Disse que o país foi pego em condições desfavoráveis pela crise devido à política econômica, com as fragilidades fiscal, da balança de pagamentos e política cambial errada.
- A política de juros siderais e câmbio arrochado não deu certo. O Brasil entrou na crise com déficit em conta corrente do balanço de pagamentos, apesar de ter os preços das commodities nas nuvens.
Depois, disse que sua intenção não é fazer um "Fla x Flu":
- Tem algumas coisas que (o governo) está fazendo direito e outras que poderia fazer melhor.
Outro dia um grande jornal falou de escolas técnicas e ficou comparando... O Lula fez, o Serra não. A opinião pública não quer isso, não quer Fla x Flu. Quer coisas acontecendo.
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