Com o pré-sal, o governo Lula continua empilhando e abandonando, uma a uma, suas principais bandeiras políticas. Agora, só vai se falar no pré-sal, no seu fundo social, na sua importância geopolítica para o Brasil e na sua imensa potencialidade para os palanques da ministra Dilma. Combinando com o "Minha Casa, Minha Vida", para equilibrar o abstrato e o concreto.
Antes do pré-sal, a grande bandeira era o PAC, que reúne bilhões de reais para obras por todo o canto e serve de pretexto para Lula carregar seus 80% de popularidade e sua candidata debaixo do braço para inaugurar pedra fundamental, depois a primeira pedra, depois o primeiro tijolo. Só que, segundo os entendidos em marketing, o tal PAC não tem muita graça e, para os entendidos em obras, está cheio de buracos e de atrasos.
Antes do pré-sal e do PAC, o governo bem tentou o biocombustível, que é simpático, moderno e bem aceito no país e no mundo. Foi até o centro da conversa de Lula com George W. Bush em São Paulo, mas submergiu enquanto o pré-sal emergia das profundezas do mar.
Antes do pré-sal, do PAC e do biocombustível, tentou-se muito embalar o Primeiro Emprego, mas ele, coitado, nunca vingou. A ideia parecia até bonita, mas entre ser bonita e factível vai uma diferença enorme.
E antes do pré-sal, do PAC, do biocombustível e do Primeiro Emprego, houve o Fome Zero.
Aliás, você aí lembra do Fome Zero, lançado, na primeira entrevista de Lula depois da vitória, como o grande projeto do seu mandato? Sumiu.
Do outro lado, chega a ser patética a tentativa de reação de Serra, dizendo-se "amigo dos pobres" ao anunciar uma redução de juros "de mãe para filho". Pobres de nós.
E ainda falta mais de um ano para a eleição...
PS - Jobim responde: "Isso de que eu vou sair [da Defesa] é intriga, pura fofoca". A conferir.
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