DEU EM O GLOBO
Presidente já visitou a obra três vezes e ontem levou sua candidata ao Planalto
LULA E DILMA conversam na inauguração do gasoduto: presidente criticou "invejosos"
Chico de Gois
MANAUS. Num palanque em clima de campanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou, ao lado da ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, o gasoduto Urucu-Coari-Manaus, da Petrobras - obra que só funcionará plenamente em setembro do ano que vem. Com capacidade para transportar 5,5 milhões de metros cúbicos de gás por dia, ontem apenas 77 mil metros cúbicos, o equivalente a 1,6%, começaram a ser aproveitados.
Em junho de 2006, Lula acompanhou o início das obras do gasoduto. Depois esteve lá em setembro de 2008, para visitar aos obras. Ontem, inaugurou o gasoduto, ainda não totalmente em operação, e já marcou nova visita para outubro de 2010, quando se espera que estará operando com sua capacidade total.
Na hora de descerrar a placa de inauguração do gasoduto, Lula fez questão de levar Dilma para o lado dele, e o nome da ministra foi gritado pela claque organizada, que a aplaudiu muito. Em discurso, Dilma defendeu com ênfase a continuidade do governo Lula. Destacou o que chamou de avanços de seu governo, como redução da pobreza e o acesso a universidades por estudantes que antes não tinham condições de pagar uma faculdade particular. A ministra foi recebida pela plateia, composta, em sua maioria, por sindicalistas e funcionários da Petrobras, aos gritos de "Dilma, Dilma, Dilma".
- Sabemos que o governo do presidente Lula significa uma mudança no caminho que o Brasil vinha trilhando no passado - discursou, sem citar nomes de ex-presidentes. - E nós todos juntos temos a missão, a obrigação e o dever de fazer esse projeto continuar.
O gasoduto tem 661 quilômetros de extensão. Faltam ser construídas tubulações para levar o gás às termelétricas, além da troca de motores das usinas. No total, oito usinas vão utilizar o gás em substituição ao diesel e ao óleo combustível para geração de energia. A conversão da troca da matriz energética deve ser concluída até setembro, de forma gradual.
Lula, ao dizer que voltará a Manaus em setembro do ano que vem para inaugurar o término da substituição do óleo diesel pelo gás nas usinas da região, lembrou que Dilma, que deverá ser candidata, não poderá estar ao lado dele.
- O Eduardo (Braga, governador do Amazonas) não vai estar, porque é candidato, o Alfredo (Nascimento, ministro dos Transportes) não vai estar, porque acho que é candidato, a Dilma não vai estar, porque acho que é candidata. Mas eu não sou candidato, estarei aqui para apertar o botão de todas as empresas, usando gás na energia elétrica deste estado.
O presidente Lula também voltou a atacar os adversários.
- O dado concreto é que é importante dizer, em alto e bom som, aos descrentes deste país, aos que passam a vida inteira torcendo para as coisas não darem certo: mais uma vez conseguimos vencer aqueles que apostam no retrocesso deste país - afirmou, sem citar nomes. - Tem gente que é tão azeda, tão invejosa, tem gente que torce tanto para as coisas não darem certo, que é como se fosse um casal que não tem filhos, em vez de procurar um médico para se tratar, ficam olhando o casal vizinho e, quando o casal vizinho tem um filho, eles falam: "tudo bem, nasceu, mas nem falar, fala, só chora. Não sabe nem se limpar sozinho, tem que a mãe limpar ele quando faz suas necessidades".
O discurso de Lula foi uma resposta ao fato de a obra inaugurada por ele ontem ainda não funcionar plenamente. Lembrou que o gás foi descoberto em 1986, mas a obra do gasoduto só começou 20 anos depois, em seu governo.
- Com essa obra, está acontecendo a mesma coisa. É como se fosse um filho meu, do Eduardo Braga, do Gabrielli, da Dilma. E quem não conseguiu, em um parto normal, parir esse gasoduto, está do lado de fora morrendo de inveja e querendo fazer todas as críticas.
Presidente promete que voltará a visitar obra no ano que vem
A obra faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento e tem sete ramais para atender as cidades de Coari, Codajás, Anori, Anamã, Caapiranga, Manacapuru e Iranduba, com 140 quilômetros de extensão. Só as termoelétricas que atendem Manaus têm consumo anual de 1,2 bilhão de litros de óleo combustível e óleo diesel.
Ontem, depois de dizer que voltará lá em outubro do ano que vem para inaugurar o resto da obra, Lula cobrou dos empresários a conclusão até setembro.
- Eu quero deixar claro aqui, aos meus queridos companheiros da Petrobras, aos da Eletrobrás, que não venham no dia 1º de outubro dizer que não deu para fazer a mudança, porque vai ter que mudar de óleo combustível para gás até setembro - afirmou. - Portanto, não é uma coisa voluntária, é uma decisão do governo.
E estocou os empresários, dizendo que já ganharam muito dinheiro:
- Estou avisando, e quero ser claro e objetivo, para ninguém dizer que tenho duas caras.
Certamente, alguns companheiros empresários ganharam muito dinheiro com o óleo combustível, e talvez não tenham mais interesse. Quero reafirmar que não é interesse pessoal de nenhum empresário, é interesse estratégico do Estado.
Presidente já visitou a obra três vezes e ontem levou sua candidata ao Planalto
LULA E DILMA conversam na inauguração do gasoduto: presidente criticou "invejosos"
Chico de Gois
MANAUS. Num palanque em clima de campanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou, ao lado da ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, o gasoduto Urucu-Coari-Manaus, da Petrobras - obra que só funcionará plenamente em setembro do ano que vem. Com capacidade para transportar 5,5 milhões de metros cúbicos de gás por dia, ontem apenas 77 mil metros cúbicos, o equivalente a 1,6%, começaram a ser aproveitados.
Em junho de 2006, Lula acompanhou o início das obras do gasoduto. Depois esteve lá em setembro de 2008, para visitar aos obras. Ontem, inaugurou o gasoduto, ainda não totalmente em operação, e já marcou nova visita para outubro de 2010, quando se espera que estará operando com sua capacidade total.
Na hora de descerrar a placa de inauguração do gasoduto, Lula fez questão de levar Dilma para o lado dele, e o nome da ministra foi gritado pela claque organizada, que a aplaudiu muito. Em discurso, Dilma defendeu com ênfase a continuidade do governo Lula. Destacou o que chamou de avanços de seu governo, como redução da pobreza e o acesso a universidades por estudantes que antes não tinham condições de pagar uma faculdade particular. A ministra foi recebida pela plateia, composta, em sua maioria, por sindicalistas e funcionários da Petrobras, aos gritos de "Dilma, Dilma, Dilma".
- Sabemos que o governo do presidente Lula significa uma mudança no caminho que o Brasil vinha trilhando no passado - discursou, sem citar nomes de ex-presidentes. - E nós todos juntos temos a missão, a obrigação e o dever de fazer esse projeto continuar.
O gasoduto tem 661 quilômetros de extensão. Faltam ser construídas tubulações para levar o gás às termelétricas, além da troca de motores das usinas. No total, oito usinas vão utilizar o gás em substituição ao diesel e ao óleo combustível para geração de energia. A conversão da troca da matriz energética deve ser concluída até setembro, de forma gradual.
Lula, ao dizer que voltará a Manaus em setembro do ano que vem para inaugurar o término da substituição do óleo diesel pelo gás nas usinas da região, lembrou que Dilma, que deverá ser candidata, não poderá estar ao lado dele.
- O Eduardo (Braga, governador do Amazonas) não vai estar, porque é candidato, o Alfredo (Nascimento, ministro dos Transportes) não vai estar, porque acho que é candidato, a Dilma não vai estar, porque acho que é candidata. Mas eu não sou candidato, estarei aqui para apertar o botão de todas as empresas, usando gás na energia elétrica deste estado.
O presidente Lula também voltou a atacar os adversários.
- O dado concreto é que é importante dizer, em alto e bom som, aos descrentes deste país, aos que passam a vida inteira torcendo para as coisas não darem certo: mais uma vez conseguimos vencer aqueles que apostam no retrocesso deste país - afirmou, sem citar nomes. - Tem gente que é tão azeda, tão invejosa, tem gente que torce tanto para as coisas não darem certo, que é como se fosse um casal que não tem filhos, em vez de procurar um médico para se tratar, ficam olhando o casal vizinho e, quando o casal vizinho tem um filho, eles falam: "tudo bem, nasceu, mas nem falar, fala, só chora. Não sabe nem se limpar sozinho, tem que a mãe limpar ele quando faz suas necessidades".
O discurso de Lula foi uma resposta ao fato de a obra inaugurada por ele ontem ainda não funcionar plenamente. Lembrou que o gás foi descoberto em 1986, mas a obra do gasoduto só começou 20 anos depois, em seu governo.
- Com essa obra, está acontecendo a mesma coisa. É como se fosse um filho meu, do Eduardo Braga, do Gabrielli, da Dilma. E quem não conseguiu, em um parto normal, parir esse gasoduto, está do lado de fora morrendo de inveja e querendo fazer todas as críticas.
Presidente promete que voltará a visitar obra no ano que vem
A obra faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento e tem sete ramais para atender as cidades de Coari, Codajás, Anori, Anamã, Caapiranga, Manacapuru e Iranduba, com 140 quilômetros de extensão. Só as termoelétricas que atendem Manaus têm consumo anual de 1,2 bilhão de litros de óleo combustível e óleo diesel.
Ontem, depois de dizer que voltará lá em outubro do ano que vem para inaugurar o resto da obra, Lula cobrou dos empresários a conclusão até setembro.
- Eu quero deixar claro aqui, aos meus queridos companheiros da Petrobras, aos da Eletrobrás, que não venham no dia 1º de outubro dizer que não deu para fazer a mudança, porque vai ter que mudar de óleo combustível para gás até setembro - afirmou. - Portanto, não é uma coisa voluntária, é uma decisão do governo.
E estocou os empresários, dizendo que já ganharam muito dinheiro:
- Estou avisando, e quero ser claro e objetivo, para ninguém dizer que tenho duas caras.
Certamente, alguns companheiros empresários ganharam muito dinheiro com o óleo combustível, e talvez não tenham mais interesse. Quero reafirmar que não é interesse pessoal de nenhum empresário, é interesse estratégico do Estado.
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