DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Da Reportagem Local
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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que a oposição não deve se intimidar diante dos sinais de recuperação da economia, com expectativa de 5% de crescimento no ano eleitoral.
"Não precisa ter medo do [ministro da Fazenda, Guido] Mantega", recomendou, durante debate sobre o cenário econômico após a crise.
FHC afirmou que o próximo presidente deverá adotar medidas impopulares. "Quem tem liderança tem que saber que, ao assumir o governo, vai ter que fazer certas coisas." Mas ressaltou: "Na campanha, o discurso que vai sacrificar hoje para o futuro não vai pegar".
Sugeriu ainda que o debate dessas medidas seja realizado pela sociedade. Não pelo candidato. "Só pude fazer reformas porque houve um debate muito amplo. Por isso que me exponho além dos limites da minha prudência."
Sob a tese de que existe risco às instituições, reafirmou o teor de polêmico artigo, segundo o qual vê tendência ao "autoritarismo populista" no governo Lula. "Sinto que há risco de desfazer o que achei que já estivesse consolidado [...] Se desfizer, mais adiante o preço será pago por toda a sociedade", argumentou.
Após ouvir do ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros que, "do ponto de vista do bem-estar econômico, o ano que vem será muito pior [para a oposição] do que 2006", ele afirmou que é preciso "politizar o número".
FHC citou o desempenho da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) nas pesquisas como uma prova de que, por melhor que seja o cenário, a transferência não é automática. "Você depende do personagem." Sobre o risco de eleição sem grande apoio partidário, minimizou:
"Não se esqueçam de que muito raramente o presidente faz a maioria. Mas não se esqueçam também de que as maiorias vão com o presidente".
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