DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - Possivelmente "nunca neste país" um programa do governo federal foi desconstruído e questionado como o PAC. E justamente por isso a "prateleira de obras" não é de todo irrelevante.
No conteúdo e na execução, o PAC pouco se distingue de outras ferramentas de gestão, como o Avança Brasil dos tucanos. A diferença está na força da propaganda.
De tão martelada, a sigla transformou seu autor em refém. Não há mais como o Planalto descartá-la.
Daí a atenção da imprensa também. No mês passado, a Folha noticiou que:
1) a Casa Civil oculta informações de 94% do PAC 1 e maquia o ritmo dos 6% restantes;
2) três em cada quatro obras detalhadas até aqui nos balanços não foram concluídas no prazo original;
3) dos principais projetos do PAC 2, 64% não passam de reciclagem do que encalhou no PAC 1.
Esses dados não só expõem a falibilidade da ontem "gerentona" e hoje candidata à Presidência, mas ajudam o poder público -e o público- a lembrar que governar não é a moleza prometida pelo marketing.
Todo governante toma posse pressionado pelos compromissos que assumiu durante a campanha eleitoral e pelos problemas que lhe serão apresentados. Sua ordem é agir -e rápido. O regramento, porém, está todo formatado para impedir arroubos: leis de licitação, licenciamentos ambientais etc.
Além disso, o político que assume o Executivo tem uma vida útil de quatro anos -oito, se bem-sucedido. Já o servidor tem 30 anos de estabilidade até a aposentadoria. O sentido de urgência de um não move o outro. Para a burocracia estatal, o eleito está só de passagem.
Ao prometer com ênfase o que não conseguiu entregar, o PAC colocou em pauta a questão da (in)eficiência no manejo das contas públicas.
"O Brasil pode mais", "Por um Estado melhor", os slogans da eleição de 2010 já se delineiam. Isso é bom. Culpa (mérito?) de Dilma ou do marqueteiro do PT, tanto faz.
BRASÍLIA - Possivelmente "nunca neste país" um programa do governo federal foi desconstruído e questionado como o PAC. E justamente por isso a "prateleira de obras" não é de todo irrelevante.
No conteúdo e na execução, o PAC pouco se distingue de outras ferramentas de gestão, como o Avança Brasil dos tucanos. A diferença está na força da propaganda.
De tão martelada, a sigla transformou seu autor em refém. Não há mais como o Planalto descartá-la.
Daí a atenção da imprensa também. No mês passado, a Folha noticiou que:
1) a Casa Civil oculta informações de 94% do PAC 1 e maquia o ritmo dos 6% restantes;
2) três em cada quatro obras detalhadas até aqui nos balanços não foram concluídas no prazo original;
3) dos principais projetos do PAC 2, 64% não passam de reciclagem do que encalhou no PAC 1.
Esses dados não só expõem a falibilidade da ontem "gerentona" e hoje candidata à Presidência, mas ajudam o poder público -e o público- a lembrar que governar não é a moleza prometida pelo marketing.
Todo governante toma posse pressionado pelos compromissos que assumiu durante a campanha eleitoral e pelos problemas que lhe serão apresentados. Sua ordem é agir -e rápido. O regramento, porém, está todo formatado para impedir arroubos: leis de licitação, licenciamentos ambientais etc.
Além disso, o político que assume o Executivo tem uma vida útil de quatro anos -oito, se bem-sucedido. Já o servidor tem 30 anos de estabilidade até a aposentadoria. O sentido de urgência de um não move o outro. Para a burocracia estatal, o eleito está só de passagem.
Ao prometer com ênfase o que não conseguiu entregar, o PAC colocou em pauta a questão da (in)eficiência no manejo das contas públicas.
"O Brasil pode mais", "Por um Estado melhor", os slogans da eleição de 2010 já se delineiam. Isso é bom. Culpa (mérito?) de Dilma ou do marqueteiro do PT, tanto faz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário