DEU NA FOLHA DE S. PAULO
SÃO PAULO - Houve muito protesto e pancadaria no 1º de Maio grego. Manifestantes e policiais se enfrentaram em batalhas campais em Atenas, a capital, e em Tessalônica, norte do país. Jovens apedrejaram bancos e lojas. Carros e caixas eletrônicos foram destruídos. A polícia reagiu com bombas e gás lacrimogêneo. Baixou o cassetete nos descendentes de Sócrates.
As imagens exibidas pela TV eram fortes, mas a Grécia, que vive à beira de um colapso econômico, esteve longe de ser um caso isolado de insatisfação. Na Espanha, onde a taxa de desemprego superou os 20%, milhares de pessoas protestaram contra as políticas do governo.
Na França, os sindicatos ocuparam as ruas para fazer barulho contra a reforma do sistema previdenciário. Na Alemanha, a polícia teve que usar a força e prender muita gente para evitar cenas já tradicionais de confronto entre manifestantes de esquerda e neonazistas.
Houve protestos em Portugal, na Áustria, na Suíça. O Dia do Trabalhador na Europa foi marcado pela reação aos efeitos da crise econômica. Apesar de tudo, ainda são sociedades organizadas. Em geral, o governo está de um lado e os manifestantes estão do outro.
O contraste com o Brasil não poderia ser maior. Aqui, a festa das centrais sindicais, todas a favor do governo, contou com o apoio financeiro de empresas estatais. Não houve protestos.
Foi só alegria.
Quem desafia a lei no 1º de Maio brasileiro é o presidente da República. A oposição esperneia, mas no fundo ninguém liga. A infração cordial da norma é a nossa verdadeira ordem. E o que atraí a multidão aos palcos do peleguismo não é a pregação político-eleitoral, mas o ambiente de auditório. A massa vibra com o sorteio de carros e se esbalda ouvindo KLB, Lincon & Luan...
Com seu carisma, pulando de evento em evento, Lula parece ser uma espécie de Getúlio pós-moderno. Brinca de inflamar as plateias, mas no fundo celebra a comunhão nacional de um país cujos conflitos só ele sabe anestesiar.
SÃO PAULO - Houve muito protesto e pancadaria no 1º de Maio grego. Manifestantes e policiais se enfrentaram em batalhas campais em Atenas, a capital, e em Tessalônica, norte do país. Jovens apedrejaram bancos e lojas. Carros e caixas eletrônicos foram destruídos. A polícia reagiu com bombas e gás lacrimogêneo. Baixou o cassetete nos descendentes de Sócrates.
As imagens exibidas pela TV eram fortes, mas a Grécia, que vive à beira de um colapso econômico, esteve longe de ser um caso isolado de insatisfação. Na Espanha, onde a taxa de desemprego superou os 20%, milhares de pessoas protestaram contra as políticas do governo.
Na França, os sindicatos ocuparam as ruas para fazer barulho contra a reforma do sistema previdenciário. Na Alemanha, a polícia teve que usar a força e prender muita gente para evitar cenas já tradicionais de confronto entre manifestantes de esquerda e neonazistas.
Houve protestos em Portugal, na Áustria, na Suíça. O Dia do Trabalhador na Europa foi marcado pela reação aos efeitos da crise econômica. Apesar de tudo, ainda são sociedades organizadas. Em geral, o governo está de um lado e os manifestantes estão do outro.
O contraste com o Brasil não poderia ser maior. Aqui, a festa das centrais sindicais, todas a favor do governo, contou com o apoio financeiro de empresas estatais. Não houve protestos.
Foi só alegria.
Quem desafia a lei no 1º de Maio brasileiro é o presidente da República. A oposição esperneia, mas no fundo ninguém liga. A infração cordial da norma é a nossa verdadeira ordem. E o que atraí a multidão aos palcos do peleguismo não é a pregação político-eleitoral, mas o ambiente de auditório. A massa vibra com o sorteio de carros e se esbalda ouvindo KLB, Lincon & Luan...
Com seu carisma, pulando de evento em evento, Lula parece ser uma espécie de Getúlio pós-moderno. Brinca de inflamar as plateias, mas no fundo celebra a comunhão nacional de um país cujos conflitos só ele sabe anestesiar.
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