DEU EM O GLOBO
O Brasil está numa situação bem diferente da Europa, mas foi só eles entrarem em crise que o Ibovespa teve em maio queda de 6,6%, pior taxa desde outubro de 2008; R$ 1,5 bilhão de capital externo deixou a bolsa; o Investimento Estrangeiro Direto ficou abaixo do esperado. O real perdeu 4,7%; o custo para rolagem de nossa dívida subiu 135 pontos; empresas adiaram projetos de aberturas de capital.
O impacto da crise europeia sobre o Brasil é diferente do impacto da quebra do Lehman Brothers. Porque em 2008 o que se temia era o colapso do sistema financeiro internacional e tudo foi agravado porque no Brasil algumas grandes empresas estavam expostas a risco cambial.
Não se espera aquele nível de tensão, mas evidentemente haverá reflexos.
A crise da Europa não tem solução à vista. O Banco Central Europeu estima que o sistema bancário da região terá que contabilizar prejuízos de US$ 240 bilhões em crédito podre até 2011. O desemprego na Zona do Euro passou de 10% em abril e o custo para a rolagem da dívida da Espanha atingiu o maior patamar histórico esta semana. A exemplo do que aconteceu na América Latina nos anos 80, a Europa tem pela frente alguns anos de baixo crescimento.
Os europeus representam mais de um quinto do PIB mundial. Têm um PIB maior que o americano e quase duas vezes o da China. Cerca de 20% de nossas exportações têm como destino os europeus. Em 2008, foram US$ 46 bilhões exportados; em 2009, US$ 34 bi; e nos quatro primeiros meses do ano, US$ 12 bilhões. O crescimento menor resultará numa queda das importações europeias, e numa queda dos investimentos europeus em todo o mundo, inclusive aqui.
A crise já afetou o índice de preços das commodities, o que poderá reduzir o valor das exportações brasileiras.
Depois de se recuperar 83% em 2009, o Ibovespa vem patinando este ano, com queda de 8%, fazendo com que o índice voltasse a rodar na casa dos 50 mil pontos na semana passada. Um efeito da volatilidade do índice é que a capitalização da Petrobras, que já estava emperrada no Congresso, agora enfrenta o mau humor e a insegurança de investidores internacionais. No ano, a queda das ações da empresa chega a quase 20%. Até mesmo a Vale, com todos os reajustes no preço do minério de ferro, tem uma valorização modesta: 2,5% em 2010.
— O PIB da Europa é o maior do planeta. Então se ela crescer menos, o mundo também pode crescer menos. Isso terá reflexos nas commodities.
O impacto no Brasil pode ser atenuado porque vendemos muito alimento para os europeus e esses preços são mais resistentes a crises — explicou o economista Joseph Tutundjain.
Mesmo sendo alimento, a União Brasileira de Avicultura registrou queda de 15% no volume de frango exportado para a Europa no primeiro quadrimestre. No ano, esperase queda de 10%, segundo o presidente da entidade, Francisco Turra. O impacto só não aparece no faturamento, que cresceu 1,9%, por efeitos de câmbio e preço.
— A Europa é muito importante para nós e estamos tendo que ir atrás de outros mercados, como o africano e o asiático, para compensar a queda no volume. Em janeiro, estivemos por lá e já sabíamos que seria um ano difícil de exportar para a Europa. Há menos linhas de crédito, os bancos estão reticentes, o consumo em queda e há dificuldade de importação por parte deles — disse Turra.
Com um déficit em transações correntes projetado para US$ 50 bilhões este ano e US$ 60 bilhões no ano que vem, a redução do Investimento Estrangeiro Direto (IED) preocupa porque é ele que vai cobrir o rombo. A projeção do Banco Central é de que o IED fique em US$ 45 bilhões este ano, mas de janeiro a abril o resultado ficou abaixo das expectativas: US$ 7,8 bilhões, volume menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, US$ 8,7 bilhões, quando o mundo estava em recessão.
Pelas estimativas do Itaú Unibanco, em 2009, 50% do IED teve origem europeia. As empresas da Europa no Brasil estão reduzindo investimento, congelando projetos de contratação e aumentando remessas de lucros e dividendos.
Isso afeta o Brasil de diversas maneiras.
Ao mesmo tempo em que precisaremos de mais poupança externa, a Europa estará mergulhada no enfrentamento de seus problemas fiscais. O economista Antônio Corrêa Lacerda, da PUC-SP, acredita que o déficit em conta corrente poderá ser coberto por investimentos em renda fixa.
O Brasil está numa situação bem diferente da Europa, mas foi só eles entrarem em crise que o Ibovespa teve em maio queda de 6,6%, pior taxa desde outubro de 2008; R$ 1,5 bilhão de capital externo deixou a bolsa; o Investimento Estrangeiro Direto ficou abaixo do esperado. O real perdeu 4,7%; o custo para rolagem de nossa dívida subiu 135 pontos; empresas adiaram projetos de aberturas de capital.
O impacto da crise europeia sobre o Brasil é diferente do impacto da quebra do Lehman Brothers. Porque em 2008 o que se temia era o colapso do sistema financeiro internacional e tudo foi agravado porque no Brasil algumas grandes empresas estavam expostas a risco cambial.
Não se espera aquele nível de tensão, mas evidentemente haverá reflexos.
A crise da Europa não tem solução à vista. O Banco Central Europeu estima que o sistema bancário da região terá que contabilizar prejuízos de US$ 240 bilhões em crédito podre até 2011. O desemprego na Zona do Euro passou de 10% em abril e o custo para a rolagem da dívida da Espanha atingiu o maior patamar histórico esta semana. A exemplo do que aconteceu na América Latina nos anos 80, a Europa tem pela frente alguns anos de baixo crescimento.
Os europeus representam mais de um quinto do PIB mundial. Têm um PIB maior que o americano e quase duas vezes o da China. Cerca de 20% de nossas exportações têm como destino os europeus. Em 2008, foram US$ 46 bilhões exportados; em 2009, US$ 34 bi; e nos quatro primeiros meses do ano, US$ 12 bilhões. O crescimento menor resultará numa queda das importações europeias, e numa queda dos investimentos europeus em todo o mundo, inclusive aqui.
A crise já afetou o índice de preços das commodities, o que poderá reduzir o valor das exportações brasileiras.
Depois de se recuperar 83% em 2009, o Ibovespa vem patinando este ano, com queda de 8%, fazendo com que o índice voltasse a rodar na casa dos 50 mil pontos na semana passada. Um efeito da volatilidade do índice é que a capitalização da Petrobras, que já estava emperrada no Congresso, agora enfrenta o mau humor e a insegurança de investidores internacionais. No ano, a queda das ações da empresa chega a quase 20%. Até mesmo a Vale, com todos os reajustes no preço do minério de ferro, tem uma valorização modesta: 2,5% em 2010.
— O PIB da Europa é o maior do planeta. Então se ela crescer menos, o mundo também pode crescer menos. Isso terá reflexos nas commodities.
O impacto no Brasil pode ser atenuado porque vendemos muito alimento para os europeus e esses preços são mais resistentes a crises — explicou o economista Joseph Tutundjain.
Mesmo sendo alimento, a União Brasileira de Avicultura registrou queda de 15% no volume de frango exportado para a Europa no primeiro quadrimestre. No ano, esperase queda de 10%, segundo o presidente da entidade, Francisco Turra. O impacto só não aparece no faturamento, que cresceu 1,9%, por efeitos de câmbio e preço.
— A Europa é muito importante para nós e estamos tendo que ir atrás de outros mercados, como o africano e o asiático, para compensar a queda no volume. Em janeiro, estivemos por lá e já sabíamos que seria um ano difícil de exportar para a Europa. Há menos linhas de crédito, os bancos estão reticentes, o consumo em queda e há dificuldade de importação por parte deles — disse Turra.
Com um déficit em transações correntes projetado para US$ 50 bilhões este ano e US$ 60 bilhões no ano que vem, a redução do Investimento Estrangeiro Direto (IED) preocupa porque é ele que vai cobrir o rombo. A projeção do Banco Central é de que o IED fique em US$ 45 bilhões este ano, mas de janeiro a abril o resultado ficou abaixo das expectativas: US$ 7,8 bilhões, volume menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, US$ 8,7 bilhões, quando o mundo estava em recessão.
Pelas estimativas do Itaú Unibanco, em 2009, 50% do IED teve origem europeia. As empresas da Europa no Brasil estão reduzindo investimento, congelando projetos de contratação e aumentando remessas de lucros e dividendos.
Isso afeta o Brasil de diversas maneiras.
Ao mesmo tempo em que precisaremos de mais poupança externa, a Europa estará mergulhada no enfrentamento de seus problemas fiscais. O economista Antônio Corrêa Lacerda, da PUC-SP, acredita que o déficit em conta corrente poderá ser coberto por investimentos em renda fixa.
Mas isso ainda não se vê na Bovespa e também significa piora na qualidade do financiamento. Enquanto o investimento direto tem compromissos de longo prazo, o investimento de renda fixa é volátil, com os investidores pensando em embolsar lucros no curto prazo: — A Europa é grande investidor no Brasil e devemos ter redução no fluxo de ingresso de capitais. A projeção para este ano pode ser reduzida para algo em torno de US$ 25 bilhões. A vantagem atual é que temos US$ 240 bilhões de reservas internacionais e o BC tem munição para combater uma desvalorização mais forte do real.
Essa crise nos afetará de forma bem diferente, mas não estamos imunes aos seus efeitos.
A repercussão da coluna “Barrados na porta” foi grande.
A Atlas Schindler explica que a empresa não possui vagas em aberto e tem parceria com o Senai para suprir vagas de nível técnico.
Essa crise nos afetará de forma bem diferente, mas não estamos imunes aos seus efeitos.
A repercussão da coluna “Barrados na porta” foi grande.
A Atlas Schindler explica que a empresa não possui vagas em aberto e tem parceria com o Senai para suprir vagas de nível técnico.
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