DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - Israel quer transformar vítimas em culpados e culpados em vítimas ao acusar de "terroristas" os pacifistas de diferentes nacionalidades que estavam em águas internacionais e armados de cadeiras e bolinhas de gude.
Mas faz sentido, e eu mesma já saí da condição de turista para a de terrorista numa viagem de paz a Israel. A policial do aeroporto de Eilat, bela cidade praiana no mar Vermelho, entre o Egito e a Jordânia, não conseguiu engolir que uma mulher sul-americana tinha condições de viajar sozinha para os Estados Unidos e depois para Israel.
"Quem pagou?", perguntava, com um olhar de dar medo. "Ué!, eu", respondi várias vezes. Não adiantou, passei maus bocados. Ela desmontou meu laptop, confiscou minha mala e jogou tudo o que tinha dentro... no chão! Roupas, sapatos, maiô molhado, iogurte, água, dólar e cartão de crédito, tudo amontoado.
A viagem foi linda, mas aquela moça mais nova que minhas filhas confirmou uma sensação que me acompanhou durante todos aqueles dias: a de que israelenses em geral, inclusive as crianças, veem, em todos os demais, "terroristas" em potencial. É da cultura do país, com o argumento de que está cercado de inimigos, é permanentemente ameaçado e precisa se defender.
O pessoal que estava nos navios prometia quebrar o bloqueio a Gaza e providenciar ajuda humanitária aos civis ilhados. Uma provocação? Claro. E legítima.
A reação israelense foi um erro grave, até porque não é mais possível se agarrar a uma só potência, os EUA, especialmente quando ela enfrenta resistências, exportou uma crise para todo o mundo, tem futuro imprevisível e -pior- acaba de ser cutucada no fígado: um dos nove mortos era turco-americano.
O Irã estava isolado? Israel também está. Radicais se autoalimentam e radicalismo destrói.
Com a palavra, Barack Obama.
BRASÍLIA - Israel quer transformar vítimas em culpados e culpados em vítimas ao acusar de "terroristas" os pacifistas de diferentes nacionalidades que estavam em águas internacionais e armados de cadeiras e bolinhas de gude.
Mas faz sentido, e eu mesma já saí da condição de turista para a de terrorista numa viagem de paz a Israel. A policial do aeroporto de Eilat, bela cidade praiana no mar Vermelho, entre o Egito e a Jordânia, não conseguiu engolir que uma mulher sul-americana tinha condições de viajar sozinha para os Estados Unidos e depois para Israel.
"Quem pagou?", perguntava, com um olhar de dar medo. "Ué!, eu", respondi várias vezes. Não adiantou, passei maus bocados. Ela desmontou meu laptop, confiscou minha mala e jogou tudo o que tinha dentro... no chão! Roupas, sapatos, maiô molhado, iogurte, água, dólar e cartão de crédito, tudo amontoado.
A viagem foi linda, mas aquela moça mais nova que minhas filhas confirmou uma sensação que me acompanhou durante todos aqueles dias: a de que israelenses em geral, inclusive as crianças, veem, em todos os demais, "terroristas" em potencial. É da cultura do país, com o argumento de que está cercado de inimigos, é permanentemente ameaçado e precisa se defender.
O pessoal que estava nos navios prometia quebrar o bloqueio a Gaza e providenciar ajuda humanitária aos civis ilhados. Uma provocação? Claro. E legítima.
A reação israelense foi um erro grave, até porque não é mais possível se agarrar a uma só potência, os EUA, especialmente quando ela enfrenta resistências, exportou uma crise para todo o mundo, tem futuro imprevisível e -pior- acaba de ser cutucada no fígado: um dos nove mortos era turco-americano.
O Irã estava isolado? Israel também está. Radicais se autoalimentam e radicalismo destrói.
Com a palavra, Barack Obama.
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