DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Os especialistas sempre terão explicações para as flutuações das pesquisas, como vem ocorrendo nesta disputa presidencial. Mas o fato é que o resultado do Ibope, confirmando praticamente todos os índices do Datafolha, e na sequência de duas pesquisas imediatamente anteriores, comprova que o País está dividido eleitoralmente, clima que deverá prevalecer na campanha.
Os 39% de José Serra registrados pelo Datafolha e confirmados pelo Ibope, indicam que o candidato do PSDB tem uma votação sólida e um eleitorado fiel, o que o mantém nesse patamar desde antes do lançamento formal de sua candidatura. Ele registra pequenas oscilações, para cima e para baixo, que não alteram essa performance de intenção de voto.
O que reforça a solidez da candidatura é também o fato de a pesquisa ter sido feita no momento mais negativo da campanha do PSDB, quando a crise do vice foi o melhor retrato. E enfrentando três poderosas máquinas - do PT, do PMDB e do governo, cujo cabo eleitoral, Lula, ostenta índice recorde de popularidade, na casa dos 80%.
A ascensão da candidata Dilma Rousseff e a permanência de Marina Silva na faixa dos 10% eram previstos. O que deixou de ser dúvida é a capacidade de o presidente Lula transferir votos numa proporção capaz de consolidar uma candidata sem nenhum recall político.
Lula levou Dilma ao patamar de Serra e agora a disputa é pelo eleitor que não se decidiu ainda. É quando ganham importância os debates que a candidata do PT-PMDB tem evitado por estratégia de seus marqueteiros.
As pesquisas são parte importante de qualquer processo eleitoral, funcionam como termômetro indispensável para avaliar situações regionais, monitorar votos de segmentos específicos, orientar ajustes naturais de campanha. Mas, no contexto de um eleitorado polarizado, como as próprias pesquisas vêm mostrando, não servem para autorizar avaliações de tendência em favor de um dos dois candidatos principais.
Serra reforça base regional
Feito o acordo, o PSDB prepara a fatura política a ser apresentada ao DEM. Com vice definido e com as pesquisas reafirmando sua competitividade, o candidato José Serra vai cobrar engajamento do principal aliado em todo o País, em busca de mais organicidade na campanha.
Nesse contexto, a palavra-chave é militância, no lugar do apoio meramente formal e burocrático que vinha caracterizando o comportamento do aliado.
Serra foi aconselhado a criar comitês estaduais que garantam recursos e suporte político à base da aliança, reduzindo o risco de ter candidatos dosando o empenho na crítica ao governo federal.
A providência facilitaria a administração de uma política pragmática que submeta as conveniências regionais ao projeto nacional, aspecto em que a aliança PT-PMDB exibe notória dianteira.
A dificuldade de encontrar um discurso crítico que , sem negar a bonança econômica, convença o eleitor da necessidade de mudança, é extensiva aos candidatos estaduais, cujo instinto de sobrevivência fala mais alto.
O PSDB avalia que, até aqui, o excesso de cuidado com Lula transformou-se em reverência. Não se deve fazer uma campanha anti-Lula, mas daí a adotar um discurso inócuo de oposição vai uma grande distância, resume um integrante da campanha.
Essa estratégia exige administração direta do candidato, ou da cúpula partidária, e os comitês seriam o instrumento dessa proximidade permanente.
"Não tinha jeito, ou a gente aderia, ou fazia oposição"
(José Eduardo Dutra, presidente do PT, sobre o drama do partido ante o sucesso do Plano Real)
"Ininquadrável"
Com o fim das convenções, e definida a geografia política das campanhas, o conselho político de Dilma Rousseff (PT) reúne-se amanhã para definir sua presença nos palanques e nas gravações para aliados no rádio e na TV. Ela vai fazer tudo o que puder, "mas o presidente Lula é ininquadrável", diz José Eduardo Dutra, presidente do PT. E avisa: "Lula só vai colocar sua popularidade a favor de quem ele quiser."
Oposição ao êxito
Ainda do presidente do PT, ao comentar o momento da campanha de José Serra: "A situação deles hoje é um pouco como a nossa em 1994. Temos um governo muito bem avaliado, como era o de Fernando Henrique Cardoso, no auge do Plano Real. Não tinha jeito, ou a gente aderia, ou fazia oposição."
A Carta de Serra
José Serra terá a sua Carta aos Brasileiros, em defesa das conquistas sociais de FHC e de Lula. É o antídoto contra a campanha do PT que lhe atribui a intenção de revogá-las.
Nem tão amigos
A versão do PSDB para a troca de Álvaro Dias por Índio da Costa como vice de Serra é de que o primeiro saiu porque seu irmão, Osmar, o traiu e ao partido, inviabilizando a estratégia tucana no Paraná ; e que seu sucessor foi escolha pessoal de Serra, à revelia da família Maia - Cesar e o filho Rodrigo, presidente do DEM - que estariam rompidos com o deputado.
Sem vice
Com a filiação suspensa pela direção nacional, o presidente do PMDB de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira, manteve a candidatura a vice na chapa do senador Raimundo Colombo (DEM), para reeditar a tríplice aliança DEM, PSDB e PMDB que comanda o Estado há anos. Amanhã, o TRE decide se nega o registro de Moreira, como pede o PMDB, hipótese que deixaria o DEM sem vice.
É DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os especialistas sempre terão explicações para as flutuações das pesquisas, como vem ocorrendo nesta disputa presidencial. Mas o fato é que o resultado do Ibope, confirmando praticamente todos os índices do Datafolha, e na sequência de duas pesquisas imediatamente anteriores, comprova que o País está dividido eleitoralmente, clima que deverá prevalecer na campanha.
Os 39% de José Serra registrados pelo Datafolha e confirmados pelo Ibope, indicam que o candidato do PSDB tem uma votação sólida e um eleitorado fiel, o que o mantém nesse patamar desde antes do lançamento formal de sua candidatura. Ele registra pequenas oscilações, para cima e para baixo, que não alteram essa performance de intenção de voto.
O que reforça a solidez da candidatura é também o fato de a pesquisa ter sido feita no momento mais negativo da campanha do PSDB, quando a crise do vice foi o melhor retrato. E enfrentando três poderosas máquinas - do PT, do PMDB e do governo, cujo cabo eleitoral, Lula, ostenta índice recorde de popularidade, na casa dos 80%.
A ascensão da candidata Dilma Rousseff e a permanência de Marina Silva na faixa dos 10% eram previstos. O que deixou de ser dúvida é a capacidade de o presidente Lula transferir votos numa proporção capaz de consolidar uma candidata sem nenhum recall político.
Lula levou Dilma ao patamar de Serra e agora a disputa é pelo eleitor que não se decidiu ainda. É quando ganham importância os debates que a candidata do PT-PMDB tem evitado por estratégia de seus marqueteiros.
As pesquisas são parte importante de qualquer processo eleitoral, funcionam como termômetro indispensável para avaliar situações regionais, monitorar votos de segmentos específicos, orientar ajustes naturais de campanha. Mas, no contexto de um eleitorado polarizado, como as próprias pesquisas vêm mostrando, não servem para autorizar avaliações de tendência em favor de um dos dois candidatos principais.
Serra reforça base regional
Feito o acordo, o PSDB prepara a fatura política a ser apresentada ao DEM. Com vice definido e com as pesquisas reafirmando sua competitividade, o candidato José Serra vai cobrar engajamento do principal aliado em todo o País, em busca de mais organicidade na campanha.
Nesse contexto, a palavra-chave é militância, no lugar do apoio meramente formal e burocrático que vinha caracterizando o comportamento do aliado.
Serra foi aconselhado a criar comitês estaduais que garantam recursos e suporte político à base da aliança, reduzindo o risco de ter candidatos dosando o empenho na crítica ao governo federal.
A providência facilitaria a administração de uma política pragmática que submeta as conveniências regionais ao projeto nacional, aspecto em que a aliança PT-PMDB exibe notória dianteira.
A dificuldade de encontrar um discurso crítico que , sem negar a bonança econômica, convença o eleitor da necessidade de mudança, é extensiva aos candidatos estaduais, cujo instinto de sobrevivência fala mais alto.
O PSDB avalia que, até aqui, o excesso de cuidado com Lula transformou-se em reverência. Não se deve fazer uma campanha anti-Lula, mas daí a adotar um discurso inócuo de oposição vai uma grande distância, resume um integrante da campanha.
Essa estratégia exige administração direta do candidato, ou da cúpula partidária, e os comitês seriam o instrumento dessa proximidade permanente.
"Não tinha jeito, ou a gente aderia, ou fazia oposição"
(José Eduardo Dutra, presidente do PT, sobre o drama do partido ante o sucesso do Plano Real)
"Ininquadrável"
Com o fim das convenções, e definida a geografia política das campanhas, o conselho político de Dilma Rousseff (PT) reúne-se amanhã para definir sua presença nos palanques e nas gravações para aliados no rádio e na TV. Ela vai fazer tudo o que puder, "mas o presidente Lula é ininquadrável", diz José Eduardo Dutra, presidente do PT. E avisa: "Lula só vai colocar sua popularidade a favor de quem ele quiser."
Oposição ao êxito
Ainda do presidente do PT, ao comentar o momento da campanha de José Serra: "A situação deles hoje é um pouco como a nossa em 1994. Temos um governo muito bem avaliado, como era o de Fernando Henrique Cardoso, no auge do Plano Real. Não tinha jeito, ou a gente aderia, ou fazia oposição."
A Carta de Serra
José Serra terá a sua Carta aos Brasileiros, em defesa das conquistas sociais de FHC e de Lula. É o antídoto contra a campanha do PT que lhe atribui a intenção de revogá-las.
Nem tão amigos
A versão do PSDB para a troca de Álvaro Dias por Índio da Costa como vice de Serra é de que o primeiro saiu porque seu irmão, Osmar, o traiu e ao partido, inviabilizando a estratégia tucana no Paraná ; e que seu sucessor foi escolha pessoal de Serra, à revelia da família Maia - Cesar e o filho Rodrigo, presidente do DEM - que estariam rompidos com o deputado.
Sem vice
Com a filiação suspensa pela direção nacional, o presidente do PMDB de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira, manteve a candidatura a vice na chapa do senador Raimundo Colombo (DEM), para reeditar a tríplice aliança DEM, PSDB e PMDB que comanda o Estado há anos. Amanhã, o TRE decide se nega o registro de Moreira, como pede o PMDB, hipótese que deixaria o DEM sem vice.
É DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
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