domingo, 4 de julho de 2010

De táticas e vacilos:: Valdo Cruz

DEU NA FOLHA DE S. PAULO

BRASÍLIA - Dependesse apenas da vontade do brasileiro, ele ainda teria mais uma semana de fantasia, sonhando com o Brasil na final da Copa, no próximo domingo.

Só que a seleção foi mandada mais cedo para casa, e o eleitor terá de cair na real e seguir outro jogo: o da campanha eleitoral, que começa oficialmente na terça.

Após a fase de preparação, a partida está empatada entre Serra e Dilma. Daqui em diante, o que pode definir são detalhes ou vacilos, tais como os que a seleção brasileira cometeu no jogo contra a Holanda.

Os tucanos iniciam o jogo aliviados. Diante das últimas trapalhadas, o empate tem até certo gosto de vitória. Os petistas se dizem satisfeitos, mas não escondem que esperavam um placar melhor.

Presidente do PT, José Eduardo Dutra desconversa. Lembra que, no ano passado, apostava que o campeonato começaria com os dois candidatos empatados. Bingo.

Agora, prevê que a petista Dilma termine o primeiro turno na frente do tucano. Ganha sem prorrogação?

Depende do desempenho de Marina Silva. Se ela repetir o caminho de Heloisa Helena, que começou com 12% e terminou com 6% em 2006, dá pra ganhar.

O fato é que os dois times entram no gramado com táticas diferentes. Dilma acredita ser possível e vai trabalhar para liquidar a partida no primeiro turno. Por quê?

Porque ainda há eleitores que desejam votar no candidato de Lula e não conhecem Dilma, sem falar nos que aprovam o seu governo e optam pelo tucano. Ou seja, há espaço em campo para a petista ocupar.

Basta adotar a tática certa.

O time de Serra admite que vencer no primeiro turno é tarefa difícil. Talvez se o "imponderável" entrar em campo ou o adversário vacilar. Daí que a missão é levar a eleição para a prorrogação.

Depois, contar que o craque do jogo, o presidente Lula, não esteja num dia bom e só receba bola quadrada de sua pupila. Enfim, preparem suas vuvuzelas.

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