DEU NO JORNAL DA CIDADE DE PINDAMONHANGABA/SP
Alguns analistas políticos estão cobrando da presidente eleita um ministério que refletisse mais a sua personalidade, bem como, supondo que esse montado até o momento seria um gabinete provisório e que, mais a frente, a presidente trataria de fazer valer uma nova composição que, esta sim, seria a sua cara.
Isso parece mais ato de fé, aposta ou fuxico. Ao contrário disso, a meu ver, o ministério até agora apresentado reflete exatamente o que foi proposto na campanha e traz a fisionomia exata de Dilma Roussef, ou seja, é a cara de Lula.
Mantém a essência do Governo atual: reafirma a política econômica dos juros altos e do paraíso da ciranda financeira nacional e internacional, com a dupla Mantega e Tombini; mantém a aliança conservadora com as oligarquias bem exemplificada nos ministros do PMDB de Sarney e do PR de Nascimento; sustenta a aristocracia sindical e a pragmática corrente majoritária do PT no comando dos grandes negócios, dos fundos de pensão e das importantes áreas do petróleo, da comunicação, do PAC 2 e do Palácio com Bernardo, Belchior, Carvalho, Palocci, Gabriele e, completando, distribui aos companheiros e aliados “mais à esquerda”, posições e cargos menos determinantes no jogo principal, com Cardoso, Orlando, Patriota, etc etc etc.
A continuidade ou a mudança dessa composição de forças no decorrer do governo não decorrerá da vontade ou da personalidade da presidente, mas da capacidade de serem mantidos os compromissos de campanha, dos resultados objetivos do exercício do governo, do desenvolvimento econômico e da postura das oposições e da sociedade civil.
Na verdade a mudança (ou a revelação da verdade) já começa antes mesmo da posse.
Diferentemente do mundo cor-de-rosa da campanha, sem dó nem piedade, o Ministro da Fazenda, atual e vindouro, e o Ministro do Planejamento, futuro Ministro das Comunicações, determinam e anunciam cortes drásticos no orçamento, até mesmo no sacrossanto PAC; falam com vigor em corte nas emendas parlamentares e em barrar no Congresso a aprovação a PEC 300 e evitar qualquer aumento real do salário mínimo.
Por seu lado, o Banco Central, ainda com Meirelles à frente, mas com total apoio do futuro presidente Tombini, em pleno período natalino, manda enxugar o crédito na praça e determina o aumento os depósitos compulsórios dos bancos.
Ou seja, abrem-se agora, logo após as eleições e antes da posse, os sacos de maldades.
Mesmo assim, enquanto ainda é período de festa, de comemorações e, principalmente, de negociações para indicação de nomes para os cargos do primeiro, segundo, terceiro e demais escalões da administração, tudo é lindo e maravilhoso e a lua de mel segue feliz, como nunca antes nesse país.
Urbano Patto é Arquiteto Urbanista, Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional e membro do Conselho de Ética do Partido Popular Socialista - PPS - do Estado de São Paulo. Críticas e sugestões: urbanopatto@hotmail.com
Alguns analistas políticos estão cobrando da presidente eleita um ministério que refletisse mais a sua personalidade, bem como, supondo que esse montado até o momento seria um gabinete provisório e que, mais a frente, a presidente trataria de fazer valer uma nova composição que, esta sim, seria a sua cara.
Isso parece mais ato de fé, aposta ou fuxico. Ao contrário disso, a meu ver, o ministério até agora apresentado reflete exatamente o que foi proposto na campanha e traz a fisionomia exata de Dilma Roussef, ou seja, é a cara de Lula.
Mantém a essência do Governo atual: reafirma a política econômica dos juros altos e do paraíso da ciranda financeira nacional e internacional, com a dupla Mantega e Tombini; mantém a aliança conservadora com as oligarquias bem exemplificada nos ministros do PMDB de Sarney e do PR de Nascimento; sustenta a aristocracia sindical e a pragmática corrente majoritária do PT no comando dos grandes negócios, dos fundos de pensão e das importantes áreas do petróleo, da comunicação, do PAC 2 e do Palácio com Bernardo, Belchior, Carvalho, Palocci, Gabriele e, completando, distribui aos companheiros e aliados “mais à esquerda”, posições e cargos menos determinantes no jogo principal, com Cardoso, Orlando, Patriota, etc etc etc.
A continuidade ou a mudança dessa composição de forças no decorrer do governo não decorrerá da vontade ou da personalidade da presidente, mas da capacidade de serem mantidos os compromissos de campanha, dos resultados objetivos do exercício do governo, do desenvolvimento econômico e da postura das oposições e da sociedade civil.
Na verdade a mudança (ou a revelação da verdade) já começa antes mesmo da posse.
Diferentemente do mundo cor-de-rosa da campanha, sem dó nem piedade, o Ministro da Fazenda, atual e vindouro, e o Ministro do Planejamento, futuro Ministro das Comunicações, determinam e anunciam cortes drásticos no orçamento, até mesmo no sacrossanto PAC; falam com vigor em corte nas emendas parlamentares e em barrar no Congresso a aprovação a PEC 300 e evitar qualquer aumento real do salário mínimo.
Por seu lado, o Banco Central, ainda com Meirelles à frente, mas com total apoio do futuro presidente Tombini, em pleno período natalino, manda enxugar o crédito na praça e determina o aumento os depósitos compulsórios dos bancos.
Ou seja, abrem-se agora, logo após as eleições e antes da posse, os sacos de maldades.
Mesmo assim, enquanto ainda é período de festa, de comemorações e, principalmente, de negociações para indicação de nomes para os cargos do primeiro, segundo, terceiro e demais escalões da administração, tudo é lindo e maravilhoso e a lua de mel segue feliz, como nunca antes nesse país.
Urbano Patto é Arquiteto Urbanista, Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional e membro do Conselho de Ética do Partido Popular Socialista - PPS - do Estado de São Paulo. Críticas e sugestões: urbanopatto@hotmail.com
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