Artigo de Serra acentua divisão interna no PSDB
Entre críticas e elogios ao texto, tucanos e seus aliados concordam com a necessidade de unir mais a oposição
Adriana Vasconcelos e Flávio Freire
BRASÍLIA. Ao cobrar ontem, em artigo publicado no GLOBO, uma ação mais vigorosa da oposição, o ex-candidato tucano à Presidência José Serra acabou acentuando a divisão interna no PSDB. Embora o presidente do partido, deputado Sérgio Guerra (PE), tenha elogiado Serra, ressaltando a importância de sua participação ativa no cenário político nacional, as observações de Serra não foram bem recebidas por alguns setores do PSDB.
- Serra reclama da falta de oposição, mas, na campanha dele, ano passado, o slogan foi "O Brasil pode mais", que passava a ideia de continuidade do que vinha sendo feito por Lula. Essa foi a oposição que ele fez - criticou o deputado Márcio Bittar (PSDB-AC).
Para Guerra, porém, as ponderações de Serra merecem a reflexão de todos os tucanos. Ele discordou que o PSDB esteja vivendo uma crise interna. No artigo, Serra acusou o partido de não saber fazer oposição e destacou o risco de a legenda se apequenar, frustrando os 44 milhões de eleitores que votaram nele no segundo turno. E condenou disputas entre companheiros.
- Não vejo essa tal crise no PSDB. Agora mesmo, acabamos de eleger os líderes das nossas bancadas na Câmara e no Senado por unanimidade. Uma parcela grande de deputados e senadores me indicou para disputar a reeleição para a presidência do partido. Agora, a preocupação de Serra em unir a oposição é sensata. Aliás, o partido não quer nada diferente disso - disse Guerra.
O líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira, concordou com a preocupação de Serra quanto às divergências internas.
- Mas é natural que, num partido como o PSDB, com tantas lideranças, se acabe gerando expectativas sobre um ou outro - disse.
Para o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), o artigo de Serra mereceu apenas elogios:
- Muito bom. É o Serra velho de guerra de volta, animado e combativo.
Já o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), foi irônico:
- Fico feliz que o Serra esteja falando isso agora. Muitas das matérias que queríamos ter votado no Congresso no ano passado, em favor dos aposentados e dos trabalhadores, não foram levadas adiante por causa do Serra, que, como candidato à Presidência, pediu para que não votássemos.
O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que se candidatou ao governo do estado apenas para dar palanque a Serra em Pernambuco, chegou a ler o artigo no plenário do Senado.
Para Roberto Freire, presidente do PPS, partido que formou aliança com Serra, a oposição, "embora dividida", está exercendo seu papel:
- A oposição está, sim, um pouco dividida, mas a oposição está presente. Seja na discussão do salário mínimo, nas críticas à ausência de investimento e aos apagões.
O líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza, ironizou o artigo de Serra. Segundo o petista, a discussão colocada pelo tucano parece mais "um acerto de contas dele com seus aliados".
Entre críticas e elogios ao texto, tucanos e seus aliados concordam com a necessidade de unir mais a oposição
Adriana Vasconcelos e Flávio Freire
BRASÍLIA. Ao cobrar ontem, em artigo publicado no GLOBO, uma ação mais vigorosa da oposição, o ex-candidato tucano à Presidência José Serra acabou acentuando a divisão interna no PSDB. Embora o presidente do partido, deputado Sérgio Guerra (PE), tenha elogiado Serra, ressaltando a importância de sua participação ativa no cenário político nacional, as observações de Serra não foram bem recebidas por alguns setores do PSDB.
- Serra reclama da falta de oposição, mas, na campanha dele, ano passado, o slogan foi "O Brasil pode mais", que passava a ideia de continuidade do que vinha sendo feito por Lula. Essa foi a oposição que ele fez - criticou o deputado Márcio Bittar (PSDB-AC).
Para Guerra, porém, as ponderações de Serra merecem a reflexão de todos os tucanos. Ele discordou que o PSDB esteja vivendo uma crise interna. No artigo, Serra acusou o partido de não saber fazer oposição e destacou o risco de a legenda se apequenar, frustrando os 44 milhões de eleitores que votaram nele no segundo turno. E condenou disputas entre companheiros.
- Não vejo essa tal crise no PSDB. Agora mesmo, acabamos de eleger os líderes das nossas bancadas na Câmara e no Senado por unanimidade. Uma parcela grande de deputados e senadores me indicou para disputar a reeleição para a presidência do partido. Agora, a preocupação de Serra em unir a oposição é sensata. Aliás, o partido não quer nada diferente disso - disse Guerra.
O líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira, concordou com a preocupação de Serra quanto às divergências internas.
- Mas é natural que, num partido como o PSDB, com tantas lideranças, se acabe gerando expectativas sobre um ou outro - disse.
Para o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), o artigo de Serra mereceu apenas elogios:
- Muito bom. É o Serra velho de guerra de volta, animado e combativo.
Já o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), foi irônico:
- Fico feliz que o Serra esteja falando isso agora. Muitas das matérias que queríamos ter votado no Congresso no ano passado, em favor dos aposentados e dos trabalhadores, não foram levadas adiante por causa do Serra, que, como candidato à Presidência, pediu para que não votássemos.
O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que se candidatou ao governo do estado apenas para dar palanque a Serra em Pernambuco, chegou a ler o artigo no plenário do Senado.
Para Roberto Freire, presidente do PPS, partido que formou aliança com Serra, a oposição, "embora dividida", está exercendo seu papel:
- A oposição está, sim, um pouco dividida, mas a oposição está presente. Seja na discussão do salário mínimo, nas críticas à ausência de investimento e aos apagões.
O líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza, ironizou o artigo de Serra. Segundo o petista, a discussão colocada pelo tucano parece mais "um acerto de contas dele com seus aliados".
FONTE: O GLOBO
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