A crise da divida na Europa e a ameaça da volta de recessão derrubaram as Bolsas pelo mundo. A queda passou dos 4% entre as europeias e foi de 2% na Ásia. A Bovespa caiu 2,71%.
Os juros da dívida italiana subiram de novo. Para Angela Merkel, Itália e Grécia vivem situações "extremamente frágeis"
Fantasma da dívida e risco de recessão derrubam Bolsas
Mercados de ações caem mais de 4% na Europa e 2,7% em São Paulo; juros da dívida italiana voltam a subir
Chanceler alemã Angela Merkel afirma que Grécia e Itália se encontram em situação "extremamente frágil"
Das agências de notícias
A crise da dívida na Europa e a chance de volta da recessão ao mundo desenvolvido derrubaram as Bolsas ontem. Os juros dos títulos da dívida da Itália - alvo de rumores ontem de que teria a nota de risco rebaixada - e da Espanha subiram a níveis próximos aos de antes de o BCE (Banco Central Europeu) começar a intervir para baixar o custo da dívida desses países, há um mês.
Na Europa, as Bolsas fecharam em queda de mais de 4% e na Ásia, caíram em torno de 2%. As Bolsas dos EUA não abriram porque era feriado no país ontem. A Bolsa de São Paulo caiu 2,71%, seguindo os resultados europeus. O dólar fechou em alta de 0,85%, a R$ 1,650, a maior cotação desde o fim de março.
Segundo analistas, os mercados ainda reagiram ontem à geração zero de emprego nos Estados Unidos, dado divulgado na última sexta-feira. O indicador mostra como a economia americana tem dificuldade em se recuperar. Na Europa, o temor ainda gira em torno da dívida soberana da Itália e da Grécia e a saúde financeira dos bancos. Segundo a agência Reuters, a chanceler alemã Angela Merkel disse reservadamente a um grupo de parlamentares que a situação na Grécia e na Itália é extremamente frágil.
No domingo, a diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, alertou para o risco de recessão global "em espiral" (ou seja, um contágio da crise) e cobrou medidas de austeridade dos governos.
PACOTE
O premiê italiano, Silvio Berlusconi, precisa aprovar no Parlamento as revisões feitas no pacote para ajustar as contas públicas em € 45,5 bilhões (R$ 106 bilhões).
As mudanças foram criticadas por trocarem medidas concretas -como o imposto sobre os ricos- por outras incertas, como a previsão de aumentar a receita com ações contra sonegação fiscal.
Diante das incertezas sobre as contas públicas, os juros dos títulos da dívida italiana com vencimento em dez anos subiram a 5,54%. Essas taxas ultrapassavam 6% entre o fim de julho e o início de agosto, mas caíram para menos de 5% quando o BCE começou a intervir comprando papéis da dívida.
Mas o futuro presidente do BCE, o italiano Mario Draghi, ajudou a ampliar as incertezas do mercado ao lembrar que as intervenções da instituições são temporárias.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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