terça-feira, 20 de setembro de 2011

Greve de 37 dias deixa 13 mil sem aula no Pedro II

Professores querem 14,75% de aumento, mas Ministério da Educação oferece 4%. Pais de estudantes se mobilizam e fazem manifestação pelo fim da paralisação

Bruno Menezes

Rio - A greve dos servidores federais de educação completa hoje 37 dias e, mesmo com uma assembleia marcada para esta terça-feira, os professores não têm data para voltar às salas de aula. Aproximadamente 13 mil alunos do Colégio Pedro II estão sem aulas desde 15 de agosto. Os jovens já pensam nos prejuízos que terão com os vestibulares.

O comando de greve aguarda nova proposta do Ministério da Educação, prometida pelo ministro Fernando Haddad para amanhã. O MEC ofereceu 4% de aumento para os professores e concurso público para reforçar o quadro do Pedro II com mais 300 profissionais ainda este ano.

A categoria, no entanto, espera do MEC e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) a garantia de reajuste de 14,75% e de que 10% do Produto Interno Bruto (PIB) sejam destinados à melhorias na educação.

Com a proximidade dos vestibulares, muitos alunos correm contra o tempo e adotam medidas alternativas para não fazer feio nos exames. “Temos que dar um jeito de correr atrás, sem deixar a peteca cair. A situação não pode permanecer como está”, reclama Maurílio Torres, 17 anos, que faz parte do movimento de greve. Diretora do grêmio da unidade São Cristóvão, Alexsandra Menezes, 17, crê num final feliz: “Espero que o MEC olhe por nós”.
Alunas do 6º ano do Ensino Fundamental, Maria Eduarda Menezes e Cláudia Pacheco, de 11 anos, só têm aula uma vez por semana. “Temos prejuízos com isso, mas as reivindicações são justas. É preciso que o Pedro II volte a ser um colégio de ponta”, diz Gabriele Nascimento, 18, do 3º ano do Ensino Médio.

Paralisação poupa alunos até o 5º ano

Na reunião do comando de greve, ontem, professores e alunos debateram sobre os avanços nas negociações. Por enquanto, alunos do 1º ao 5º anos do Ensino Fundamental foram poupados da greve. “Estamos num momento delicado, já que só agora o ministro Haddad abriu a possibilidade de diálogo com a categoria. Mas, é preciso mais adesões. Precisamos que os pais dos alunos também se envolvam”, roga o professor Raimundo Dória.

Protesto pela volta às aulas

Pais de alunos apoiam as reivindicações, mas acham que a greve deve acabar. “Antes, era porque não havia negociação. Agora, isso já existe. Já existem propostas. Então, não podemos deixar os alunos pagarem por isso”, diz Márcia Maranhão, que participou de manifestação, no início da noite em frente ao Colégio Pedro II do Humaitá.

FONTE: O DIA

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