Questionado por supostas irregularidades, ministro do Trabalho diz que "só deixa o cargo se presidente mandar"
Cúpula do partido tem reunião hoje em Brasília para discutir a permanência de pedetista no governo
Catia Seabra, Andréia Sadi
BRASÍLIA - O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, lançou uma ofensiva para enquadrar pedetistas da Câmara e do Senado na reunião do partido que acontece hoje.
Em conversa com integrantes da Executiva da legenda, entre eles o ex-deputado Mário Heringer (MG) e o presidente interino da sigla, André Figueiredo (CE), Lupi avisou que "só deixará o ministério se Dilma mandar".
No comando da estrutura partidária, Lupi exigirá que os parlamentares -muitos deles defensores de sua demissão- submetam-se às decisões do PDT.
"Quem decide é a estrutura do partido. Tem muita gente falando muita coisa. Mas, quando o partido decidir, eles vão ter que respeitar", afirmou o secretário-geral do PDT, Manoel Dias.
Adotando um tom bem mais ameno nas declarações em relação ao início da crise, quando disse na Câmara que só deixaria o cargo "abatido a bala", Lupi disse ontem que está "preparado para a luta".
"O partido não teme perder o ministério. O ministério é da presidente Dilma Rousseff, e o PDT apoia o governo", afirmou o ministro, após participar de evento na sede da pasta do Trabalho no Rio.
O ministro vem sendo questionado por supostas irregularidades em convênios firmados pelo ministério com ONGs. A situação se agravou com a revelação de que o ministro cumpriu agenda no Maranhão usando avião providenciado pelo empresário Adair Meira, dono de ONGs com contrato com a pasta.
Lupi negou o uso do avião. Mas, confrontado com a versão do empresário, voltou atrás e atribuiu o equívoco a uma falha de memória.
Parceiro de Lupi no PDT, Weverton Rocha (MA) disse que o ministro convocou os dirigentes do partido para "que a decisão da maioria seja acatada" pelos rebeldes.
Ainda ontem, véspera da reunião, parlamentares, como os senadores Pedro Taques (MT) e Cristovam Buarque (DF), diziam-se excluídos da lista do encontro da sigla.
"Não fui convidado. Se eu for, vou reiterar minha posição pelo afastamento do ministro", disse o deputado José Antônio Reguffe (DF).
O presidente do partido nega que tenha excluído os parlamentares do encontro.
Originalmente, o PDT fora convocado para uma reunião no sábado passado. Lupi, porém, foi aconselhado a adiar até que a crise esfriasse.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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