O ministro Gilmar Mendes, do Supremo, acusou gângsteres de divulgar informações falsas contra ele — como a de que teria viajado à Alemanha por conta de Cachoeira — para atingir o tribunal e tentar melar o julgamento do mensalão. "As notícias que me chegaram era de que ele (Lula) era a central de divulgação disso", afirmou. E apresentou recibos para provar que a viagem foi paga pelo STF. "Para esclarecer tudo isso, bastava um telefonema para a embaixada. Não precisava se fazer essa rede de intriga."
A gente está lidando com gângsteres. Vamos deixar claro: estamos lidando com bandidos, que ficam plantando essas informações"
"Claro que isso é uma armação. Mas não é para me atingir. Era para atingir o tribunal, criar um clima de corrupção geral"
Gilmar Mendes critica ação de "gângsteres"
Diego Abreu
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atribuiu a "gângsteres", "bandidos" e "chantagistas" a plantação de informações que têm atingido a Corte e, inclusive, a de que ele teria usado avião fornecido pelo grupo do contraventor Carlinhos Cachoeira no retorno de uma viagem à Alemanha, em abril do ano passado. Mendes afirmou que essas pessoas, que agem com "uma lógica burra, irresponsável e imbecil", têm orquestrado ações para atingir a imagem da Suprema Corte com o objetivo de "melar" o julgamento do mensalão.
Em entrevista concedida a jornalistas na tarde de ontem, antes de ingressar no plenário da 2ª Turma do STF, o ministro apresentou documentos que comprovariam que ele viajou em voo da TAM no trecho Guarulhos-Brasília. As passagens entre o Brasil e a Europa foram custeadas pelo Supremo, uma vez que, conforme o ministro, ele foi proferir uma aula na Universidade de Granada, na Espanha, onde tem assento de professor.
Gilmar Mendes relata que arcou com os valores referentes aos deslocamentos internos que fez com a esposa entre Granada e Berlim, na Alemanha, onde o casal se encontrou com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e a mulher. "Estive com o embaixador Everton Vargas (em Berlim), que foi designado pelo Lula. Quem vai para Berlim clandestinamente vai à embaixada? Coisa de moleque e de baixa inteligência. É gente que não tem nem um neurônio. Para esclarecer tudo isso, bastava um telefonema para a embaixada. Não precisava se fazer essa rede de intriga que está se fazendo. Chega disso!", esbravejou Mendes.
Embora tenha negado a informação de que voltou da viagem à Europa em abril de 2011 na companhia de Demóstenes, o ministro admitiu ter viajado em duas ocasiões de Brasília para Goiânia em aeronaves particulares a convite do senador. "Se o Demóstenes me oferecesse uma carona naquela época, eu poderia aceitar tranquilamente. Eu estava relacionando com o senador que tinha o mais alto conceito na República. Até pouco tempo, nós discutíamos com ele todos os projetos, ele esteve aqui comigo para a reformulação da Corregedoria. Ele vinha para cá com projetos republicanos", disse Gilmar Mendes, sobre a relação que mantinha com o senador acusado de fazer parte do esquema comandado com Carlinhos Cachoeira.
"Central de divulgação"
Irritado e usando um tom de voz ríspido, o ministro afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era a "central de divulgação" de informações falsas que circulam contra os ministros do Supremo. "Lula recebeu esse tipo de informação. Gente que o subsidiou com esse tipo de informação e ele acreditou nela. Vamos encerrar com isso. As notícias que me chegaram eram de que ele era a central de divulgação disso. O próprio (ex) presidente", frisou Mendes.
O ministro observou que há um nítido movimento de pessoas que tentam coagir o Supremo. "O objetivo era melar o julgamento do mensalão. Dizer que o Judiciário está envolvido em uma rede de corrupção. Tentaram fazer isso com o (procurador-geral da República, Roberto) Gurgel e estão tentando fazer isso agora."
Mendes alertou que tem se posicionado pela rapidez no julgamento do mensalão para que o Supremo não fique desmoralizado. Ele lembra que dois ministros vão se aposentar este ano: Cezar Peluso e o atual presidente da Corte, Carlos Ayres Britto. "Vão sair dois experientes juízes, que participaram do julgamento anterior (da recepção da denúncia do mensalão), virão dois novos, contaminados por uma onda de suspicácia. Por isso, o tribunal tem que julgar neste semestre e, por isso, essa pressão para que o tribunal não julgue. Vamos encerrar com isso."
O episódio repercutiu no mundo político após a publicação de materia na revista Veja, que relata um encontro de Gilmar Mendes com Lula no escritório de advocacia de Nelson Jobim, ex-presidente do Supremo e ex-ministro do governo Lula. Na reunião ocorrida no mês passado, segundo Mendes, Lula teria manifestado contrariedade em relação ao julgamento do mensalão e intimidado o ministro, ao citar a viagem a Berlim, dando a entender que o blindaria na CPI em troca do adiamento do mensalão. "É inconveniente julgar esse processo agora", teria dito Lula.
"O objetivo era melar o julgamento do mensalão. Dizer que o Judiciário está envolvido em uma rede de corrupção"
"Tentaram fazer isso com o (procurador-geral da República, Roberto) Gurgel e estão tentando fazer isso agora"
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE
Um comentário:
Que moral e ética tem esse ministro, hein?
Quem tá espalhando fofocas, mentiras e discórdias é ele.
Dalmo estava certo.
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