Walter Pinheiro e Cândido Vaccarezza chegaram a trocar insultos
Catia Seabra
BRASÍLIA - A blindagem do dono da empreiteira Delta, Fernando Cavendish, na CPI do Cachoeira expôs uma divisão no PT.
Na semana passada, horas antes da discussão sobre a convocação de Cavendish para depor na CPI, o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), e o deputado Cândido Vaccarezza (SP) protagonizaram um bate-boca. Os dois chegaram a trocar insultos após um jantar na casa de Vaccarezza.
A divisão frustrou os planos de emissários de governos e petistas próximos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contrários à convocação de Cavendish e do ex-diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) Luiz Antonio Pagot.
Temendo que o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) virasse alvo, o governo recomendou, segundo integrantes da comissão, que a investigação ficasse restrita ao esquema de Carlinhos Cachoeira. Rachado, o PT só concordou com o adiamento da votação das convocações.
Até então latente, a crise ficou evidente à 0h30 de quinta-feira, quando Pinheiro foi chamado à casa de Vaccarezza, onde aliados discutiam a estratégia para a sessão.
Sem se sentar, Pinheiro sugeriu que a base explorasse o pedido de convocação da presidente Dilma Rousseff para acusar a oposição de politização do debate. Sua ideia era derrubar a reunião da CPI da tarde seguinte.
Vaccarezza sugeriu que Pinheiro comprasse uma emissora de TV para que difundir seu ponto de vista. Pinheiro alegou que conversara com o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM) sobre a situação.
"Você e o Braga não sabem o que está acontecendo na CPI", disse Vacarezza.
"Só você sabe tudo", gritou Pinheiro, segundo participantes.
Sem acordo, petistas optaram por uma fórmula intermediária. Ainda assim, parlamentares do PMDB, PTB e PDT votaram pela convocação de Cavendish.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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