Ex-ministro usa seu blog para agradecer as mensagens de apoio e acusa
jornais de serem alinhados ao PSDB
Advogados de Dirceu aguardam a publicação da decisão e apostam em uma
mudança na composição do STF
José Ernesto Credendio
SÃO PAULOO - ex-ministro José Dirceu usou seu blog para comentar a carta que
seu filho e deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) publicou ontem na Folha,
divulgar mensagens de apoio que vem recebendo após ser condenado a dez anos e
dez meses pelo Supremo Tribunal Federal e tecer novos ataques à imprensa.
Logo pela manhã, Dirceu enviou uma mensagem ao filho. Na carta "A luta
do meu pai continua", Zeca disse que Dirceu "foi e é um
exemplo".
"Sei que ele vai sentir nas poucas linhas que lhe faço o quanto me
comoveu e a força que me dá sua mensagem. E a importância do carinho que me dão
ele, sua mãe Clara, sua filha Camila", escreveu. "Tenho orgulho de
você. Como nos anos duros da ditadura e da construção do PT, estou e estarei
sempre presente mesmo ausente. Juntos vamos vencer mais esse desafio. A verdade
e a justiça prevalecerão."
Em seguida, acusou os "jornalões" de serem alinhados ao PSDB e
disse que os meios de comunicação "não se tocaram até agora que a imprensa
não dá a vitória [em eleições] a ninguém".
Defesa
Os advogados de Dirceu aguardam a publicação do acórdão do STF para
apresentar os primeiros recursos.
O advogado José Luis Oliveira Lima diz que serão apresentados embargos
infringentes contra a condenação por formação de quadrilha, item que teve seis
votos contra e quatro a favor de Dirceu.
É um tipo de recurso formulado quando não há decisão unânime do tribunal.
Como dois ministros que condenaram Dirceu nesse item (Ayres Britto, que
deixa o STF neste ano, e Celso de Mello, que deve sair em 2013) não avaliariam
o recurso, a defesa espera que possa conseguir mais um voto. Seria suficiente
para empatar o placar e inocentar Dirceu, que assim escaparia de dois anos e 11
meses de prisão e da pena em regime fechado.
A defesa ainda teria como entrar com embargos declaratórios, recurso usado
para combater uma decisão quando há falta de clareza ou contradição. Porém, as
chances de vitória seriam menores.
Fonte: Folha de S. Paulo
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