Continua elevado o grau de imprevisibilidade sobre 2014. Joaquim Barbosa
será candidato? Marina Silva ressurgirá? Ciro Gomes desistiu de uma vez?
Eduardo Campos, a sensação do momento, seguirá carreira solo, desgarrando-se do
PT? O mensalão e as condenações cinematográficas de José Dirceu e de José
Genoino desgastarão ainda mais os candidatos petistas?
Ninguém tem as respostas. Nem há tampouco uma previsão sobre o principal: o
estado da economia daqui a dois anos. Um país em crescimento não é garantia de
vitória, mas é meio caminho andado.
A outra parte do caminho é o tamanho das alianças formais que são agregadas
a cada candidato a presidente. No Brasil, o favorito é quase sempre quem tem
mais tempo para fazer propaganda de rádio e de TV durante uma campanha. Esse
patrimônio se obtém com adesões.
Aí entram Gilberto Kassab e o seu PSD. A legenda tem o quarto maior tempo de
TV e rádio em eleições.
Dilma Rousseff recebeu Kassab para um jantar no Palácio da Alvorada
anteontem. Só os dois estavam à mesa. Ficou tudo encaminhado para o PSD apoiar
a reeleição da petista em 2014.
Sem pretender fazer juízo de valor sobre o conteúdo ideológico dessa
coalizão PT-PSD, é preciso reconhecer que essa é uma das principais obras de
engenharia eleitoral que o PT faz agora para 2014. Dilma está interditando o
tabuleiro. Terá três dos quatro maiores partidos ao seu lado (PT, PMDB e PSD) e
ainda pode manter dentro de seu campo PSB, PC do B, PDT e PR. Os fisiológicos
PTB e PP não estão descartados.
O horário de TV relevante que sobra para a oposição é o do PSDB e o do
depauperado DEM (hoje, quase um nanico). Falta, é claro, muito até 2014 chegar.
O grau de intangibilidade é alto. Mas o jantar entre Dilma e Kassab foi um fato
real que produziu uma aliança concreta para a reeleição da atual presidente.
Fonte: Folha de S. Paulo
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