Funcionários da linha de montagem do Classic, que deixa de ser feito em São José, foram informados por telegrama
Gustavo Porto
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos fará hoje um plantão para avaliar as demissões de operários na linha de montagem do Classic no complexo industrial da General Motors (GM) na cidade paulista. Segundo o secretário-geral do sindicato, Luiz Carlos Prates, o Mancha, o plantão será para contabilizar o número de metalúrgicos demitidos e qual será a estratégia do recurso a ser encaminhado à Justiça do Trabalho para tentar evitar os cortes.
Os metalúrgicos foram demitidos por telegrama às vésperas do Ano Novo, já que muitos estavam em licença remunerada e os poucos que ainda trabalhavam produziram as últimas unidades na primeira quinzena de dezembro.
No dia 23 de agosto, a GM, que na semana anterior havia fechado a linha de montagem do Classic, recuou da decisão, retomou a produção do veículo e prorrogou o Programa de Demissão Voluntária (PDV) até o início de setembro.
À época, a GM informou que dispensaria os funcionários que não aderissem ao PDV a partir de 1º de janeiro de 2014. Anteontem, a GM divulgou nota ratificando a decisão.
Estimativa do sindicato aponta que 304 dos 750 operários da linha de montagem aderiram ao PDV encerrado em setembro. O restante estava dividido entre os ativos e os em licença remunerada.
"Não significa que, acabado o prazo, eles poderiam demitir. Por isso, vamos ter de recorrer à Justiça do Trabalho", disse Mancha. "Não temos sequer um balanço, porque muitos funcionários estão viajando e a GM não comunicou quantos ainda estavam na produção ou em licença", completou.
A montadora, que manterá a produção do Classic em São Caetano do Sul e na Argentina, sempre atribuiu a decisão de encerrar produção do modelo em São José dos Campos aos custos da linha, os mais altos da América do Sul, de acordo com a GM. A montadora alegou ainda que no passado não chegou a um acordo com o sindicato para a produção de um novo veículo na planta industrial.
A novela na linha de produção do Classic começou há mais de dois anos e envolveu greves, paralisações e protestos após uma série de demissões após o final da produção de outros três modelos: Corsa, Zafira e Meriva. No pico de produção, mais de 2 mil metalúrgicos chegaram a trabalhar na montagem dos quatro veículos. As outras unidades da GM em São José estão em férias coletivas até 22 de janeiro e não serão afetadas pelos cortes. O complexo produz a picape S10 e o utilitário Trailblazer, além de motores e peças e emprega cerca de 7 mil pessoas.
A GM tem planos de investimentos de R$ 2,5 bilhões em uma possível nova fábrica no País. No entanto, a montadora ainda não definiu se a unidade será no Brasil e, caso isso ocorra, a unidade de São José dos Campos é uma das mais cotadas a receber o projeto.
Fonte: O Estado de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário