• Candidato diz que "improviso do projeto Marina" o fará crescer
Maria Lima – O Globo
RIO DE JANEIRO - Ainda apostando que o tempo o recolocará na disputa, na condição em que foi tirado pelo "imponderável", o candidato tucano Aécio Neves inicia uma semana decisiva em Minas Gerais e fará uma overdose de eventos em estados do Sul e em São Paulo, onde,na sexta e no sábado, fará um intensivão de 48 horas na capital e interior . Ele sabe que corre contra o tempo , mas ao avaliar apoios que se foram e estão voltando, acredita que o eleitor nos próximos 13dias vai descobrir o improviso da candidatura de Marina Silva (PSB) e voltará a depositar o voto útil capaz de derrotar o PT em sua candidatura: — É pouco tempo. Mas o tempo já fez a curva (nas pesquisas). Nunca acreditei na consistência do projeto da Marina. Não por falta de qualidades dela, mas pelo improviso.
Esse não foi um programa construído para ela. Aécio cita como mais um exemplo de conflito a disposição do PSB de fazer um novo programa para mudar tópicos relativos ao agronegócio para reduzir resistência no setor: — Qual é a Marina verdadeira? A que hoje abre os braços para o agronegócio ou a que queria inviabilizá-lo com a produção dos transgênicos? Ele admite que está tendo que se adaptar à realidade de uma outra eleição desde o "imponderável" que colocou Marina na disputa. Diz estar convencido de que fez tudo certo até aqui :a construção de um projeto alternativo ao PT coerente com a história do PSDB.— Foi um imponderável, mas a meu ver não decidiu a eleição. Criou uma eleição nova. É paradoxal.
O fato de a Marina ficar um ano fora da campanhas em ter que entrar em um contencioso mais grave, fez com que num primeiro momento ela crescesse vertiginosamente. Mas, por essa mesma razão, vai decrescer numa velocidade maior porque suas contradições e todas as áreas estão ficando visíveis. Ao relembrar o trágico 13 de agosto,quando sua campanha estava em curva consistente de subida para um segundo turno com Dilma Rousseff, Aécio diz que levou alguns dias para cair a ficha e acender a luz amarela sobre o estrago eleitoral que a morte do amigo Eduardo Campos faria em sua candidatura. — Demorei muito para fazer uma avaliação eleitoral. Fiquei muito chocado com o acidente , que não me saía da cabeça: será que o Eduardo deixou a vida desses moleques arrumada?
Imediatamente você transfere para você. Pensei na minha família também, no sentimento de que poderia ser eu, era um avião igual a esse aqui — contou Aécio, no vôo entre Ipatinga e Rio, no sábado. Ontem, o candidato fez campanha na Feira de São Cristóvão, no Rio, ao lado de seu "padrinho" nordestino, o cantor e compositor Raimundo Fagner . Aécio cantou junto com repentistas, comeu queijo coalho e baião de dois e pediu as bênçãos de Padre Cícero no Museu da Religiosidade Luiz Gonzaga. Ele ganhou uma imagem do padre nordestino e prometeu levá-la para protegê-lo no gabinete do Palácio do Planalto, se eleito: — Sua bênção meu Padre Cícero, me ajude aí! Antes da visita, em entrevista, Aécio prometeu apoiar medidas de desburocratização para pequenas e micro empresas, aumentando o limite de isenção para benefício do Simples.
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