- Folha de S. Paulo
A cinco semanas de sabermos quem será o próximo presidente da República, o futuro do novo titular do Palácio do Planalto já pode estar sendo definido, em boa parte, nas investigações das falcatruas milionárias na Petrobras.
Seja Dilma, Marina ou Aécio, o presidente a ser eleito pode assumir o comando do país num momento de extrema fragilidade de uma gangue política que usou e abusou do aparelho estatal.
Uma turma que loteou com gosto os governos Lula e Dilma. Nada diferente de outros períodos da história. Mas como esse pessoal não aprende, é reincidente, a casa caiu de novo. Agora, parece que está desabando um verdadeiro arranha-céu.
O potencial de estrago dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa é gigantesco e atingirá em cheio a vidinha política de muita gente boa em Brasília.
Se tudo for desvendado, como se espera, a classe política que dominou o Congresso nos últimos anos estará, para dizer o mínimo, sob suspeita. Teremos uma penca de patos mancos no Legislativo. Gente eleita, mas sob investigação. Alguns com o destino bem definido: cadeia.
Aí, ganhando Marina ou Aécio, assume um presidente sem ligações com os esquemas montados na maior empresa brasileira. Em condições de ditar sua agenda a um Congresso combalido.
Vencendo Dilma, ela será acusada de ter feito vista grossa aos esquemas perpetrados enquanto era governo, mas dirá que foi a responsável por limpar a área. Poderá fazer, então, o que sempre sonhou, sem sucesso: escantear a turma da falcatrua, até petistas que dela fizeram parte.
Dilmistas não escondem, por sinal, a satisfação com esse possível desfecho. Reeleita, a presidente teria mais liberdade para tocar seu segundo mandato. Dizem que começaria, nesse cenário, com uma grande mudança na composição de forças de seu ministério, que seria enxugado. A conferir, se ela ganhar.
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