- Folha de S. Paulo
Duas grandes ausências e muitas surpresas foram as marcas desta eleição. A maior delas, a disparada final do tucano Aécio Neves, que deixou petistas perplexos e os leva a sentir saudades antecipadas da adversária Marina Silva.
Entre as ausências, Eduardo Campos (PSB) fez falta. Sua partida precoce empobreceu o debate, que virou campeonato de desconstrução de imagem promovido pelo PT.
A eleição ficou também mais pobre porque os manifestantes de junho de 2013 não deram as caras na campanha de 2014. Faltou o colorido das ruas, algo que agradou e muito a turma da velha política. Culpa da violência de uns radicais.
Classificada como um milagre, a maior surpresa se materializou. Auxiliado pelos ataques petistas a Marina, o tucano atropelou a ambientalista na reta final e vai ao segundo turno da disputa, abrindo uma frente considerável em São Paulo.
Sai do primeiro turno revigorado, o que assusta o PT, mas com um gosto de vitória misturado com um sentimento de derrota. Se ganha entre paulistas com folga, perde no seu Estado, munição a ser usada pela campanha de Dilma contra ele. Na linha de quem conhece Aécio Neves não vota em peso no senador mineiro.
Em Minas, confirmou-se a surpresa que veio se construindo ao longo da campanha. O petista Fernando Pimentel acaba com o reinado de 12 anos dos tucanos no Estado. Vira um dos principais trunfos de Dilma na fase final. Logo ele, que era tão criticado pela cúpula do PT.
A presidente já disse ao amigo que vai precisar muito dele no segundo turno. Eleito governador, vai ter muito trabalho para ajudar na reeleição de Dilma. Aécio, depois de deixar Minas em segundo plano, conseguiu recuperar terreno nos últimos dias.
Agora, enfim, será a vez de o tucano virar alvo da máquina petista de desconstrução de imagem, que afia suas garras. Já o PSDB conta o acervo das maracutaias da Petrobras. Será um segundo turno sangrento.
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