- Folha de S. Paulo
Diante do juízo final provocado pela Operação Lava Jato, expondo um esquema gigantesco de corrupção na Petrobras, falar em impeachment da presidente Dilma é totalmente descabido.
Como também é fora de propósito o Palácio do Planalto e petistas atacarem a oposição por explorar politicamente o escândalo da petropropina, acusando os tucanos de forçar um terceiro turno no país.
Dilma ganhou o segundo mandato nas urnas e não há nada contra ela no caso Petrobras --até onde a vista alcança, não é dada a meter a mão em grana pública. Daí não fazer sentido a ideia de seu impedimento.
Derrotada, a oposição tem o dever e o direito de desempenhar sua função, de criticar e fiscalizar o governo de plantão. Daí que soa patético governistas tentarem cerceá-la a exercer algo inerente à sua posição.
Cada um deve cumprir o seu papel. À oposição, cabe vigiar os passos do governo. Tal como o PT fazia, de forma estridente, no passado. Não é nem o caso de dizer que ele está sentindo o gosto do próprio veneno, porque exerceu sua obrigação e direito.
Ao governo, cabe governar e não criar óbices às investigações. Pode até reclamar das críticas, porque ninguém gosta de apanhar calado, mas tem de apoiar as investigações, como tem dito a presidente Dilma Rousseff.
Por sinal, ela tem orientado sua equipe a dizer que vai mandar investigar tudo, doa a quem doer. Ops, não é bem assim. Neste caso, a presidente Dilma não manda em nada. A investigação em curso é do Ministério Público e da Polícia Federal.
Ao insistir que não deixará pedra sobre pedra na petropropina, ela exerce o papel de marqueteira e tenta tirar proveito de algo que deve fazer uma limpeza na vida política brasileira. Faz parte da encenação.
Agora, é bom não descuidar do papel de governar. O desemprego já bateu na porta em outubro e o dólar só faz subir, pressionando a inflação. Aí está o seu principal problema. Este, sim, pode lhe custar muito caro.
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