• Líderes do PSDB comparam inquérito da Polícia Federal sobre operação de João Santana a mensalão e a petrolão
• Em nota, PT defende marqueteiro de campanhas de Lula e Dilma; Santana pede retratação da PF
- Folha de S. Paulo
BRASILIA, SÃO PAULO - A oposição defendeu neste domingo (4) os antecedentes históricos do PT legitimam o inquérito da Polícia Federal que investiga o marqueteiro João Santana.
Santana é alvo de investigação, conforme revelou a edição de domingo da Folha, por ter trazido por meio de suas empresas US$ 16 milhões para o Brasil em 2012 em uma operação que os investigadores suspeitam de lavagem de dinheiro para beneficiar o PT.
O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), disse que "o mensalão e o petrolão foram arquitetados para desviar dinheiro público e financiar o projeto do PT para se manter no poder".
O tucano afirmou que, "sendo o marqueteiro João Santana uma peça importante nessa obsessão petista do poder pelo poder, é provável, como desconfia a Polícia Federal, que os recursos trazidos para o Brasil de Angola tenham como origem empresas brasileiras que prestam serviço no país africano".
O vice-líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP), defendeu que a lavagem de dinheiro se tomou uma prática petista.
"A informação não me surpreendeu. Está se revelando rotina do partido a lavagem de dinheiro via despesas eleitorais", afirmou o senador.
Para o deputado Marcus Pestana, presidente do PSDB mineiro, o fato também pode ser reincidente. "Lembremos que o esquema do mensalão foi desvendado a partir da relação do PT, seu publicitário [Marcos Valério] e empresas privadas com depósitos no exterior", disse.
Já o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR) chamou atenção para a importância de apurar a origem do dinheiro. "O pagamento dos impostos poderia ter servido apenas para esquentar um dinheiro de origem duvidosa. É um caso que não pode cair no esquecimento como aconteceu com os pagamentos feitos pelo PT no exterior ao marqueteiro Duda Mendonça na época do mensalão."
Retratação
No domingo (3) o PT divulgou uma nota em defesa de Santana. O partido considerou "satisfatórias as explicações e provas documentais divulgadas pela Pólis", empresa do marqueteiro investigada pela PF.
Para responder às denúncias, Santana criou um site (www.averdadesobreapolis. com.br) com documentos referentes a contratos e pagamentos das campanhas do prefeito de São Paulo Fernando Haddad e do presidente de Angola José Eduardo dos Santos. Ambas foram feitas em 2012, ano em que aconteceu a remessa do dinheiro.
Ele também gravou um vídeo em que pede retratação à PF. "Confio na Justiça, mas espero retratação futura pelos danos possíveis causados a minha imagem".
0 site também declara que a informação publicada pela Folha de que parte do dinheiro entrou no Brasil pela empresa Pólis Caribe, na República Dominicana, não procede. "A remessa oriunda de Angola para o Brasil foi totalmente realizada pela Pólis Propaganda & Marketing", diz a nota. O marqueteiro tem ainda empresas na Argentina e em El Salvador.
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