Dos 40 votos favoráveis a Temer, 12 foram garantidos pelos deputados que foram colocados nos últimos dias na comissão
Daiene Cardoso, Julia Lindner, Renan Truffi e Rafael Moraes Moura, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA – Entre os 40 votos que garantiram a vitória do governo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, os partidos do chamado “centrão” garantiram 100% dos votos da bancada contra a denúncia.
Após mudanças na composição do colegiado, PRB, PTB, PR, PSD, PP, PSC e PROS votaram 100% contra a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR). PHS e PV, que no plenário devem ter posicionamento diferente, também votaram contra o parecer do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ).
Dos 40 votos favoráveis a Temer, 12 foram garantidos pelos deputados que foram colocados nos últimos dias na comissão. Após a interferência dos líderes partidários, votos dados como certo contra o governo, como Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Esperidião Amin (PP-SC) e Delegado Waldir (PR-GO), foram excluídos sumariamente da CCJ. Sem os 25 remanejamentos no colegiado, o que envolveu 14 vagas de titular, o resultado poderia ter sido diferente, uma vez que 30% dos votos vieram dos novatos governistas na CCJ.
No PMDB, só o relator da denúncia votou à favor de seu parecer. No DEM, apenas o deputado Marcos Rogério (DEM-RO) dos representantes votou com o relator. O Solidariedade, um dos partidos que mais remanejou membros na comissão para garantir votos à favor de Temer, teve apenas a fidelidade de Genecias Noronha (CE). Laércio Oliveira (SE) foi colocado recentemente para ajudar a base aliada, porém votou à favor da denúncia.
O PSDB teve apenas dois votos contra a denúncia e cinco representantes da bancada votaram à favor do processo. Os votos governistas foram de Paulo Abi-Ackel (MG) e Elizeu Dionizio (MS). Já o PSB deixou claro o tamanho de seu racha na bancada: dois votaram contra a denúncia e dois à favor. O único titular do PPS, Rubens Bueno (PR), votou à favor da denúncia.
A oposição votou em peso com o relator Sérgio Zveiter. PT, PSOL, Rede, PCdoB e PDT compuseram os 20 votos à favor do prosseguimento da denúncia.
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