Horas antes dos deputados votarem o parecer do relator, Antonio Cláudio de Mariz fez referência à frase de Rodrigo Janot e criticou a 'cultura punitiva'
Julia Lindner e Daiene Cardoso, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - O advogado de defesa do presidente Michel Temer, Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, declarou nesta quinta-feira, 13, que há uma "cultura punitiva" no País, citando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado ontem a nove anos e seis meses de prisão. "Pau que mata Chico, mata Francisco. Pau que mata Michel, mata Lula", afirmou.
A declaração faz referência à frase que ficou famosa com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em sua sabatina no Senado de recondução à PGR. Ele disse à época para o senador Fernando Collor: "Pau que dá em Chico, dá em Francisco".
Mariz disse que os deputados devem pensar que, "nesta progressão, a cultura punitiva vai atingir qualquer cidadão brasileiro". "Nós precisamos nos defender de um avanço indevido do Ministério Público", disse aos parlamentares.
Ele também considerou que a autorização para denúncia tem juízo de valor e que a Câmara não deveria simplesmente chancelar o que vem da Procuradoria-Geral da República (PGR).
"O Ministério Público tem exagerado, atingido inocentes, destruído personalidades por açodadas acusações." Mariz insinuou que por trás da atuação do MP há uma "ânsia pelo poder". "Percebo que o Judiciário está sendo substituído pelo Ministério Público", afirmou.
O advogado avaliou que "o processo em si é uma pena para um homem de bem" e que é preciso "avaliar se há pressupostos mínimos para um presidente ser processado". "A autorização precisa passar por um juízo, por um crivo de consciência. Façam Justiça ao presidente da República e não aceitem essa denúncia como apta", pediu.
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