Além de Aldo Rebelo, coordenador aponta nomes de DEM e PRB
Luís Lima e Cristiane Jungblut | O Globo
-SÃO PAULO E BRASÍLIA- O coordenador político da pré-campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), Marconi Perillo, citou ontem três nomes que podem ocupar o posto de vice do tucano na disputa pela Presidência: o deputado federal Mendonça Filho (DEM), o ex-ministro Aldo Rebelo (Solidariedade), que integrou os governos Lula e Dilma, e o empresário Flávio Rocha (PRB). Os três são de partidos de centro-direita e do Nordeste, perfil defendido por Alckmin na semana passada. Rebelo e Rocha também estão se apresentando como presidenciáveis.
O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, pré-candidato do MDB, foi outro a ser elogiado por Perillo durante a palestra na XP Investimentos, em São Paulo. O coordenador, no entanto, reforçou que a preferência do PSDB é buscar um nome dentro do bloco de partidos que inclui DEM, PP, Solidariedade e PRB. Mais tarde, disse que a aliança com Meirelles é “bem improvável no momento”.
— No passado, ele (Perillo) falou que chegou a defender o nome de Meirelles como vice de Alckmin, mas afirmou que, hoje, não defende mais. Ele garantiu que esses eram os três nomes que estavam circulando nas conversas — disse um dos participantes do evento.
Segundo relatos de quem esteve na palestra, Perillo avalia que a indicação de um desses três nomes ajudaria a reunir na aliança do PSDB partidos do centrão, dando “musculatura suficiente” para Alckmin chegar ao segundo turno. O pré-candidato considera garantidos até agora os apoios de PSD, PPS, PTB e PV, embora nenhum deles tenha sido anunciado oficialmente.
À noite, Rebelo e Rocha afirmaram que não foram procurados por tucanos e negaram a possibilidade de integrarem a chapa de Alckmin.
— Eu não vou ser vice de ninguém — disse Rocha. Rebelo foi na mesma linha: — Não serei vice.
Mendonça não comendou.
SITUAÇÃO “DIFÍCIL” NO DEM
Para vencer as resistências dentro do DEM, Alckmin aposta em dois emissários no partido: Mendonça Filho, apontado como possível vice, e o deputado federal Rodrigo Garcia (SP), atual líder do partido na Câmara e provável vice na chapa de João Doria (PSDB) ao governo de São Paulo. Perillo considera que ambos desempenham “importante papel” nestas negociações com o DEM, que oscila entre o tucano e o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes. Os dirigentes mais antigos do DEM querem reeditar a aliança com o PSDB, presente nas eleições presidenciais desde 1994, quando Fernando Henrique Cardoso foi eleito. Mas há setores que preferem Ciro Gomes, e ainda uma pequena parcela a favor de Jair Bolsonaro (PSL).
Dentro do partido, Rodrigo Garcia tem uma preferência clara por uma aliança com Alckmin, de quem foi secretário estadual. A grande resistência enfrentada é o baixo desempenho do tucano nas pesquisas de intenções de voto. Depois dos resultados das pesquisas internas e do levantamento do Ibope/ CNI, dirigentes do DEM disseram que a situação de Alckmin está “difícil”.
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