O Globo
Para desmontar nova farsa do chefão do PL,
basta confrontá-lo com suas próprias palavras
Em setembro de 2021, Valdemar Costa Neto
gravou um depoimento em defesa da urna eletrônica. O poderoso chefão do PL
garantiu que o sistema era confiável e criticou os bolsonaristas que se
esgoelavam pelo retorno do voto impresso. “Não se trata de ser contra ou a
favor do Bolsonaro. Se trata de defender os interesses do país”, sentenciou.
Ontem o mesmo Valdemar convocou a imprensa
para um pronunciamento em Brasília. Insinuou que a urna teria problemas e, sem
apresentar provas, pediu a anulação de milhões de votos do segundo turno.
Curiosamente, não pediu a anulação de nenhum voto do primeiro turno, quando o
PL elegeu a maior bancada da Câmara e do Senado.
Valdemar é um profissional. Condenado e preso no mensalão, renunciou duas vezes para não perder os direitos políticos. Na cadeia, manteve a sigla sob rédea curta e apurou o faro para novos negócios. No fim do ano passado, articulou a filiação de Bolsonaro e sua trupe. Foi um investimento lucrativo. Até 2026, ele será recompensado com a maior fatia das verbas do fundo partidário.
A ação do PL seria cômica se não fosse
perigosa. Na prática, o partido quer que o TSE jogue milhões de votos no lixo e
proclame Bolsonaro como vencedor da eleição que perdeu. Isso não vai ocorrer,
mas a mera apresentação do pedido já ajuda a manter acesa a chama do golpismo.
O ex-deputado não está sozinho no esforço
para minar a democracia. No fim de semana, o ministro Augusto Nardes, do
Tribunal de Contas da União, disparou um áudio para empresários do agronegócio.
Em tom conspiratório, relatou um “movimento forte nas casernas” e envolveu os
militares num suposto golpe em gestação. Quando a gravação veio à tona,
acovardou-se e disse ter sido mal compreendido.
A Justiça precisa enquadrar os oportunistas
que tentam incendiar o país para bajular o capitão. No caso de Valdemar, a
melhor forma de desmontar a farsa é confrontá-lo com suas próprias palavras. No
vídeo de 2021, o chefão do PL lembrou que Bolsonaro se elegeu presidente pelo
mesmo sistema que passou a questionar. “Como reclamar da urna eletrônica? Não
tem como reclamar”, concluiu.
3 comentários:
A conivência dos militares com essa palhaçada golpista diante dos quarteis revela a dubiedade de caráter de nossos milicos.
Pois é, foram humilhados pelo genocida, a quem adoram, e respeitados pelo LULA, a quem odeiam.
Isso é ideológico. Foram ensinados a odiar o LULA.
CONCLUSÃO: LULA terá q modificar o currículo q é ensinado nos quartéis.
E ISSO SERÁ FEITO.
Ou ouvir sua ex-mulher,e já diz o ditado que ex-mulher é pra sempre.
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