Correio Braziliense
A participação do MDB no governo Lula é
assunto resolvido. O presidente da legenda, deputado Baleia Rossi (SP),
pacificou o partido internamente para que integre a coalizão que está sendo
formada com o PT e mais 14 partidos. A ex-candidata à Presidência Simone Tebet
será a estrela da legenda no novo governo, com apoio integral das bancadas da
Câmara e do Senado, que também estarão representadas na ampla coalizão democrática
em formação. O martelo deve ser batido no encontro de Rossi com o presidente
eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Baleia considera Simone Tebet a grande liderança democrática de centro que emergiu da disputa eleitoral, não apenas pela votação que teve no primeiro turno, no qual a chamada “terceira via” foi esvaziada pela polarização entre Lula e Bolsonaro. Sua atuação no segundo turno, quando se engajou de corpo e alma na campanha do petista, contribuiu decisivamente para levá-lo à vitória. Lula sabe disso.
O excelente desempenho durante os debates
entre os candidatos à Presidência e a clareza de suas propostas fizeram de
Simone a candidata do MDB com melhor desempenho em disputas presidenciais da
História, com 4.915.423 votos — o equivalente a 4,2%. O apoio a Lula no segundo
turno não foi por gravidade, mas condicionado à adoção de propostas de seu
programa de governo, como o pagamento de uma bolsa de R$ 5 mil para alunos que
terminarem o ensino médio. Durante a campanha, Simone se empenhou para transferir
o maior número de votos possível para Lula, que obteve apoio de 3,5 milhões de
eleitores a mais na segunda votação.
A presença de Simone Tebet no governo Lula,
por isso mesmo, muda a natureza da ampla coalizão em formação, que passa a ser
claramente de centro-esquerda, independentemente da participação de outras
legendas. Mesmo sem a presença do PSDB, que pôs a carroça à frente dos bois ao
projetar o governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, novo
presidente da legenda, como virtual pré-candidato à Presidência da República. É
um certo açodamento, porque há um longo caminho a ser percorrido até 2026.
Eleições municipais
A aposta do MDB é construir um forte campo
eleitoral de centro democrático nas eleições municipais de 2024, a partir de
uma federação formada com Podemos, PSDB, Cidadania e outras legendas. Segundo
ele, esse é o caminho para viabilizar candidaturas competitivas no campo de
forças que se opõem ao bolsonarismo e apoiam o governo Lula. Não é uma
construção fácil. O PSDB derivou para a oposição em razão da aliança entre
Eduardo Leite e o deputado Aécio Neves, ex-governador de Minas, que ganhou a
queda de braço com o ex-governador paulista João Doria e recuperou sua
influência na bancada federal da Câmara.
Além disso, a situação do PSDB é muito
delicada em São Paulo, porque o apoio do ex-governador Rodrigo Garcia ao novo
governador eleito Tarcísio de Freitas não foi robusto o suficiente para conter
a debandada de prefeitos tucanos para o PSD de Gilberto Kassab, que será o
braço direito do novo governador paulista. Até os garçons do Palácio dos
Bandeirantes sabiam que o esvaziamento do PSDB paulista seria inevitável, com a
ida do ex-governador Geraldo Alckmin, hoje vice-presidente da República eleito,
para o PSB, e a derrota acachapante de Garcia, que ficou fora do segundo turno.
Nesse rastro, deputados do PSDB e outras legendas só não fazem a baldeação por
medo de perderem os mandatos.
Orçamento secreto
Independentemente da PEC da Transição,
votada ontem no Senado e que ainda precisa ser aprovada pela Câmara, os dias do
chamado orçamento secreto estão contados. E não apenas porque a presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, que cobra o fim do sigilo
sobre as emendas, pôs em votação a ação de PSB, PSol, Cidadania e PV que arguia
inconstitucionalidade das chamadas emendas do relator.
Começa a se formar entre as lideranças do
Congresso uma opinião majoritária de que as emendas ainda podem gerar muita dor
de cabeça para seus autores, devido à farra de distribuição de verbas federais
durante a campanha eleitoral e as denúncias de corrupção nos municípios. O
presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já vem conversando com outras
lideranças sobre a necessidade de uma alternativa que garanta mais
transparência às emendas. A campanha mostrou que o sigilo sobre seus autores
criou uma situação de desequilíbrio na distribuição dos recursos não apenas
entre governistas e oposicionistas. Houve concentração de recursos, também,
entre integrantes da mesma bancada, o que gerou muita insatisfação.
3 comentários:
Sem Simone Tebet e Marina Silva, Lula não teria vencido no segundo turno! E nós teríamos que aguentar mais 4 anos com o GENOCIDA enterrando o país e a nossa Democracia! Mas os papagaios bolsonaristas estariam mentindo felizes, alimentados pelas lorotas do Gabinete do Ódio... Agora, as pobres aves estão acampadas na frente dos quartéis, implorando pros seus mi(li)quinhos de estimação...
Mi(li)quinhos bolsonaristas é um (ma)caquinho da melhor qualidade, símio entende...
Viva Simone e Marina!
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