DEU EM O GLOBO
Isabel Braga e Catarina Alencastro
Mapeamento do TRE identificou locais dominados por milícias e tráfico
Pelo menos 20 comunidades do Rio e de cidades da região metropolitana receberão tropas federais para garantir a segurança da campanha e das eleições municipais. De início, a medida vai atingir áreas que somam 1 milhão de habitantes. Segundo o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio, Roberto Wider, o mapeamento identificou áreas do Rio e arredores que enfrentam problemas com milícias e tráfico. Ontem à noite, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto, assinou ofício pedindo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o envio das forças federais. A data do envio e o número de militares envolvidos na operação serão decididos pelo Ministério da Defesa. Britto adiantou que a ação conjunta nas 20 áreas será coordenada pelo Exército.
Wider, que participou da sessão do TSE, explicou que, por segurança, não daria os nomes das regiões. Além de comunidades da capital, foram incluídas áreas de Caxias, Nilópolis, São Gonçalo e Nova Iguaçu. Wider informou que o trabalho de inteligência e mapeamento da Polícia Federal continuará sendo feito e poderá incluir outras áreas, citando Niterói. As menores comunidades têm em média 5 mil habitantes, e as maiores, como a da Rocinha, 200 mil.
Wider entregou o mapeamento num almoço com Ayres Britto - que, antes, havia encontrado o ministro da Defesa, Nelson Jobim. A parte jurídico-institucional da missão ficará a cargo do juiz eleitoral Luiz Márcio. Wider defendeu o envio célere das forças e disse que o melhor seria se isso já acontecesse na próxima semana.
Ayres Britto não informou quanto custará a operação, que deve ir até o dia da eleição, 5 de outubro. Ele deve negociar os termos com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, mas afirmou que o TSE tem orçamento para custear despesas das tropas.
- Ficará a cargo do ministro Jobim quantificar o contingente. A coordenação operacional será das Forças Armadas, mais precisamente do Exército, com participação de Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e polícias estaduais - disse Britto.
O presidente do TRE do Rio disse que a idéia é que a atuação não se dê em tom de confronto com a comunidade, mas iniba a atuação das milícias e do narcotráfico, que tentam ameaçar os moradores com imposição de candidatos e ameaça de que poderão violar seus votos. Indagado se não temia conflitos entre militares e as comunidades, como o que resultou na chacina de jovens do Morro da Providência, Wider respondeu:
- Houve um problema pontual na Providência. É evidente que sempre há esse temor, mas a idéia é fazer com que milícias e narcotráfico voltem atrás. Se houver confronto, será lamentável.
Wider disse que o tribunal está atento a candidatos que utilizam milícias e traficantes para pressionar eleitores:
- Por enquanto, as candidaturas serão mantidas. Vamos apreciar os casos de pressão, para ver as conseqüências.
Isabel Braga e Catarina Alencastro
Mapeamento do TRE identificou locais dominados por milícias e tráfico
Pelo menos 20 comunidades do Rio e de cidades da região metropolitana receberão tropas federais para garantir a segurança da campanha e das eleições municipais. De início, a medida vai atingir áreas que somam 1 milhão de habitantes. Segundo o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio, Roberto Wider, o mapeamento identificou áreas do Rio e arredores que enfrentam problemas com milícias e tráfico. Ontem à noite, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto, assinou ofício pedindo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o envio das forças federais. A data do envio e o número de militares envolvidos na operação serão decididos pelo Ministério da Defesa. Britto adiantou que a ação conjunta nas 20 áreas será coordenada pelo Exército.
Wider, que participou da sessão do TSE, explicou que, por segurança, não daria os nomes das regiões. Além de comunidades da capital, foram incluídas áreas de Caxias, Nilópolis, São Gonçalo e Nova Iguaçu. Wider informou que o trabalho de inteligência e mapeamento da Polícia Federal continuará sendo feito e poderá incluir outras áreas, citando Niterói. As menores comunidades têm em média 5 mil habitantes, e as maiores, como a da Rocinha, 200 mil.
Wider entregou o mapeamento num almoço com Ayres Britto - que, antes, havia encontrado o ministro da Defesa, Nelson Jobim. A parte jurídico-institucional da missão ficará a cargo do juiz eleitoral Luiz Márcio. Wider defendeu o envio célere das forças e disse que o melhor seria se isso já acontecesse na próxima semana.
Ayres Britto não informou quanto custará a operação, que deve ir até o dia da eleição, 5 de outubro. Ele deve negociar os termos com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, mas afirmou que o TSE tem orçamento para custear despesas das tropas.
- Ficará a cargo do ministro Jobim quantificar o contingente. A coordenação operacional será das Forças Armadas, mais precisamente do Exército, com participação de Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e polícias estaduais - disse Britto.
O presidente do TRE do Rio disse que a idéia é que a atuação não se dê em tom de confronto com a comunidade, mas iniba a atuação das milícias e do narcotráfico, que tentam ameaçar os moradores com imposição de candidatos e ameaça de que poderão violar seus votos. Indagado se não temia conflitos entre militares e as comunidades, como o que resultou na chacina de jovens do Morro da Providência, Wider respondeu:
- Houve um problema pontual na Providência. É evidente que sempre há esse temor, mas a idéia é fazer com que milícias e narcotráfico voltem atrás. Se houver confronto, será lamentável.
Wider disse que o tribunal está atento a candidatos que utilizam milícias e traficantes para pressionar eleitores:
- Por enquanto, as candidaturas serão mantidas. Vamos apreciar os casos de pressão, para ver as conseqüências.
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