Editorial
DEU NO ZERO HORA (RS)
A expansão da economia e os efeitos sociais dos programas de distribuição de renda estão sendo vistos como as causas principais de um fenômeno de popularidade inédito no país: segundo pesquisa do Instituto Datafolha, o presidente Lula registra a maior aprovação popular de um governante desde a redemocratização do país. Nada menos que 64% dos brasileiros aprovam seu governo. O prestígio presidencial surfa numa onda de características positivas e de coincidências promissoras. A economia do país, estabilizada há mais de uma década e disciplinada por uma série de leis da chamada reforma institucional, devolve finalmente em crescimento aparentemente sustentável o esforço que a sociedade fez para domar a inflação e para sanear as contas públicas. A explicação para o prestígio recorde do presidente pode ser encontrada também nos desdobramentos sociais dos programas de distribuição de renda, em especial o Bolsa-Família, que são responsáveis diretos pela retirada de milhões de brasileiros da linha da pobreza. No Nordeste, região que é a maior beneficiária desse programa, a aprovação do presidente é a maior do país, chegando a 75%.
Ao analisar a ascensão brasileira à primeira linha do protagonismo mundial, a mais recente edição da revista The Economist saúda o Brasil como “uma superpotência econômica, e agora em petróleo também”. A revista, que está entre os veículos de informação mais influentes do mundo, atribui o bom momento brasileiro a três fatores recentes: o controle da inflação, o fim da dívida externa e a democratização. E responde a uma das questões que têm inquietado os brasileiros que não entendem por que nosso país não consegue expandir seu PIB nos níveis em que o fazem a China e a Índia, por exemplo. Para The Economist, a comparação do que ocorre em nosso país com os padrões chineses é indevida e equivocada por um motivo singelo: o Brasil já cresceu nesse ritmo nas décadas de 50 e 60. O crescimento de um país de expressiva classe média, como é o Brasil de hoje, é menos meteórico e precisa ser mais sustentável.
A popularidade do presidente, alicerçada nos resultados positivos da economia, alcançou pela primeira vez todos os segmentos sociais, mesmo os que tradicionalmente lhe eram críticos. A pesquisa lhe dá apoio majoritário no Sudeste (57%) e no Sul (60%), nas regiões metropolitanas (57%), entre os que têm curso superior (55%) e entre os que vivem em famílias com renda familiar mensal superior a 10 salários mínimos (57%). Essa condição inédita não deve ser motivo apenas para comemorações. Com esse respaldo político, o presidente tem o dever de agir com grandeza e sabedoria para adotar medidas, mesmo impopulares, tendentes a romper com as mazelas sociais e políticas que o Brasil mantém, aprimorar a qualidade da democracia e enfrentar os gargalos infra-estruturais. O prestígio popular não pode ser visto como uma carta branca, mas como a confirmação informal, mas nem por isso desimportante, de um mandato a ser exercido para e pelo país.
SIGNIFICADO
O prestígio popular não pode ser visto como uma carta branca, mas como a confirmação informal, mas nem por isso desimportante, de um mandato a ser exercido para e pelo país.
DEU NO ZERO HORA (RS)
A expansão da economia e os efeitos sociais dos programas de distribuição de renda estão sendo vistos como as causas principais de um fenômeno de popularidade inédito no país: segundo pesquisa do Instituto Datafolha, o presidente Lula registra a maior aprovação popular de um governante desde a redemocratização do país. Nada menos que 64% dos brasileiros aprovam seu governo. O prestígio presidencial surfa numa onda de características positivas e de coincidências promissoras. A economia do país, estabilizada há mais de uma década e disciplinada por uma série de leis da chamada reforma institucional, devolve finalmente em crescimento aparentemente sustentável o esforço que a sociedade fez para domar a inflação e para sanear as contas públicas. A explicação para o prestígio recorde do presidente pode ser encontrada também nos desdobramentos sociais dos programas de distribuição de renda, em especial o Bolsa-Família, que são responsáveis diretos pela retirada de milhões de brasileiros da linha da pobreza. No Nordeste, região que é a maior beneficiária desse programa, a aprovação do presidente é a maior do país, chegando a 75%.
Ao analisar a ascensão brasileira à primeira linha do protagonismo mundial, a mais recente edição da revista The Economist saúda o Brasil como “uma superpotência econômica, e agora em petróleo também”. A revista, que está entre os veículos de informação mais influentes do mundo, atribui o bom momento brasileiro a três fatores recentes: o controle da inflação, o fim da dívida externa e a democratização. E responde a uma das questões que têm inquietado os brasileiros que não entendem por que nosso país não consegue expandir seu PIB nos níveis em que o fazem a China e a Índia, por exemplo. Para The Economist, a comparação do que ocorre em nosso país com os padrões chineses é indevida e equivocada por um motivo singelo: o Brasil já cresceu nesse ritmo nas décadas de 50 e 60. O crescimento de um país de expressiva classe média, como é o Brasil de hoje, é menos meteórico e precisa ser mais sustentável.
A popularidade do presidente, alicerçada nos resultados positivos da economia, alcançou pela primeira vez todos os segmentos sociais, mesmo os que tradicionalmente lhe eram críticos. A pesquisa lhe dá apoio majoritário no Sudeste (57%) e no Sul (60%), nas regiões metropolitanas (57%), entre os que têm curso superior (55%) e entre os que vivem em famílias com renda familiar mensal superior a 10 salários mínimos (57%). Essa condição inédita não deve ser motivo apenas para comemorações. Com esse respaldo político, o presidente tem o dever de agir com grandeza e sabedoria para adotar medidas, mesmo impopulares, tendentes a romper com as mazelas sociais e políticas que o Brasil mantém, aprimorar a qualidade da democracia e enfrentar os gargalos infra-estruturais. O prestígio popular não pode ser visto como uma carta branca, mas como a confirmação informal, mas nem por isso desimportante, de um mandato a ser exercido para e pelo país.
SIGNIFICADO
O prestígio popular não pode ser visto como uma carta branca, mas como a confirmação informal, mas nem por isso desimportante, de um mandato a ser exercido para e pelo país.
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