segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Temor da crise alimenta a sucessão

DEU NO JORNAL DO COMMERCIO (PE)

SÃO PAULO - Ainda longe de definirem quem serão seus candidatos à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010, petistas e tucanos já escolheram o principal tema da pré-campanha eleitoral: a crise do sistema financeiro. Em eventos realizados no final de semana em São Paulo, líderes como os petistas Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil, e o tucano Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República, orientaram prefeitos e vereadores eleitos de seus partidos sobre como atuar em um cenário de crise.

Os tucanos deixaram claro que enxergam nas prováveis dificuldades a serem enfrentadas pelo governo federal petista uma janela de oportunidades para seu candidato em 2010, seja ele o governador José Serra (São Paulo) ou seu colega Aécio Neves (Minas Gerais). Serra e FHC avaliaram que a crise atingiu o coração do sistema capitalista e deverá ter seus efeitos sentidos com mais intensidade no Brasil no ano que vem, o que obrigará Lula a descer do palanque para governar. Para eles, o PSDB não deve apostar no “quanto pior, melhor”, mas será agressivo na fiscalização.

Sábado, falando para cerca de 400 militantes tucanos, FHC foi irônico: “O PSDB tem que dar apoio às medidas necessárias, mas não um cheque em branco. Nosso presidente, que é um grande economista, foi o primeiro a difundir esta teoria. Aqui é uma ilha, se vier a crise, vem marola. Nós sentimos já o efeito da crise sob duas formas: a questão financeira, porque os bancos tiveram problemas, e a diminuição da exportação”, disse.

A ministra da Casa Civil, nome mais cotado no PT para disputar a sucessão de Lula, procurou tranqüilizar os prefeitos eleitos de seu partido no Estado. Foram 64, e é onde ela precisa aumentar seu apoio interno. “Nós não quebramos e não vamos quebrar. Somos parte da solução. Vamos manter o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e os investimentos no pré-sal (petróleo)”, afirmou.

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