DEU EM O GLOBO
Além de cuidar de prazos legais e entraves jurídicos, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio, desembargador Alberto Motta Moraes, acompanhou de perto a Operação Guanabara nas eleições de 2008. Criada em conjunto com as Forças Armadas para permitir a circulação de moradores e candidatos em áreas consideras currais eleitorais da milícia ou do tráfico, Motta Moraes não descarta outra operação do tipo em 2010 e prevê mais problemas com criminosos na política.
Qual é a avaliação que o senhor faz da atuação das tropas na eleição do ano passado?
ALBERTO MOTTA MORAES: O Exército não veio para cá com a finalidade de acabar com as milícias. Foi uma idéia do TSE que nasceu no nosso tribunal. O ministro Carlos Ayres Britto ficou muito preocupado com a Liga da Justiça quando soube que era um grupo de criminosos. As Forças Armadas deram uma demonstração de que se pode resolver o problema, mas sua saída representou que o poder público virou as costas para aquela situação. Não era para o Exército continuar, mas o resultado foi esse. Os moradores continuaram entregues. Vai haver necessidade de uma nova atuação em 2010. Ainda não sei se com Forças Armadas.
O senhor prevê mais registros de candidatos ligados a grupos criminosos nas eleições de 2010?
MOTTA MORAES: Não tenho dúvida de que os milicianos serão os grandes cabos eleitorais nas eleições de 2010. A nossa Zona Oeste é território dominado, disso ninguém tenha dúvida. A Baixada Fluminense ainda é uma zona meio inexplorada, mas eles estão ali. Também existe milícia em Cabo Frio, Campos, Magé, Macaé, Itaboraí. Eles estão se expandindo e são profundamente organizados. O tribunal vai procurar tentar minimizar, mas não temos atividade policial. Historicamente, falávamos que o Nordeste tinha currais eleitorais. Hoje nós temos, nos grandes centros, currais que são exercidos pelas milícias e pelos traficantes. Tem bancada ruralista, evangélica, católica, mas também existe a miliciana. A do tráfico talvez apareça para a próxima disputa.
Como o senhor imagina a atuação desses grupos no ano que vem?
MOTTA MORAES: Na eleição de 2008, em quase todos os lugares da cidade havia o candidato local e o majoritário absolutamente definidos. Em 2010, vamos ter uma coisa um pouco mais concentrada, porque estaremos elegendo os legisladores estaduais. Se nada for feito, vamos ter também novos representantes desses grupos de marginais na Assembléia Legislativa e na Câmara dos Deputados. Os governos têm de assumir a responsabilidade de enfrentar e não dar as costas, como vi fazerem no ano passado. Para os moradores, o que fica é essa certeza.
Além do crime na política, as eleições de 2008 no Rio foram marcadas pela distribuição de panfletos apócrifos. A prática deve ser combatida com mais rigor pelo tribunal?
MOTTA MORAES: Acho que esse tipo de procedimento surpreendeu pela forma quantitativa, mas já apareceu na eleição de 2006, quando a candidata Jandira Feghali recebeu aqueles torpedos que diziam ser ela a candidata do aborto. Houve uma evolução de lá para cá, e não tenha dúvida de que será preparado para 2010. Pretendemos ter elementos para apurar o máximo de denúncias. Vamos usar todos os meios de fiscalização.
Além de cuidar de prazos legais e entraves jurídicos, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio, desembargador Alberto Motta Moraes, acompanhou de perto a Operação Guanabara nas eleições de 2008. Criada em conjunto com as Forças Armadas para permitir a circulação de moradores e candidatos em áreas consideras currais eleitorais da milícia ou do tráfico, Motta Moraes não descarta outra operação do tipo em 2010 e prevê mais problemas com criminosos na política.
Qual é a avaliação que o senhor faz da atuação das tropas na eleição do ano passado?
ALBERTO MOTTA MORAES: O Exército não veio para cá com a finalidade de acabar com as milícias. Foi uma idéia do TSE que nasceu no nosso tribunal. O ministro Carlos Ayres Britto ficou muito preocupado com a Liga da Justiça quando soube que era um grupo de criminosos. As Forças Armadas deram uma demonstração de que se pode resolver o problema, mas sua saída representou que o poder público virou as costas para aquela situação. Não era para o Exército continuar, mas o resultado foi esse. Os moradores continuaram entregues. Vai haver necessidade de uma nova atuação em 2010. Ainda não sei se com Forças Armadas.
O senhor prevê mais registros de candidatos ligados a grupos criminosos nas eleições de 2010?
MOTTA MORAES: Não tenho dúvida de que os milicianos serão os grandes cabos eleitorais nas eleições de 2010. A nossa Zona Oeste é território dominado, disso ninguém tenha dúvida. A Baixada Fluminense ainda é uma zona meio inexplorada, mas eles estão ali. Também existe milícia em Cabo Frio, Campos, Magé, Macaé, Itaboraí. Eles estão se expandindo e são profundamente organizados. O tribunal vai procurar tentar minimizar, mas não temos atividade policial. Historicamente, falávamos que o Nordeste tinha currais eleitorais. Hoje nós temos, nos grandes centros, currais que são exercidos pelas milícias e pelos traficantes. Tem bancada ruralista, evangélica, católica, mas também existe a miliciana. A do tráfico talvez apareça para a próxima disputa.
Como o senhor imagina a atuação desses grupos no ano que vem?
MOTTA MORAES: Na eleição de 2008, em quase todos os lugares da cidade havia o candidato local e o majoritário absolutamente definidos. Em 2010, vamos ter uma coisa um pouco mais concentrada, porque estaremos elegendo os legisladores estaduais. Se nada for feito, vamos ter também novos representantes desses grupos de marginais na Assembléia Legislativa e na Câmara dos Deputados. Os governos têm de assumir a responsabilidade de enfrentar e não dar as costas, como vi fazerem no ano passado. Para os moradores, o que fica é essa certeza.
Além do crime na política, as eleições de 2008 no Rio foram marcadas pela distribuição de panfletos apócrifos. A prática deve ser combatida com mais rigor pelo tribunal?
MOTTA MORAES: Acho que esse tipo de procedimento surpreendeu pela forma quantitativa, mas já apareceu na eleição de 2006, quando a candidata Jandira Feghali recebeu aqueles torpedos que diziam ser ela a candidata do aborto. Houve uma evolução de lá para cá, e não tenha dúvida de que será preparado para 2010. Pretendemos ter elementos para apurar o máximo de denúncias. Vamos usar todos os meios de fiscalização.
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