Aluizio Alves Filho
Cientista Político e Professor da PUC
DEU NO JORNAL DO BRASIL
Entre as medidas implantadas por Eduardo Paes, uma tem efeito impactante sobre a vida da cidade e provocou diferentes reações da opinião pública: a Operação Choque de Ordem.
Ela nasce num contexto onde as questões ecológicas e as preocupações com as demarcações das distinções entre o espaço público e o privado estão na ordem do dia. O propósito da operação é tentar reverter um conjunto de informalidades e ilegalidades que há muito tempo se fazem presentes no Rio.
Para implementar a referida operação o prefeito instituiu a Secretaria Especial de Ordem Pública, nomeando secretário o deputado federal Rodrigo Bethlem (PMDB), portador de experiência na área. A Operação Choque de Ordem tem por base um conjunto de medidas que o prefeito julga fundamentais para conduzir aos resultados desejados. As principais são reprimir o comércio ilegal, o transporte pirata e as construções irregulares; retirar das ruas seus moradores ou pelo menos diminuir substantivamente o seu número; combater o estacionamento em local proibido e a publicidade não autorizada, além dos demais agentes poluentes da cidade, mantendo-a limpa e preservada.
Três semanas após seu início, a operação apresenta números surpreendentes no que diz respeito ao reboque de carros, em média 46 por dia, mais que o total dos que foram apreendidos em 2007. Vale observar que as autuações foram feitas tanto em bairros chiques quanto em humildes. Para os que, confiando na tradicional impunidade, desenvolveram o péssimo costume de desafiar as leis do trânsito e estacionar em qualquer lugar, é bom abrir o olho. O guincho custa R$ 240 e deve ser acrescido o valor da multa mais a diária do depósito.
Outras medidas dizem respeito a repressão a camelôs, condução de moradores de rua a abrigos, apreensão de ônibus piratas e de agentes poluentes e a demolição de construções irregulares. É louvável que o atual prefeito tenha um plano para resolver problemas candentes. Se as medidas são portadoras ou não de eficácia prática, é outra questão. Isto deixa algumas perguntas no ar.
Cientista Político e Professor da PUC
DEU NO JORNAL DO BRASIL
Entre as medidas implantadas por Eduardo Paes, uma tem efeito impactante sobre a vida da cidade e provocou diferentes reações da opinião pública: a Operação Choque de Ordem.
Ela nasce num contexto onde as questões ecológicas e as preocupações com as demarcações das distinções entre o espaço público e o privado estão na ordem do dia. O propósito da operação é tentar reverter um conjunto de informalidades e ilegalidades que há muito tempo se fazem presentes no Rio.
Para implementar a referida operação o prefeito instituiu a Secretaria Especial de Ordem Pública, nomeando secretário o deputado federal Rodrigo Bethlem (PMDB), portador de experiência na área. A Operação Choque de Ordem tem por base um conjunto de medidas que o prefeito julga fundamentais para conduzir aos resultados desejados. As principais são reprimir o comércio ilegal, o transporte pirata e as construções irregulares; retirar das ruas seus moradores ou pelo menos diminuir substantivamente o seu número; combater o estacionamento em local proibido e a publicidade não autorizada, além dos demais agentes poluentes da cidade, mantendo-a limpa e preservada.
Três semanas após seu início, a operação apresenta números surpreendentes no que diz respeito ao reboque de carros, em média 46 por dia, mais que o total dos que foram apreendidos em 2007. Vale observar que as autuações foram feitas tanto em bairros chiques quanto em humildes. Para os que, confiando na tradicional impunidade, desenvolveram o péssimo costume de desafiar as leis do trânsito e estacionar em qualquer lugar, é bom abrir o olho. O guincho custa R$ 240 e deve ser acrescido o valor da multa mais a diária do depósito.
Outras medidas dizem respeito a repressão a camelôs, condução de moradores de rua a abrigos, apreensão de ônibus piratas e de agentes poluentes e a demolição de construções irregulares. É louvável que o atual prefeito tenha um plano para resolver problemas candentes. Se as medidas são portadoras ou não de eficácia prática, é outra questão. Isto deixa algumas perguntas no ar.
Como irão sobreviver os trabalhadores informais? A população de rua vai permanecer nos abrigos até quando? Outro problema é o caráter meramente repressivo das medidas, já adotadas por outros governos com resultados pouco auspiciosos.
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