César Felício, de Belo Horizonte
DEU NO VALOR ECONÔMICO
O ex-presidente Itamar Franco, que se filiou discretamente ao PPS na semana passada, poderá ser candidato a vice-presidente em 2010, em uma chapa encabeçada pelo governador paulista, José Serra (PSDB). A possibilidade foi mencionada por um integrante da direção nacional do PPS e por um aliado do governador mineiro Aécio Neves (PSDB), que disputa a candidatura presidencial tucana contra Serra.
De acordo com ambos, a presença de Itamar na chapa de Serra seria articulada pelo próprio Aécio, na hipótese de o governador mineiro não conquistar a candidatura presidencial, hoje vista como a mais provável. O ex-presidente, que terá 80 anos na eleição de 2010, permitiria assim a Aécio escapar da equação partidária montada por Serra e pelo DEM, que querem uma chapa presidencial formada pelos dois governadores, com o paulista na cabeça.
Se não conseguir a candidatura presidencial, que permanece sendo seu plano principal, Aécio prefere disputar o Senado. Concorreria em uma eleição tranquila e poderia aspirar a um papel protagonista na política mesmo se Serra eventualmente perdesse.
Itamar é o único político mineiro que poderia substituir Aécio na chapa oposicionista, garantindo assim a Serra um elo com o Estado. Além disso, por não ser do PSDB, atende ao principal argumento usado pelo governador para recusar a candidatura a vice. Sem partido desde que perdeu a indicação do PMDB para o Senado em 2006 para o ex-governador Newton Cardoso, Itamar é um aliado de Aécio.
Quando governador de Minas, em 2002, trabalhou pela sua eleição para o primeiro mandato. Aécio garantiu espaço para Itamar dentro do governo. Nomeou o ex-presidente para a presidência do Conselho de Administração do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais e manteve itamaristas em postos-chave da administração. Um deles é o presidente da Cemig, o ex-ministro das Comunicações Djalma Moraes.
Desde o início do ano, Itamar deixara claro o interesse em retornar à política partidária. Oscilava entre o PDT - partido que faz parte tanto da base de Aécio quanto da do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - e o PPS, situação em Minas e oposição no plano nacional. Aécio recebeu indicações de que Itamar iria se compor com a oposição em março.
Procurado pelo Valor, o ex-presidente não retornou o pedido de entrevista. Ao jornal "O Tempo", no fim de semana, Itamar disse "não estar pensando eleitoralmente" ao buscar filiação partidária. Colocou-se como oposição ao governo Lula e afirmou que a proposta de emenda constitucional para viabilizar o terceiro mandato de Lula, tentada por integrantes do PMDB e do PT, é uma quebra da ordem democrática. E disse que Aécio estaria preparado para apoiar o rival na disputa interna.
"O governador Aécio Neves está certo de querer as prévias. Se ele depender só da executiva nacional do PSDB, dificilmente terá chances de superar o governador de São Paulo. O governador Aécio não tem mais condição de mudar de partido. Essa janela para mudança de partido de seis meses, sob a minha ótica, não cabe no perfil do governador Aécio. Se ele disputa as prévias, ele vai respeitar e o resultado. Aécio é muito ético. Se ele perder - tomara que não -, ele não deverá sair do partido", comentou o ex-presidente, segundo a publicação.
DEU NO VALOR ECONÔMICO
O ex-presidente Itamar Franco, que se filiou discretamente ao PPS na semana passada, poderá ser candidato a vice-presidente em 2010, em uma chapa encabeçada pelo governador paulista, José Serra (PSDB). A possibilidade foi mencionada por um integrante da direção nacional do PPS e por um aliado do governador mineiro Aécio Neves (PSDB), que disputa a candidatura presidencial tucana contra Serra.
De acordo com ambos, a presença de Itamar na chapa de Serra seria articulada pelo próprio Aécio, na hipótese de o governador mineiro não conquistar a candidatura presidencial, hoje vista como a mais provável. O ex-presidente, que terá 80 anos na eleição de 2010, permitiria assim a Aécio escapar da equação partidária montada por Serra e pelo DEM, que querem uma chapa presidencial formada pelos dois governadores, com o paulista na cabeça.
Se não conseguir a candidatura presidencial, que permanece sendo seu plano principal, Aécio prefere disputar o Senado. Concorreria em uma eleição tranquila e poderia aspirar a um papel protagonista na política mesmo se Serra eventualmente perdesse.
Itamar é o único político mineiro que poderia substituir Aécio na chapa oposicionista, garantindo assim a Serra um elo com o Estado. Além disso, por não ser do PSDB, atende ao principal argumento usado pelo governador para recusar a candidatura a vice. Sem partido desde que perdeu a indicação do PMDB para o Senado em 2006 para o ex-governador Newton Cardoso, Itamar é um aliado de Aécio.
Quando governador de Minas, em 2002, trabalhou pela sua eleição para o primeiro mandato. Aécio garantiu espaço para Itamar dentro do governo. Nomeou o ex-presidente para a presidência do Conselho de Administração do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais e manteve itamaristas em postos-chave da administração. Um deles é o presidente da Cemig, o ex-ministro das Comunicações Djalma Moraes.
Desde o início do ano, Itamar deixara claro o interesse em retornar à política partidária. Oscilava entre o PDT - partido que faz parte tanto da base de Aécio quanto da do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - e o PPS, situação em Minas e oposição no plano nacional. Aécio recebeu indicações de que Itamar iria se compor com a oposição em março.
Procurado pelo Valor, o ex-presidente não retornou o pedido de entrevista. Ao jornal "O Tempo", no fim de semana, Itamar disse "não estar pensando eleitoralmente" ao buscar filiação partidária. Colocou-se como oposição ao governo Lula e afirmou que a proposta de emenda constitucional para viabilizar o terceiro mandato de Lula, tentada por integrantes do PMDB e do PT, é uma quebra da ordem democrática. E disse que Aécio estaria preparado para apoiar o rival na disputa interna.
"O governador Aécio Neves está certo de querer as prévias. Se ele depender só da executiva nacional do PSDB, dificilmente terá chances de superar o governador de São Paulo. O governador Aécio não tem mais condição de mudar de partido. Essa janela para mudança de partido de seis meses, sob a minha ótica, não cabe no perfil do governador Aécio. Se ele disputa as prévias, ele vai respeitar e o resultado. Aécio é muito ético. Se ele perder - tomara que não -, ele não deverá sair do partido", comentou o ex-presidente, segundo a publicação.
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