sexta-feira, 24 de julho de 2009

Freire: Lula age como se fosse um comparsa de Sarney

Nadja Rocha
DEU NO PORTAL DO PPS

Para Freire, Lula não está preocupado com governabilidade

“Lula age como se fosse um comparsa de Sarney”, disse, nesta quinta-feira, o presidente nacional do PPS, ex-senador Roberto Freire, ao reagir duramente à declaração do presidente Lula em defesa de José Sarney (PMDB-AP), ontem, na cerimônia de posse do novo procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

Durante discurso, Lula afirmou que o Ministério Público (MP) deveria agir com o máximo de seriedade, “não pensando apenas na biografia de quem está investigando, mas pensando, da mesma forma, na biografia de quem está sendo investigado”.

Para Freire, a declaração dá o tom de como o presidente da República está se empenhando para salvar a pele de Sarney. “Temos que concordar com aqueles que dizem que Lula não é parceiro de Sarney. Ele é comparsa”, afirmou, para depois acrescentar: “Aí não adianta disser que está preocupado com a governabilidade. É se associar à prática criminosa”.

Apesar de Lula não ter citado nomes em sua declaração, o dirigente do PPS interpretou como uma referência às denúncias que envolvem o presidente do Senado Federal, flagrado em conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal que revelam negociação para nomear parentes na Casa. As gravações, feitas com autorização da Justiça, foram divulgadas ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Na avaliação de Roberto Freire, o alerta feito presidente para que o MP respeitasse a biografia do presidente do Senado Federal soa como um habeas-corpus preventivo. “Ele (Lula) age como se estivesse preparando uma futura defesa junto à procuradoria-geral da República. Isso é uma excrescência”, criticou.

Nova declaração

Sobre a declaração de Lula, nesta quinta-feira, de que os supostos atos ilícitos cometidos na gestão de Sarney não podem ser tipificados como “crime de pena de morte”, o presidente do PPS disse que o presidente age da mesma forma como agiu em defesa dos envolvidos nos escândalos do mensalão, dos sanguessugas e dos aloprados.

“Só que eram amigos dele (Lula) e companheiros de muito tempo. Esse (Sarney) agora é o outro, aquele que até recentemente Lula considerava um ladrão. Veja a que ponto chegou a presidência da República nessa frouxidão moral”, lamentou Roberto Freire.

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