DEU EM O GLOBO
Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou, pelo segundo mês consecutivo, a taxa de juros, que agora passou de 9,50% para 10,25% ao ano. A alta veio dentro do esperado pelo mercado e mantém o país no topo do ranking dos juros mais altos do mundo. Com isso, saem favorecidas aplicações em fundos DI, COBs e títulos do Tesouro Nacional.
Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou, pelo segundo mês consecutivo, a taxa de juros, que agora passou de 9,50% para 10,25% ao ano. A alta veio dentro do esperado pelo mercado e mantém o país no topo do ranking dos juros mais altos do mundo. Com isso, saem favorecidas aplicações em fundos DI, COBs e títulos do Tesouro Nacional.
O IPCA, índice de inflação da meta, caiu para 0,43% em maio, contra 0,57% de abril.
BC eleva juros, que voltam a ficar acima de 10%
Taxa básica sobe para 10,25% ao ano. Economistas já apostam em elevações menores nos próximos meses
Patrícia Duarte e Ronaldo D’Ercole
BRASÍLIA, SÃO PAULO e RIO. Depois de um ano convivendo com juros de um dígito, o país voltou a trabalhar com a taxa básica, a Selic, acima de 10%. Ontem, em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa de 9,50% para 10,25% ao ano, repetindo o aumento de 0,75 ponto percentual de abril, quando o atual ciclo de aperto monetário teve início. O movimento era amplamente esperado pelo mercado.
Mas o ritmo de alta, daqui em diante, divide as opiniões.
Isso porque, em seu comunicado, segundo especialistas, o Copom não deu ontem indicações concretas de seus movimentos futuros. Para alguns agentes econômicos, a inflação já dá sinais de desaceleração e, por isso, não haveria necessidade de o BC continuar com elevações da mesma magnitude.
— A crise europeia pode afetar a economia real, já que o Brasil exporta muito para aquele continente.
Isso pode reduzir as próximas altas de juros, uma vez que diminui a atividade doméstica — afirmou o analista sênior para América Latina do BNP Paribas, Diego Donadio, para quem em julho a Selic subirá 0,5 ponto.
Em junho de 2009, em meio ao processo de cortes da Selic para enfrentar a fase mais aguda da crise internacional, o Copom derrubou a taxa de 10,25% para 9,25% ao ano, entrando pela primeira vez na História no patamar de um dígito.
Com a alta, o Brasil isolou-se ainda mais no primeiro lugar do ranking dos países com a maior taxa de juros do mundo. O juro real (acima da inflação) brasileiro subiu de 4,5% para 5,2% ao ano.
No comunicado, igual ao de abril, o comitê informou que, “dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias ao cenário prospectivo da economia, para assegurar a convergência da inflação à trajetória de metas, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a Taxa Selic para 10,25% ao ano, sem viés.” — Ao fazer um comunicado lacônico, o Copom deixa uma porta aberta. Está claro que vai avaliar o cenário daqui para frente.
Na próxima reunião, pode aumentar de novo em 0,75 ponto ou menos — afirmou a economistachefe do ING, Zeina Latif que acredita na alta de 0,75.
Elevar a Selic é uma ferramenta de combate à inflação, pois encarece o crédito e acaba reduzindo o consumo. As expectativas do mercado são que o IPCA deste ano ficará em 5,64% e, em 2011, em 4,80%, ambos acima do centro da meta oficial, de 4,5%. Além de choques nos preços dos alimentos no início do ano, o ritmo forte da economia contribui para a aceleração do IPCA. Entre janeiro e março, o IBGE anunciou expansão de 9% da economia, na comparação interanual, e de 2,7% contra o trimestre anterior.
Fundos DI e CDBs ficam mais atraentes para investidor Em comunicado, Benjamin Steinbruch, presidente em exercício da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), argumenta que os preços já se comportam sem altas significativas. Miguel Torres, da Força Sindical, disse que a decisão representa “um balde de água fria na aquecida economia brasileira”. Já a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) ressaltou que a elevação reforça o compromisso do BC com o controle da inflação.
A alta da Selic torna mais atraentes as aplicações pós-fixadas, como fundos DI, os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) e os títulos do Tesouro Nacional. No caso dos fundos DI, a rentabilidade do que têm taxa de administração inferior a 2% já supera a da poupança.
Após subir 1,42% de manhã, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, perdeu força e fechou em queda de 0,51%, aos 61.478 pontos. O dólar comercial recuou 0,64%, a R$ 1,848, segunda queda seguida
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