“ As presentes notas procuram mostrar a “teoria revolucionária” pecebista em gestação antes mesmo da “nova política” anunciada pela Declaração de Março de 1958. Ela tem força renovadora por ser naquele tempo um esboço de como seria o processo de concretização da “revolução brasileira” verossímil à circunstância nacional; revolução entendida na acepção dos clássicos (do mais antigo, Caio Prado; dos clássicos isebianos a partir de 1956; e de Celso Furtado, poucos anos depois).
Tal imagem da revolução desenhada por Armênio Guedes ao tempo que expressa áreas pecebistas já então resistentes à velha orientação comunista, faz-se presente no “pecebismo” que irá ser posto em prática pelo PCB a partir daquele texto de 1958. A construção inovadora no modo de pensar dos comunistas formulada por Armênio Guedes, tão antiga, termina por acrisolar no decorrer dos anos pontos de referência de uma outra cultura política de esquerda entre nós.
É ela que dá o mais firme suporte à natureza não rupturista da atuação agrária dos comunistas movidos por um “sindicalismo camponês” de “medidas parciais de reforma agrária” (lei trabalhista, direito à terra etc.); “políticas públicas” voltadas, em particular, para a afirmação progressiva da “exploração familiar camponesa”, como dirá depois, em 1977, Ivan Otelo Ribeiro. “
Raimundo Santos, cf. Teoria e prática no nosso marxismo político, texto inédito (2010).
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