DEU EM O GLOBO
Mantega diz que Receita sempre foi vulnerável; para Lula, escândalo é futrica menor
O contador Antônio Carlos Atella Ferreira era filiado ao PT quando entregou à Receita a falsa procuração usada para violar o sigilo fiscal da filha do candidato do PSDB à Presidência, José Serra. O TRE-SP informou ao "Jornal Nacional" que Atella foi filiado ao PT paulista de 2003 a 21 de novembro de 2009, quando teve seu registro excluído do cadastro do tribunal. Em 30 de setembro de 2009, menos de dois meses antes, ele ingressou com o documento falso em nome de Verônica Serra. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que "vazamentos sempre ocorreram" na Receita porque o sistema não é inviolável. Lula chamou o escândalo de "futrica menor".
Procuração de petista
Suposto contador que levou documento falso de filha de Serra à Receita era do PT
Tatiana Farah
Acusado de participar do esquema de vazamento de dados sigilosos da Receita Federal, o suposto contador Antônio Carlos Atella Ferreira, de 62 anos, foi filiado ao PT paulista de 2003 a novembro de 2009, segundo noticiou ontem o "Jornal Nacional", da Rede Globo. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo confirmou a filiação partidária e informou que Atella teve seu registro excluído em novembro do ano passado, quase dois meses depois de ele ter apresentado à Receita, em Santo André, no ABC paulista, uma procuração falsificada em nome de Verônica Serra, filha do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, para ter acesso aos dados fiscais dela.
De acordo com o TRE-SP, Atella ingressou no PT por Mauá - cidade do ABC paulista onde foram violados os dados fiscais de tucanos ligados a Serra - e depois mudou sua filiação para a cidade de Rio Grande da Serra, até ter seu registro excluído do cadastro. Segundo o TRE, Atella filiou-se ao PT em 20 de outubro de 2003 e foi excluído do cadastro em 21 de novembro do ano passado. Ele ingressou com a procuração falsa em nome de Verônica no dia 30 de setembro de 2009, dois meses antes, portanto, de ser excluído do cadastro de filiados.
O TRE-SP explicou que o fato de a anotação de filiação ter sido excluída do cadastro de eleitores não significa desfiliação, mas a existência de algum dado divergente que o partido não corrigiu. Antes de a informação do TRE-SP ser divulgada pelo "Jornal Nacional", o PT paulista dissera ao GLOBO ter feito uma busca no sistema de registros partidários do TRE e que o nome de Atella não constava como filiado a nenhum partido.
Em resposta ao "Jornal Nacional", o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, afirmou que Atella nunca teve atuação política no partido. Segundo ele, se "a filiação existiu de fato, ela foi apenas cartorial". Dutra voltou a negar que exista participação do PT e da campanha da candidata Dilma Rousseff na violação dos sigilos.
Atella havia afirmado, na véspera, que nunca fora filiado a nenhum partido. Ontem, Atella prestou depoimento à Polícia Federal, em São Paulo, mas o que ele disse não foi divulgado.
Procurado pela TV Globo após as informações do TRE, Atella disse não se lembrar de ter integrado um partido e alegou que, se isso ocorreu, deve ter sido por algum momento de empolgação.
Atella tinha dito, na véspera, que recebera a procuração forjada de Ademir Estevam Cabral. Ademir é filiado ao PV de Francisco Morato desde 2007. O PV abriu uma sindicância para apurar o caso. A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, disse que a direção do partido já está investigando para que, se houver "qualquer envolvimento ilícito, ele seja expulso".
- Trata-se de pessoa periférica dentro do partido, mas mesmo assim queremos todo o rigor, apuração rápida e punição - disse Marina.
Atella ficou ontem cerca de cinco horas na superintendência da PF em São Paulo e pôde sair por uma porta lateral, longe da imprensa. Ele afirmou que foi orientado a não falar mais com jornalistas.
- Não estou autorizado a dar mais nenhuma palavra. O caso está em segredo de Justiça - disse.
A PF colheu sua assinatura para um exame grafotécnico. O objetivo é conferir as assinaturas de Atella com as que aparecem na falsa procuração de Verônica. Ela também deve fazer o mesmo teste de assinaturas, para confirmar que houve falsificação no documento. Caso confirmada a fraude, o técnico contábil pode ser indiciado por falsificação de documentos e falsidade ideológica.
A PF também pediu a quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico de Adeildda Ferreira Leão dos Santos, uma das funcionárias da Receita que teriam acessado dados tanto de Verônica como de outras pessoas ligadas ao PSDB na sede da Receita Federal do ABC Paulista. O HD de seu computador na instituição foi recolhido pela PF e está sendo periciado em Brasília.
Mantega diz que Receita sempre foi vulnerável; para Lula, escândalo é futrica menor
O contador Antônio Carlos Atella Ferreira era filiado ao PT quando entregou à Receita a falsa procuração usada para violar o sigilo fiscal da filha do candidato do PSDB à Presidência, José Serra. O TRE-SP informou ao "Jornal Nacional" que Atella foi filiado ao PT paulista de 2003 a 21 de novembro de 2009, quando teve seu registro excluído do cadastro do tribunal. Em 30 de setembro de 2009, menos de dois meses antes, ele ingressou com o documento falso em nome de Verônica Serra. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que "vazamentos sempre ocorreram" na Receita porque o sistema não é inviolável. Lula chamou o escândalo de "futrica menor".
Procuração de petista
Suposto contador que levou documento falso de filha de Serra à Receita era do PT
Tatiana Farah
Acusado de participar do esquema de vazamento de dados sigilosos da Receita Federal, o suposto contador Antônio Carlos Atella Ferreira, de 62 anos, foi filiado ao PT paulista de 2003 a novembro de 2009, segundo noticiou ontem o "Jornal Nacional", da Rede Globo. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo confirmou a filiação partidária e informou que Atella teve seu registro excluído em novembro do ano passado, quase dois meses depois de ele ter apresentado à Receita, em Santo André, no ABC paulista, uma procuração falsificada em nome de Verônica Serra, filha do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, para ter acesso aos dados fiscais dela.
De acordo com o TRE-SP, Atella ingressou no PT por Mauá - cidade do ABC paulista onde foram violados os dados fiscais de tucanos ligados a Serra - e depois mudou sua filiação para a cidade de Rio Grande da Serra, até ter seu registro excluído do cadastro. Segundo o TRE, Atella filiou-se ao PT em 20 de outubro de 2003 e foi excluído do cadastro em 21 de novembro do ano passado. Ele ingressou com a procuração falsa em nome de Verônica no dia 30 de setembro de 2009, dois meses antes, portanto, de ser excluído do cadastro de filiados.
O TRE-SP explicou que o fato de a anotação de filiação ter sido excluída do cadastro de eleitores não significa desfiliação, mas a existência de algum dado divergente que o partido não corrigiu. Antes de a informação do TRE-SP ser divulgada pelo "Jornal Nacional", o PT paulista dissera ao GLOBO ter feito uma busca no sistema de registros partidários do TRE e que o nome de Atella não constava como filiado a nenhum partido.
Em resposta ao "Jornal Nacional", o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, afirmou que Atella nunca teve atuação política no partido. Segundo ele, se "a filiação existiu de fato, ela foi apenas cartorial". Dutra voltou a negar que exista participação do PT e da campanha da candidata Dilma Rousseff na violação dos sigilos.
Atella havia afirmado, na véspera, que nunca fora filiado a nenhum partido. Ontem, Atella prestou depoimento à Polícia Federal, em São Paulo, mas o que ele disse não foi divulgado.
Procurado pela TV Globo após as informações do TRE, Atella disse não se lembrar de ter integrado um partido e alegou que, se isso ocorreu, deve ter sido por algum momento de empolgação.
Atella tinha dito, na véspera, que recebera a procuração forjada de Ademir Estevam Cabral. Ademir é filiado ao PV de Francisco Morato desde 2007. O PV abriu uma sindicância para apurar o caso. A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, disse que a direção do partido já está investigando para que, se houver "qualquer envolvimento ilícito, ele seja expulso".
- Trata-se de pessoa periférica dentro do partido, mas mesmo assim queremos todo o rigor, apuração rápida e punição - disse Marina.
Atella ficou ontem cerca de cinco horas na superintendência da PF em São Paulo e pôde sair por uma porta lateral, longe da imprensa. Ele afirmou que foi orientado a não falar mais com jornalistas.
- Não estou autorizado a dar mais nenhuma palavra. O caso está em segredo de Justiça - disse.
A PF colheu sua assinatura para um exame grafotécnico. O objetivo é conferir as assinaturas de Atella com as que aparecem na falsa procuração de Verônica. Ela também deve fazer o mesmo teste de assinaturas, para confirmar que houve falsificação no documento. Caso confirmada a fraude, o técnico contábil pode ser indiciado por falsificação de documentos e falsidade ideológica.
A PF também pediu a quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico de Adeildda Ferreira Leão dos Santos, uma das funcionárias da Receita que teriam acessado dados tanto de Verônica como de outras pessoas ligadas ao PSDB na sede da Receita Federal do ABC Paulista. O HD de seu computador na instituição foi recolhido pela PF e está sendo periciado em Brasília.
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