DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Cenário: Marcelo de Moraes
Cenário: Marcelo de Moraes
A menos de um mês da votação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou para si a responsabilidade de conservar intacta a vantagem conquistada pela petista Dilma Rousseff nas pesquisas de intenção de voto. Patrocinador absoluto da candidatura, o presidente entendeu que a reta final da campanha exige atenção especial para evitar algum tipo de surpresa.
Em conversas com seus aliados diretos, decidiu que era hora de assumir ele próprio o choque com os adversários na discussão sobre o escândalo da quebra de sigilos fiscais por funcionários da Receita Federal. Decidiu também que deveria falar forte.
Na prática, quer usar a mesma popularidade que ajudou a decolagem de Dilma para evitar que ela se exponha na discussão do problema e perca a vantagem obtida sobre José Serra.
Lula tem na memória a reta final da eleição de 2006. Na ocasião, apesar do favoritismo, viu Geraldo Alckmin, do PSDB, reagir nas semanas finais de campanha, empurrado pela lembrança dos escândalos do mensalão e dos aloprados.
Com esses temas negativos centralizando a agenda de debates, Lula deixou de garantir sua reeleição já no primeiro turno. Terminou com 48,61% dos votos válidos, contra 41,64% de Alckmin, deixando a vitória imediata escapar por 1,3 ponto porcentual.
Para evitar a repetição do problema de quatro anos atrás, o presidente se escalou para defender a candidatura que ele mesmo criou. Tudo para evitar a realização de um segundo turno, na qual a oposição chegaria revigorada por salvar uma eleição aparentemente perdida e com tempo de rádio e televisão igual ao da campanha de Dilma. A ordem de Lula é não correr riscos.
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