DEU EM O GLOBO
No programa de Dilma, presidente não cita quebra de sigilo de tucanos por petistas
Em meio ao escândalo da quebra de sigilos fiscais feita por petistas na Receita Federal, o presidente Lula resolveu assumir a frente em defesa da presidenciável Dilma Rousseff (PT).
No programa de Dilma, presidente não cita quebra de sigilo de tucanos por petistas
Em meio ao escândalo da quebra de sigilos fiscais feita por petistas na Receita Federal, o presidente Lula resolveu assumir a frente em defesa da presidenciável Dilma Rousseff (PT).
Ontem, ele ocupou mais de dois minutos do programa de TV e partiu para o ataque a José Serra, candidato do PSDB, cuja filha Veronica está entre os que tiveram o sigilo devassado. Com tom duro e agressivo, Lula disse que Serra parte para a "baixaria" e tenta atingir Dilma com "mentiras e calúnias". E que atacar Dilma significa "um crime contra o Brasil e contra a mulher".
O presidente, no entanto, foi vago e não fez referência às denúncias investigadas por Ministério Público, PF e Receita. A aparição de Lula faz parte da estratégia do PT: Dilma sai da linha de ataque e o presidente entra para blindar a candidata. Ontem, após o desfile de 7 de Setembro, Gilberto Carvalho, assessor da Presidência, tentou minimizar a participação de petistas no escândalo.
Lula blinda Dilma e parte para o ataque
Sem citar a quebra de sigilos, presidente aparece na TV e diz que Serra faz baixaria
Cristiane Jungblut
BRASÍLIA - Depois de tentar ignorar o escândalo da quebra de sigilo fiscal de tucanos na Receita Federal por petistas, o comando da campanha do PT mudou de estratégia e o presidente Lula assumiu ontem a linha de frente em defesa da presidenciável Dilma Rousseff, na propaganda eleitoral gratuita na TV, partindo para o ataque direto ao candidato José Serra (PSDB). Com tom duro e agressivo, Lula disse que Serra parte para a baixaria e tenta atingir Dilma com mentiras e calúnias. E que atacar Dilma significa um crime contra o Brasil e contra a mulher.
Lula ainda disse que Serra é da turma do contra e que está desesperado.
Infelizmente, nosso adversário, o candidato da turma do contra, que torce o nariz contra tudo o que o povo conquistou nos últimos anos, resolveu partir para os ataques pessoais e para a baixaria. Lamento, lamento muito. Mas estou seguro de que os brasileiros saberão repelir esse tipo de campanha. Pensam que o povo se deixa enganar por qualquer história. Eles é que estão enganados.
O povo brasileiro é maduro e saberá, perfeitamente, separar o joio do trigo. Tentar atingir com mentiras e calúnias uma mulher da qualidade de Dilma é praticar um crime contra o Brasil e, em especial, contra a mulher brasileira disse Lula, numa aparição de mais de dois minutos na TV, em que usou terno e broche na lapela, dando a impressão de um pronunciamento oficial.
Na estratégia do PT, Lula assume ataque
O presidente se referiu à reação da oposição à quebra de sigilo fiscal da filha do candidato tucano, Verônica Serra, do vice-presidente nacional do PSDB, Eduardo Jorge, e de outros integrantes do partido. Investigações da própria Corregedoria da Receita confirmam o acesso ilegal aos dados sigilosos em pelo menos três ocasiões: em Mauá e Santo André, em São Paulo, e em Formiga (MG).
Um dos envolvidos, o contador Antônio Carlos Atella Ferreira se filiou ao PT em 2003 e pediu desligamento em novembro de 2009. Com uma procuração falsa, solicitou à Receita cópia das declarações de Verônica Serra, em Santo André. Já o analista tributário da Receita em Formiga Gilberto Souza Amarante acessou dez vezes os dados fiscais de Eduardo Jorge. Ele é filiado ao PT desde 2001.
Ainda no horário de Dilma que não tratou do caso, para ser preservada Lula dirigiu-se à oposição: Por isso, peço equilíbrio e prudência a esses que caluniam a Dilma.
Movidos pelo desespero, pelo preconceito contra a mulher e também contra mim. Peço também a eles mais amor pelo Brasil. (...) É possível disputar uma eleição de forma honesta, democrática e civilizada.
Lula, que não fez o tradicional pronunciamento de Sete de Setembro, começou sua fala ressaltando a importância de uma eleição para a democracia e o fato de que só homens e mulheres livres podem fazer isso: E jamais aqueles que só pensam em destruir, que colocam seus interesses pessoais acima dos interesses do país.
A estratégia escolhida pelo PT foi a de Lula assumir o desgaste de levar o tema à TV, tentando blindar Dilma.
Na véspera, em comício em Valparaíso de Goiás, no entorno de Brasília, Lula disse que Dilma não deveria responder aos ataques no programa eleitoral, devendo sempre aparecer com a cara simpática e alegre.
Apesar do discurso de que não está preocupado com o escândalo sobre a quebra do sigilo, o PT vem monitorando as pesquisas internas para ver se há alguma alteração. A decisão de ter Lula falando do escândalo pode ter sido influenciada por resultados de pesquisas internas.
Além dessa participação no programa eleitoral da noite, foram exibidos, no final da tarde, filmetes de 30 segundos com Lula dizendo que a oposição está fazendo acusações sem provas, e que Dilma está sofrendo com isso.
Diferentemente das outras participações que gravou para Dilma, Lula trocou de cenário: substituiu a biblioteca do Palácio da Alvorada, sua residência oficial, pelo cenário do estúdio da campanha, em Brasília.
Já Dilma voltou a dizer que Serra baixou o nível da campanha e desafiou a oposição a tentar convencer o eleitorado de que o governo Lula não deu certo. Dilma fez essa declaração ao responder a uma pergunta sobre o programa eleitoral do tucano.
Em seguida, Dilma interrompeu as perguntas, alegando que estava afônica.
Mas, pouco antes, mesmo com a voz rouca, fez um rápido pronunciamento, afirmando que faria uma mensagem institucional pelo Sete de Setembro. Perguntada sobre o escândalo da Receita e sobre as críticas de Serra, afirmou: Não consigo falar mais, está muito ruim. Não comento o candidato José Serra. Ele resolveu baixar o nível, ele fica com o nível baixo dele. Não vou ter esse nível.
Ainda evitando falar sobre o escândalo da Receita, Dilma interrompeu outra pergunta, que se referia aos ataques à oposição, de manhã, pelo chefe de Gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho.
Gente, não vou me manifestar mais, pedi para explicar isso. E vocês estão vendo. É visível a olho nu disse ela, rouca.
Lula blinda Dilma e parte para o ataque
Sem citar a quebra de sigilos, presidente aparece na TV e diz que Serra faz baixaria
Cristiane Jungblut
BRASÍLIA - Depois de tentar ignorar o escândalo da quebra de sigilo fiscal de tucanos na Receita Federal por petistas, o comando da campanha do PT mudou de estratégia e o presidente Lula assumiu ontem a linha de frente em defesa da presidenciável Dilma Rousseff, na propaganda eleitoral gratuita na TV, partindo para o ataque direto ao candidato José Serra (PSDB). Com tom duro e agressivo, Lula disse que Serra parte para a baixaria e tenta atingir Dilma com mentiras e calúnias. E que atacar Dilma significa um crime contra o Brasil e contra a mulher.
Lula ainda disse que Serra é da turma do contra e que está desesperado.
Infelizmente, nosso adversário, o candidato da turma do contra, que torce o nariz contra tudo o que o povo conquistou nos últimos anos, resolveu partir para os ataques pessoais e para a baixaria. Lamento, lamento muito. Mas estou seguro de que os brasileiros saberão repelir esse tipo de campanha. Pensam que o povo se deixa enganar por qualquer história. Eles é que estão enganados.
O povo brasileiro é maduro e saberá, perfeitamente, separar o joio do trigo. Tentar atingir com mentiras e calúnias uma mulher da qualidade de Dilma é praticar um crime contra o Brasil e, em especial, contra a mulher brasileira disse Lula, numa aparição de mais de dois minutos na TV, em que usou terno e broche na lapela, dando a impressão de um pronunciamento oficial.
Na estratégia do PT, Lula assume ataque
O presidente se referiu à reação da oposição à quebra de sigilo fiscal da filha do candidato tucano, Verônica Serra, do vice-presidente nacional do PSDB, Eduardo Jorge, e de outros integrantes do partido. Investigações da própria Corregedoria da Receita confirmam o acesso ilegal aos dados sigilosos em pelo menos três ocasiões: em Mauá e Santo André, em São Paulo, e em Formiga (MG).
Um dos envolvidos, o contador Antônio Carlos Atella Ferreira se filiou ao PT em 2003 e pediu desligamento em novembro de 2009. Com uma procuração falsa, solicitou à Receita cópia das declarações de Verônica Serra, em Santo André. Já o analista tributário da Receita em Formiga Gilberto Souza Amarante acessou dez vezes os dados fiscais de Eduardo Jorge. Ele é filiado ao PT desde 2001.
Ainda no horário de Dilma que não tratou do caso, para ser preservada Lula dirigiu-se à oposição: Por isso, peço equilíbrio e prudência a esses que caluniam a Dilma.
Movidos pelo desespero, pelo preconceito contra a mulher e também contra mim. Peço também a eles mais amor pelo Brasil. (...) É possível disputar uma eleição de forma honesta, democrática e civilizada.
Lula, que não fez o tradicional pronunciamento de Sete de Setembro, começou sua fala ressaltando a importância de uma eleição para a democracia e o fato de que só homens e mulheres livres podem fazer isso: E jamais aqueles que só pensam em destruir, que colocam seus interesses pessoais acima dos interesses do país.
A estratégia escolhida pelo PT foi a de Lula assumir o desgaste de levar o tema à TV, tentando blindar Dilma.
Na véspera, em comício em Valparaíso de Goiás, no entorno de Brasília, Lula disse que Dilma não deveria responder aos ataques no programa eleitoral, devendo sempre aparecer com a cara simpática e alegre.
Apesar do discurso de que não está preocupado com o escândalo sobre a quebra do sigilo, o PT vem monitorando as pesquisas internas para ver se há alguma alteração. A decisão de ter Lula falando do escândalo pode ter sido influenciada por resultados de pesquisas internas.
Além dessa participação no programa eleitoral da noite, foram exibidos, no final da tarde, filmetes de 30 segundos com Lula dizendo que a oposição está fazendo acusações sem provas, e que Dilma está sofrendo com isso.
Diferentemente das outras participações que gravou para Dilma, Lula trocou de cenário: substituiu a biblioteca do Palácio da Alvorada, sua residência oficial, pelo cenário do estúdio da campanha, em Brasília.
Já Dilma voltou a dizer que Serra baixou o nível da campanha e desafiou a oposição a tentar convencer o eleitorado de que o governo Lula não deu certo. Dilma fez essa declaração ao responder a uma pergunta sobre o programa eleitoral do tucano.
Em seguida, Dilma interrompeu as perguntas, alegando que estava afônica.
Mas, pouco antes, mesmo com a voz rouca, fez um rápido pronunciamento, afirmando que faria uma mensagem institucional pelo Sete de Setembro. Perguntada sobre o escândalo da Receita e sobre as críticas de Serra, afirmou: Não consigo falar mais, está muito ruim. Não comento o candidato José Serra. Ele resolveu baixar o nível, ele fica com o nível baixo dele. Não vou ter esse nível.
Ainda evitando falar sobre o escândalo da Receita, Dilma interrompeu outra pergunta, que se referia aos ataques à oposição, de manhã, pelo chefe de Gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho.
Gente, não vou me manifestar mais, pedi para explicar isso. E vocês estão vendo. É visível a olho nu disse ela, rouca.
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