DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Candidato evita confronto com Lula, mas não poupa Dilma: "Fica à sombra até no debate"
Alckmin diz que o caso é "grave" e critica frase do presidente: "Lula falou em baixaria. Baixaria é violação de sigilo"
Uirá Machado
DE SÃO PAULO - O candidato a presidente José Serra (PSDB) afirmou ontem não ter dúvidas de que o PT está envolvido no episódio da quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas a ele e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Eu não tenho dúvida [de que há envolvimento do PT nesses episódios]. Esse é o DNA do PT", disse em entrevista coletiva, após visitar o Museu da Língua Portuguesa, no centro de São Paulo.
Serra se referia aos casos no ABC paulista e em Formiga (MG). Foram acessados dados sigilosos de Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB, Veronica Serra, filha de Serra, e mais três pessoas ligadas aos tucanos.
Questionado pelos jornalistas a respeito das críticas feitas por Lula durante comício em Guarulhos (SP), no sábado, Serra preferiu evitar o confronto: "Eu não vou ficar batendo boca com o Lula".
No comício, Lula ironizou o tom da propaganda eleitoral do tucano na TV ("o bicho [Serra] anda com uma raiva que não sei de quê", disse o presidente) e insinuou que a campanha do PSDB "mente descaradamente".
Segundo Serra, sua adversária, Dilma Rousseff (PT), está se escondendo na sombra de Lula e evita até mesmo os debates que, na visão do tucano, deveriam ser travados entre os candidatos.
"Agora, ela fica à sombra [de Lula] até no debate da campanha. No caso da Dilma, quando há coisas que devem ser debatidas por candidatos, há uma substituição. Quem debate é o presidente do partido, o presidente da República. Já está na hora de a Dilma se mostrar."
Geraldo Alckmin (PSDB), que também visitou o museu, afirmou:
"Independentemente da questão eleitoral, é grave. Agora, o presidente Lula falou em baixaria. Baixaria é violação de sigilo".
CRÍTICAS DE FHC
Ontem, ao conversar com os jornalistas, Serra se negou a responder a outras perguntas relacionadas com o escândalo da Receita e com sua campanha na TV.
Serra também não comentou artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publicado no jornal "O Estado de S. Paulo".
O tucano disse não ter lido o texto, no qual FHC critica o governo Lula ("Vivemos uma fase de democracia virtual", "oca por dentro"), mas não poupa a oposição ("Pode ter havido erros de marketing nas campanhas oposicionistas, assim como é certo que a oposição se opôs menos do que devia à usurpação de seus próprios feitos").
Candidato evita confronto com Lula, mas não poupa Dilma: "Fica à sombra até no debate"
Alckmin diz que o caso é "grave" e critica frase do presidente: "Lula falou em baixaria. Baixaria é violação de sigilo"
Uirá Machado
DE SÃO PAULO - O candidato a presidente José Serra (PSDB) afirmou ontem não ter dúvidas de que o PT está envolvido no episódio da quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas a ele e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Eu não tenho dúvida [de que há envolvimento do PT nesses episódios]. Esse é o DNA do PT", disse em entrevista coletiva, após visitar o Museu da Língua Portuguesa, no centro de São Paulo.
Serra se referia aos casos no ABC paulista e em Formiga (MG). Foram acessados dados sigilosos de Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB, Veronica Serra, filha de Serra, e mais três pessoas ligadas aos tucanos.
Questionado pelos jornalistas a respeito das críticas feitas por Lula durante comício em Guarulhos (SP), no sábado, Serra preferiu evitar o confronto: "Eu não vou ficar batendo boca com o Lula".
No comício, Lula ironizou o tom da propaganda eleitoral do tucano na TV ("o bicho [Serra] anda com uma raiva que não sei de quê", disse o presidente) e insinuou que a campanha do PSDB "mente descaradamente".
Segundo Serra, sua adversária, Dilma Rousseff (PT), está se escondendo na sombra de Lula e evita até mesmo os debates que, na visão do tucano, deveriam ser travados entre os candidatos.
"Agora, ela fica à sombra [de Lula] até no debate da campanha. No caso da Dilma, quando há coisas que devem ser debatidas por candidatos, há uma substituição. Quem debate é o presidente do partido, o presidente da República. Já está na hora de a Dilma se mostrar."
Geraldo Alckmin (PSDB), que também visitou o museu, afirmou:
"Independentemente da questão eleitoral, é grave. Agora, o presidente Lula falou em baixaria. Baixaria é violação de sigilo".
CRÍTICAS DE FHC
Ontem, ao conversar com os jornalistas, Serra se negou a responder a outras perguntas relacionadas com o escândalo da Receita e com sua campanha na TV.
Serra também não comentou artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publicado no jornal "O Estado de S. Paulo".
O tucano disse não ter lido o texto, no qual FHC critica o governo Lula ("Vivemos uma fase de democracia virtual", "oca por dentro"), mas não poupa a oposição ("Pode ter havido erros de marketing nas campanhas oposicionistas, assim como é certo que a oposição se opôs menos do que devia à usurpação de seus próprios feitos").
Nenhum comentário:
Postar um comentário