DEU EM O GLOBO
Dirceu Garcia afirma ter recebido R$8,4 mil do jornalista pelo serviço
SÃO PAULO. O despachante Dirceu Rodrigues Garcia afirmou que o jornalista Amaury Ribeiro Jr foi a pessoa que lhe encomendou a quebra de sigilo de pessoas ligadas ao candidato tucano à Presidência, José Serra. Segundo o "Jornal Nacional", que exibiu ontem uma entrevista com Dirceu, a Polícia Federal apurou que Amaury saiu de Brasília para São Paulo num voo de 7 de outubro do ano passado. No dia seguinte, ele teria acesso aos documentos sigilosos. O despachante afirmou que o encontro com o jornalista foi breve e que ele teria dito que sua missão estava cumprida, ao ver, satisfeito, as declarações de renda dos tucanos.
- Esperei ele conferir a documentação e ele me passou o valor combinado. Conferi o valor e fui embora - disse Garcia ao "Jornal Nacional".
O despachante contou que recebeu R$700 por declaração de renda e que, no total, foram 12 documentos:
- Eram doze, então deu um total de R$8.400.
Garcia diz que "auxílio" de Amaury foi de R$5 mil
Garcia disse ainda que só voltou a se encontrar com Amaury no mês passado, depois que o caso ganhou destaque na imprensa:
- Ele me ofereceu um auxílio, né, e quis saber como tava a situação - disse Rodrigues Garcia ao "Jornal Nacional", confirmando que Amaury lhe ofereceu dinheiro: -Aceitei.
Foram, segundo Garcia, R$5 mil, em dois depósitos feitos na conta do despachante em duas datas: dias 9 e 19 de setembro. O despachante negou que tenha entendido o pagamento como um "cala boca":
- Não, não, não. Jamais. Eu entendi como um auxílio, uma ajuda - afirmou.
Acusado de ter falsificado as assinaturas de Verônica Serra, filha do candidato do PSDB à Presidência, e de outros tucanos para obter as declarações de renda, o auxiliar contábil Antonio Carlos Atella negou que conhecesse o despachante que negociou com Amaury:
- Não sei quem é. Nunca vi mais gordo. E esse jornalista, de onde é? - disse ele.
Demonstrando irritação, Atella disse ter prestado seu serviço de cidadão ao país, ao afirmar em depoimento que o trabalho foi encomendado pelo office-boy Ademir Cabral, que agiu como intermediário no vazamento:
- Agora é com vocês. Se foi a Dilma, se não foi.
Entre as pessoas que tiveram seus dados sigilosos vazados na Receita Federal de Mauá, além da filha de Serra, está o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas. Amaury, que trabalhava na época no jornal "O Estado de Minas", afirmou em seu depoimento que acessou os dados para proteger o então governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), durante a disputa da pré-campanha tucana.
Segundo o depoimento de Amaury, que não quis dar entrevistas, o jornal teria pagado R$12 mil em despesas para que ele viajasse até São Paulo, onde contratou os serviços de Dirceu Garcia. Ele disse à polícia que começou a investigação sobre tucanos após saber que esse grupo estava investigando a vida do governador mineiro.
Amaury Ribeiro disse ainda que, depois de sair do jornal mineiro, foi procurado por pessoas ligadas à pré-campanha da petista Dilma Rousseff. Esses petistas estariam interessados no material obtido na investigação de Amaury. O jornalista foi flagrado em um restaurante de Brasília, no dia 20 de abril deste ano, em encontro com Luiz Lanzetta, um dos assessores da campanha petista, e com ex-delegado da PF Onézimo Souza. Com a denúncia do suposto dossiê, Lanzetta - ligado ao então coordenador da campanha de Dilma e ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel - foi afastado da campanha.
Dirceu Garcia afirma ter recebido R$8,4 mil do jornalista pelo serviço
SÃO PAULO. O despachante Dirceu Rodrigues Garcia afirmou que o jornalista Amaury Ribeiro Jr foi a pessoa que lhe encomendou a quebra de sigilo de pessoas ligadas ao candidato tucano à Presidência, José Serra. Segundo o "Jornal Nacional", que exibiu ontem uma entrevista com Dirceu, a Polícia Federal apurou que Amaury saiu de Brasília para São Paulo num voo de 7 de outubro do ano passado. No dia seguinte, ele teria acesso aos documentos sigilosos. O despachante afirmou que o encontro com o jornalista foi breve e que ele teria dito que sua missão estava cumprida, ao ver, satisfeito, as declarações de renda dos tucanos.
- Esperei ele conferir a documentação e ele me passou o valor combinado. Conferi o valor e fui embora - disse Garcia ao "Jornal Nacional".
O despachante contou que recebeu R$700 por declaração de renda e que, no total, foram 12 documentos:
- Eram doze, então deu um total de R$8.400.
Garcia diz que "auxílio" de Amaury foi de R$5 mil
Garcia disse ainda que só voltou a se encontrar com Amaury no mês passado, depois que o caso ganhou destaque na imprensa:
- Ele me ofereceu um auxílio, né, e quis saber como tava a situação - disse Rodrigues Garcia ao "Jornal Nacional", confirmando que Amaury lhe ofereceu dinheiro: -Aceitei.
Foram, segundo Garcia, R$5 mil, em dois depósitos feitos na conta do despachante em duas datas: dias 9 e 19 de setembro. O despachante negou que tenha entendido o pagamento como um "cala boca":
- Não, não, não. Jamais. Eu entendi como um auxílio, uma ajuda - afirmou.
Acusado de ter falsificado as assinaturas de Verônica Serra, filha do candidato do PSDB à Presidência, e de outros tucanos para obter as declarações de renda, o auxiliar contábil Antonio Carlos Atella negou que conhecesse o despachante que negociou com Amaury:
- Não sei quem é. Nunca vi mais gordo. E esse jornalista, de onde é? - disse ele.
Demonstrando irritação, Atella disse ter prestado seu serviço de cidadão ao país, ao afirmar em depoimento que o trabalho foi encomendado pelo office-boy Ademir Cabral, que agiu como intermediário no vazamento:
- Agora é com vocês. Se foi a Dilma, se não foi.
Entre as pessoas que tiveram seus dados sigilosos vazados na Receita Federal de Mauá, além da filha de Serra, está o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas. Amaury, que trabalhava na época no jornal "O Estado de Minas", afirmou em seu depoimento que acessou os dados para proteger o então governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), durante a disputa da pré-campanha tucana.
Segundo o depoimento de Amaury, que não quis dar entrevistas, o jornal teria pagado R$12 mil em despesas para que ele viajasse até São Paulo, onde contratou os serviços de Dirceu Garcia. Ele disse à polícia que começou a investigação sobre tucanos após saber que esse grupo estava investigando a vida do governador mineiro.
Amaury Ribeiro disse ainda que, depois de sair do jornal mineiro, foi procurado por pessoas ligadas à pré-campanha da petista Dilma Rousseff. Esses petistas estariam interessados no material obtido na investigação de Amaury. O jornalista foi flagrado em um restaurante de Brasília, no dia 20 de abril deste ano, em encontro com Luiz Lanzetta, um dos assessores da campanha petista, e com ex-delegado da PF Onézimo Souza. Com a denúncia do suposto dossiê, Lanzetta - ligado ao então coordenador da campanha de Dilma e ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel - foi afastado da campanha.
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