Neste mês de março, relembramos, com justo orgulho e muita emoção, uma das mais fascinantes e exemplares figuras públicas da vida política brasileira da segunda metade do século XX – o santista Mário Covas , que nos deixou para sempre, há dez anos, vítima de câncer.
Sua militância começou, ainda jovem acadêmico de Engenharia na USP, onde se construiu como combativo e dedicado líder estudantil, a ponto de ser eleito vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (em 1955).
Nos turbulentos tempos do início dos anos 60, ao tentar dar início à sua vida pública, disputou e perdeu a Prefeitura de Santos (1961), mas, já no ano seguinte, elegeu-se para seu primeiro cargo, o de deputado federal, pelo PST. Com a dissolução dos partidos políticos em 1965, pela ditadura militar, ele foi um entusiasta fundador do MDB, único partido político de oposição existente. Em 1968, como corajoso líder da bancada oposicionista na Câmara dos Deputados, teve sua voz silenciada via cassação, pelo AI-5.
Em 1979, ao reconquistar seus direitos políticos, retomou abertamente a luta que travava silenciosamente contra o regime atrabiliário, conquistando mandatos de deputado federal (1982), prefeito nomeado pelo governador Franco Montoro da capital paulista (1984-1986) e, em 1986, elegeu-se o senador mais votado do país, até então (7,7 milhões de sufrágios), oportunidade em que foi líder da bancada do PMDB no Senado durante a Assembleia Nacional Constituinte, que elaborou a Carta Magna de 1988. Nesse período, pudemos compartilhar mais diretamente com ele das grandes batalhas para fazer o país avançar no rumo da democracia e das reformas.
Homem irrequieto, participou, como um dos seus expoentes, da fundação do PSDB, de tal forma reconhecido que o escolheram seu primeiro presidente nacional. Nas eleições presidenciais de 1989, as primeiras desde 1960, era um dos melhores candidatos, mas não obteve a vitória, o mesmo acontecendo, no ano seguinte, na disputa para governador de São Paulo.
Em 1994, Covas foi novamente candidato a governador e venceu o pleito por oito milhões de votos, sendo depois reeleito em 1998 para mais quatro anos. Sua gestão à frente do governo paulista se constituiu num marco não apenas de grandes realizações de real interesse da sociedade, mas também de seriedade no trato da coisa pública.
Em nome do Partido Popular Socialista, e em meu nome pessoal, não poderia jamais deixar de resgatar a figura deste exemplar político, cuja trajetória em favor das liberdades e de ações em favor do povo de São Paulo e da gente brasileira se constitui exemplo permanente para as atuais e futuras gerações.
Brasília, março de 2011
Deputado federal Roberto Freire, Presidente nacional do PPS
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