Sem a participação da CUT, manifestação evidenciou racha entre as principais centrais sindicais do País
Cley Scholz
Com apoio da Prefeitura e do governo do Estado de São Paulo, cinco centrais sindicais encabeçadas pela Força Sindical promoveram uma manifestação ontem para protestar contra a política econômica do governo federal.
Os participantes - 15 mil segundo a Polícia Militar e 80 mil segundo os organizadores - foram em passeata da Praça Charles Muller, no Pacaembu, até a Assembleia Legislativa. A Companhia de Engenharia e Tráfego (CET) acompanhou o percurso mas não conseguiu evitar o fechamento de quatro pistas da Avenida Paulista.
O trânsito ficou complicado em toda a cidade desde cedo, quando cerca de 200 ônibus começaram a chegar ao Pacaembu transportando representantes dos sindicatos filiados às centrais.
Dois helicópteros foram contratados pelos organizadores por cerca de duas horas para transportar fotógrafos e cinegrafistas que acompanhavam o protesto. O custo do aluguel das aeronaves, ônibus, cinco carros de som e alimentação dos participantes não foi informado. Segundo a Força Sindical, as despesas foram divididas entre as várias centrais e sindicatos.
Agenda unitária. A manifestação foi convocada para "sensibilizar a sociedade, o governo e o Congresso Nacional da importância de se aprovar a "Agenda Unitária da Classe Trabalhadora"". Além de reivindicar mudanças na política econômica - redução dos juros, desenvolvimento distribuição de renda -, as centrais listaram outras palavras de ordem menos precisas como o "combate a todas as formas de discriminação e violência e soberania nacional e autodeterminação dos povos".
O protesto evidenciou o racha entre as duas principais centrais sindicais, a Força Sindical e a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
O presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, disse que os temas apresentados na manifestação foram discutidos no ano passado com todas as centrais sindicais, incluindo representantes da CUT.
"Sentimos a falta da CUT na manifestação", disse o sindicalista. "Seria importante a presença deles, porque tenho certeza de que eles trariam mais pessoas para essa mobilização".
A direção nacional da CUT informou que não participou por considerar que a luta prioritária no momento é o fim do Imposto Sindical.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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