Raphael Di Cunto
O líder do PV na Câmara dos Deputados, José Sarney Filho (PV-MA), o Zequinha Sarney, disse que o partido será "solidário na governabilidade e nas questões éticas" referentes ao governo federal, mas negou que passará a integrar a base aliada da presidente Dilma Rousseff, com quem a bancada reuniu-se ontem.
"Não houve convite formal [para o PV compor a base governista], e nem aceitaríamos. Mas ela disse que está muito satisfeita e que gostaria de aprimorar as conversas", afirmou Sarney. O direção do partido estará reunida nesse final de semana em Brasília e, entre os temas, estará a discussão sobre a aproximação com o governo, diz um deputado.
Sarney Filho aproveitou o encontro para elogiar a atuação da presidente na área ambiental. "De certa forma, surpreendeu. Ficou bem claro o engajamento da presidente no tema da sustentabilidade e na vontade de fazer uma boa discussão na Rio + 20 [evento da Organização das Nações Unidas (ONU) que ocorrerá em junho de 2012 no Rio de Janeiro]", analisou.
As propostas, segundo Sarney Filho, aproximam o partido do governo. Os dois já votaram juntos em projetos como o Código Florestal, que, por outro lado, dividiu o bloco formado pelo PV com o PPS na Câmara, composto 26 deputados.
Mesmo com posições divergentes, deputado descarta o rompimento com o aliado, como é cogitado por parte da bancada. "Formalmente, nem daria, porque o bloco dura os quatro anos da legislatura. Mas, com a saída do Moreira Mendes [vai se filiar ao PSD de RO], que é extremamente ruralista, o PPS tem se aproximado das causas ambientais", afirmou Zequinha.
Dilma ainda informou aos deputados que pretende lançar em Manaus o Bolsa Verde, parte do programa Brasil Sem Miséria. O governo pretende pagar até R$ 300 por trimestre para as famílias de baixa renda que não desmatarem áreas verdes em suas propriedades. "É um instrumento importante para manter reduzir o nível de desmatamento na Amazônia", opinou o líder do PV.
FONTE: VALOR ECONÔMICO
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