quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Após 22 dias, Correios faz acordo e encerra greve

Acordo no TST põe fim à greve dos Correios, que durou mais de 20 dias

Não houve avanço nas negociações com bancários e petroleiros preparam paralisação

Geralda Doca e Wagner Gomes

BRASÍLIA e SÃO PAULO. Os funcionários dos Correios devem voltar ao trabalho amanhã, depois de 22 dias de paralisação geral. Ontem, representantes da categoria e da estatal fecharam acordo sobre os termos do reajuste salarial, em audiência de conciliação realizada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). Foi estabelecido um reajuste de 6,87%, retroativos a agosto, para cobrir as perdas com inflação e um aumento linear de R$80, a partir deste mês. Segundo a empresa, este valor, que será incorporado aos salários, representa um ganho real de 9,9% para os carteiros. Enquanto isso, os bancários vão para o décimo dia de greve e os petroleiros se preparam para greve nacional, que pode começar na próxima semana.

Hoje, os 35 sindicatos dos Correios realizarão assembleias em todo o país, mas o comando do movimento vai orientar os trabalhadores a aprovar o acordo celebrado entre as partes e com isso, pôr fim à greve. Assim que a metade das entidades se manifestar, as atividade voltarão ao normal, aos poucos.

Os serviços de Sedex 10, Sedex Hoje e Disque Coleta somente deverão ser aceitos a partir de amanhã, segundo a estatal. A empresa informou que a paralisação causou atrasos em 147 milhões de cartas e encomendas e que ainda não se sabe quando a situação será normalizada. O prejuízo estimado sobre o faturamento é de R$20 milhões por dia.

O acordo celebrado permitiu a compensação, por parte dos trabalhadores, da maioria dos dias parados (15 dias), durante sábados e domingos, até maio de 2012. Os seis dias que foram descontados do contracheque serão devolvidos em folha suplementar imediatamente. Eles só serão descontados a partir de janeiro até dezembro, sendo o equivalente a meio dia parado por mês.

Dez mil metalúrgicos fizeram manifestação
O TST passou a mediar o conflito na última sexta-feira, quando a direção da empresa entrou com pedido para que a Justiça suspendesse a greve por se tratar de serviço essencial e instaurasse processo de dissídio coletivo no Tribunal. A liminar para acabar com a paralisação foi negada pela vice-presidente do TST, Cristina Peduzzi.

Já os bancários, em greve há mais de uma semana, enviaram ontem carta à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) cobrando a retomada nas negociações do acordo coletivo da categoria. No início da noite, a Fenaban alegou não ter conhecimento da carta e nenhum encontro havia sido agendado. A greve dos bancários já mobiliza cerca de 32 mil trabalhadores. O silêncio dos bancos, segundo os sindicalistas da confederação dos bancários, tem ajudado a ampliar a paralisação, que ontem atingiu 8.328 agências e 21 prédios administrativos.

Os bancários, que iniciaram a greve no dia 27 de setembro, reivindicam 12,8%, e os bancos ofereceram 8%.

Também em campanha salarial, dez mil metalúrgicos de várias empresas das regiões sul e oeste da capital paulista participaram ontem de um ato de mobilização para a campanha salarial, cuja data base é em novembro.

FONTE: O GLOBO

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