Para Paulinho da Força, partido corre risco de perder a vaga no Trabalho
Ministro, que esperava deixar reunião da sigla com apoio unânime, disse que só sai da pasta sob ordens de Dilma
Andréia Sadi, Catia Seabra
BRASÍLIA - Apesar do discurso de que só deixará o governo demitido pela presidente Dilma, o ministro Carlos Lupi (Trabalho) ouviu de um aliado, o deputado federal Paulinho da Força (SP), que, diante da ameaça da substituição na reforma ministerial, deveria se antecipar e entregar o cargo.
"Ele não deve cair motivado pelas denúncias, mas se for sair na reforma, deve antecipar a saída", concordou o deputado Brizola Neto (RJ).
Segundo pedetistas, o partido corre mais risco de perder a vaga no Trabalho se houver a troca na reforma ministerial. Lupi não comentou a intervenção de Paulinho, feita em reunião fechada.
A ideia também não foi submetida a voto durante a reunião convocada ontem, mas frustrou a expectativa de Lupi de deixar o encontro com apoio unânime.
Pela manhã, o ministro chegou a dizer que sua saída nem sequer seria discutida. Antes de ouvir Paulinho, Lupi reafirmou a disposição de só deixar a pasta sob ordens de Dilma. "Ele não vai sair. É uma decisão foro íntimo", afirmou o secretário-geral do PDT, Manoel Dias.
Mas a conclusão é que, passada a crise, o PDT fará nova discussão sobre a vaga no ministério. Numa tentativa de minimizar a imagem de racha, o presidente interino do PDT, André Figueiredo, saiu da reunião com discurso de que a sigla manifestava "total confiança" em Lupi.
No entanto, os deputados não souberam explicar por que uma nota de apoio não havia sido redigida. "Fiquei surpreso", disse o líder do PDT na Câmara, Giovanni Queiroz (PA).
Há três semanas, o ministro é alvo de acusações de irregularidades na pasta.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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